Shadows of Rose: expansão de RE Village tem intensidade rápida demais
Conteúdo adicional pega o melhor recorte de terror de Resident Evil Village e lança mais perguntas que respostas sobre destino dos Winters
ntes de mais nada, aqui vai um aviso de spoiler nesta análise de Shadows of Rose: o texto adiante trata de eventos situados após o final de Resident Evil Village. Portanto, se você não o jogou, as informações podem conter trechos sensíveis e recomendamos evitar a leitura.
Após matar a saudade de um saudoso vilarejo em Resident Evil Village, o bom samaritano da franquia da Capcom recebe, enfim, a prometida expansão de história, mais de um ano após o lançamento do jogo-base. Sombras de Rose é o nome do conteúdo adicional que continua o legado dos Winters dentro desse novo momento da história da franquia – e dessa família desmontada.
O DLC vem acompanhado de uma opção de câmera em terceira pessoa e um modo bônus em The Mercenaries com novos personagens jogáveis, incluindo Chris Redfield, Lady Dimitrescu e mais. E ah, se você tinha fetiche em ver o rosto do Ethan de maneira oficial, pode esquecer: o personagem, mesmo com a visão afastada, rotaciona a cabeça junto com o movimento da câmera, numa sacada genial da Capcom para manter o charme do “herói sem rosto”.
Os eventos da expansão se passam 16 anos após os acontecimentos de Village. Embora tenha nascido com a missão de responder algumas perguntas deixadas no derradeiro final de Ethan Winters, a aventura extra acaba trazendo outras pontas soltas e não amarra muita coisa, mas garante o carimbo do gênero: sustos, tensão e claustrofobia.
Shadows of Rose e o legado Winters
O primeiro aspecto fundamental dessa expansão diz respeito a uma nova forma de jogar o game. Temos, de maneira inédita, a opção de curtir a jornada na câmera em terceira pessoa, em contraste ao padrão no primeiro plano que Resident Evil 7 revitalizou (e Village continuou).
Shadows of Rose, aliás, já é todo construído em cima dessa nova perspectiva, que, se bem utilizada, entrega tons e camadas diferentes ao gênero. A história retrata Rose, a filha de Ethan, lutando contra a maldição de seus poderes indesejados. Para isso, a jovem deve explorar o “Reino da Consciência”, um lugar distorcido e misterioso, em busca de uma cura que devolva sua normalidade.
O aspecto surrealista, que coloca o jogador numa espécie de sonho ou devaneio, abre alas para um campo imaginário de muitas possibilidades, embora nem todas sejam exploradas – e como em toda ilusão da consciência, dificilmente isso seria possível, deixando um gostinho de “quero mais”. No entanto, quando o conceito funciona junto com técnica e prática, a magia do terror acontece – e com a intensidade merecida.
Terror: breve, mas intenso
Como Sombras de Rose se passa num mundo de sonhos, a equipe tomou a liberdade de desatar alguns vícios da franquia e usar várias licenças poéticas para tentar justificar tudo que acontece ali. O grande foco da expansão está na resolução de quebra-cabeças por meio dos poderes de Rose, que deve afastar inimigos num lugar distorcido e repleto de pesadelos.
O aspecto sobrenatural é muito mais presente aqui – e isso oferece uma outra camada de terror, certo? Pegue o melhor recorte de Village – a famigerada Casa Beneviento – e coloque-o no centro da experiência. A melhor coisa do DLC é a capacidade de emergir o desconfortável sentimento de medo no jogador, sob constante sensação vigilância por uma entidade divina e aquela incomodativa impressão de estar sendo perseguido por alguém.
Aqui não é exatamente um “feto gigante”, tal qual em Village, mas temos outras representações de objetos que são simbolicamente associados ao terror ou a assombrações, como manequins, por exemplo. Lembre-se deles quando for jogar e após ter lido este texto.
Perguntas, lamúrias e curtíssima duração
O sucesso de Resident Evil Village (que também abraça a realidade virtual) e sua rápida popularidade fizeram com que os anseios por uma expansão fossem maiores do que a Capcom possivelmente dimensionou. Não vá com sede ao pote: dá para terminar a história numa sentada, em questão de 3 horas.
Mesmo que você saboreie esse prato lentamente, esteja ciente de que ele, infelizmente, pode não satisfazer seu apetite, uma vez que acaba criando novas perguntas ou deixando velhas questões em aberto para o futuro da franquia – isso é bom e ruim na mesma medida, uma vez que todos querem entender como serão as coisas daqui para frente com os personagens principais, já que o enredo de Sombras de Rose teve um salto temporal de 16 anos em relação a Village, passando-se em 2037.
Onde estão Chris, Leon, Jill e companhia? Ou melhor: COMO eles estão? A relação dos Winters com Umbrella pode não ficar tão esclarecida quanto os jogadores queriam e tampouco dá uma pista do que vai acontecer com a cronologia da franquia, mas “fecha o tampo” dessa família – e, como toda despedida, tem seu gosto agridoce.
Veredito
Se por um lado a expansão não desenvolve a história no ritmo que se esperava, por outro ela traz enigmas criativos a serem solucionados, especialmente por conta do “charme” que os poderes de Rose ostentam para apimentar esses quebra-cabeças.
O gameplay em terceira pessoa, aliado aos grandes pilares do terror, oferece um novo frescor de perspectiva à jornada, enquanto renuncia a outros aspectos que só o ângulo mais próximo traz. Essa escolha é equilibrada com um bom level design – claustrofóbico na medida do possível – atrelado ao melhor recorte de terror que o jogo-base resguarda.
Numa distância de mais de um ano em relação a Village, a expansão poderia ter um escopo maior, especialmente em relação ao tempo que dura, e não resolve o futuro da franquia, mas deixa espaço para ricas discussões especulativas e, sobretudo, atende ao propósito fundamental do gênero: assustar.
Shadows of Rose
Publisher: Capcom
Desenvolvedora: Capcom
Plataformas: PS5, PS4, Xbox Series X|S, Xbox One e PC
Lançamento: 28/10/2022
Tempo de review: 3 horas
Longa espera, curta duração. Shadows of Rose não responde a muitas perguntas, mas o terror é o fino do fino.
Prós
- Selo de terror garantido
- Enigmas criativos
- Perspectiva em 3ª pessoa acrescenta nova camada ao jogo
Contras
- Duração muito curta
- História pouco acrescenta ao lore
- Cria mais perguntas do que responde
Comentários
Honestamente essa DLC não me interessa nem um pouco, o problema dessa nova fase de residet é que apesar de serem jogos bons não tem nenhum personagem realmente interessante, eu já não gostava do ethan pra que eu vou querer jogar com a filha dele?
Essa DLC eu achei meio memes mas ok, espero que a saga se conserte ( mesmo eu não sendo muito fã de resident Evil),mas o site tá muito incrível parabains.
Capcom mostra o rosto da Rose mas continua não mostrando o rosto do Ethan, com ângulos totalmente esquisitos e que só atrapalham a dinâmica da cutscene. Boa análise Bruno! 😎🤝🏼
muito bom o site parabens
percebo que esta DLC do RE Village não acrescenta muito ao jogo original, sinceramente recomendaria assistir gameplays e reviews como estas para saber se vale ou não apena gastar seu soado dinheiro nesta expansão isolada, porém, caso pretenda comprar a versão que vem com o jogo completo do RE Village + esta DLC valeria apena, apesar de ser extremamente caro renderia um bom conteúdo de terror.