World of Warcraft: Blizzard fala sobre patch 10.1 e futuro da Dragonaria
Em entrevista ao Flow Games, diretor e designer brasileira comentaram sobre novo update de World of Warcraft
om a chegada iminente do patch 10.1 de World of Warcraft: Dragonflight, o Flow Games teve mais uma oportunidade de falar com os desenvolvedores da Blizzard a respeito nas novidades trazidas pela atualização, o que ela significa no grande esquema da expansão e os planos futuros para o MMORPG.
Desta vez, pudemos bater um papo muito valioso com o diretor associado Morgan Day e com a Lead UI Designer – e brasileiríssima – Laura Sardinha, que trouxeram um pouco da filosofia por trás do update Brasas de Neltharion e até se arriscaram a falar sobre como a Dragonaria mudou a forma como as pessoas interagem com WoW.
Você pode conferir abaixo os melhores trechos da nossa entrevista sobre o novo patch de World of Warcraft. Vem com a gente!
Moldando as Brasas de Neltharion
Para começar, a dupla afirma que foi o feedback dos jogadores, tanto em sua experiência nos meses que se seguiram ao lançamento da expansão, quanto no reino de testes da nova atualização, que moldaram e aprimoraram o conteúdo do patch 10.1 de World of Warcraft.
“Depois da revitalização da UI trazida por Dragonflight, os jogadores queriam saber para onde essa mudança iria. É um projeto em progresso”, explica Laura. “Em Brasas de Neltharion, estamos mexendo principalmente no design dos recursos específicos de algumas classes”.
A brasileira comenta que a ideia foi modernizar elementos com os shards de Warlocks, combo points de Druids e holy power de Paladins, por exemplo, e deixá-los em dia com a proposta atualizada da interface de usuário customizável que chegou junto da expansão.
Por falar nisso, com base nos comentários do público, a Blizzard está adicionando novas opções ao sistema de edição de UI. “Colocamos mais itens no Modo de Edição, incluindo uma caixa que, ao ser ativada, exibe opções mais avançadas ao jogador”, conta a designer, dizendo que a inclusão de um recursos para mudar a escala do minimapa – seja para displays pequenos de notebooks ou monitores 4K gigantes – também foi feita por pedidos da comunidade.
Morgan complementa a colega expandindo sobre como o feedback dos players foi essencial para adequar alguns dos elementos de World of Warcraft no novo patch. “Fizemos mudanças consideráveis em 2 ou 3 áreas com base nesse retorno dos jogadores. A principal delas foi o balanceamento do sistema para a 2ª temporada das masmorras Míticas+”, analisa o diretor.
Fizemos mudanças consideráveis em 2 ou 3 áreas com base nesse retorno dos jogadores
“As pessoas queriam que as masmorras fossem a estrela do show, não os afixos […]. Por isso retrocedemos em várias decisões para a temporada: não teremos um afixo sazonal, adicionamos novos deles e mudamos a forma como eles são introduzidos”, diz Morgan, lembrando ainda que algo semelhante aconteceu com os bônus de tiers para cada classe em Brasas de Neltharion. Ao que parece, alguns deles passaram por múltiplas iterações no PTR, conforme a comunidade testava e dava sua opinião sobre os sets.
Ficando em dia com World of Warcraft
Uma dúvida recorrente com MMOs – e que se torna ainda mais importante para um jogo prestes a completar 20 anos –, é como ele se prepara para receber novos jogadores ou veteranos que estavam longe da aventura com um novo patch. Perguntamos isso aos devs e a resposta foi positiva para quem pensa em voltar a World of Warcraft ou experimentá-lo pela primeira vez.
“Em cada novo update queremos garantir que seja a hora perfeita para ingressar em World of Warcraft. No caso de Dragonflight e de Brasas de Neltharion, adicionamos uma série de recursos para que quem chega agora fique em dia com a expansão”, explica Morgan
Entre as mudanças citadas pelo diretor associado estão missões pelo mundo, masmorras heróicas e a própria campanha do patch 10.1 dando equipamentos de nível bem superior ao que era entregue até pouco tempo, garantido que seja mais fácil deixar o personagem poderoso o suficiente para encarar os novos desafios do update.
“Além disso, possibilitamos que os jogadores não precisassem esperar pela próxima grande atualização para equipar seus heróis. Recentemente, liberamos o retorno ao Recôndito Proibido [patch 10.0.7], que tinha como um de seus objetivos justamente permitir que os players ficassem em dia com World of Warcraft. Muita gente aproveitou isso para voltar a jogar com os amigos, upar novos personagens e obter equipamentos melhores”, recorda o dev.
Dragonaria traz um novo olhar sobre World of Warcraft
Na última pergunta feita à dupla na entrevista realizada na quinta-feira (28), o Flow Games questionou se a Blizzard não tinha receio de como seguir adiante com a experiência de World of Warcraft após introduzir a Dragonaria ao jogo – um dos recursos mais populares e bem-recebidos da história recente do MMO.
Aqui, antes da resposta, vale um contexto. No passado, o estúdio se viu incapaz de voltar atrás após introduzir as montarias voadoras durante o lançamento original da expansão The Burning Crusade, em 2007. Isso porque os jogadores adoraram a capacidade de voar livremente por aí, escapando de perigos, evitando PvP e cortando caminho pelos mapas.
Para os desenvolvedores do jogo, no entanto, a habilidade se provava uma barreira para o senso de exploração e descoberta de World of Warcraft, fazendo com que, depois de alguns anos, a Blizzard passasse a criar barreiras para o voo com cada nova expansão. Era preciso cumprir uma longa lista de tarefas sob a pena de ficar preso ao chão para sempre.
Embora Morgan e Laura não tenham dado uma perspectiva definitiva sobre o futuro da Dragonaria – uma espécie de voo gamificado e com mecânicas de gameplay –, suas respostas mostram que a filosofia em relação ao tema é diferente dentro do estúdio, considerando bem mais a experiência do jogador do que apenas os desafios de game design.
“Acho que, para mim, a maior diferença entre a Dragonaria e o voo ‘clássico’ – no qual você simplesmente pode ativar o autorun e seguir seu caminho –, é que o novo sistema tem uma jogabilidade divertida integrada”, pondera Morgan.
“Quando estou voando pelas Ilhas do Dragão, me sinto muito mais imerso e engajado. Dragonaria é algo que acrescenta ao jogo, adiciona novas oportunidades de interagir com o mundo”, completa, comentando como ainda há toda uma questão de aprender a dominar os dragões para descobrir atalhos, acessar novos locais e encontrar trajetos mais rápidos para masmorras, raides e outros de seus locais favoritos no game.
Dragonaria é algo que acrescenta ao jogo, adiciona novas oportunidades de interagir com o mundo
“Inclusive, estamos redobrando a aposta nessa experiência imersiva com Dragonaria em Brasas de Neltharion. Há uma missão na campanha do patch cujo objetivo só é conquistado em cima do seu dragão”, nota. “No final das contas, estamos chegando ao entendimento que a Dragonaria é um elemento central de jogabilidade, compartilhado por todos os jogadores. Já é algo quase tão estrutural e fundamental para o jogo quanto missões de matar X criaturas, sabe?”, sugere o diretor.
Para encerrar o assunto, Laura lembra que há outras questões envolvendo o uso e a manutenção da Dragonaria – dentro e para além de Dragonflight. “Pensando do lado da acessibilidade, há alguns jogadores que, por uma razão ou outra, são melhor atendidos pelo voo ‘clássico’. Então temos que ter isso em mente também, porque queremos ser inclusivos e dar opções à comunidade. Mas pode ter certeza de que teremos novidades sobre isso no futuro”, finaliza a brasileira.
Chegando em breve a World of Warcraft
Brasas de Neltharion, o patch 10.1 de World of Warcraft: Dragonflight, tem lançamento programado para a próxima semana, no dia 2 de maio de 2023. A atualização traz uma nova zona (Cavernas Zaralek), uma raid inédita (Aberrus, o Crisol Sombrio), guildas interfacções e mais uma série de outras novidades ao MMORPG.
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