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Review: Two Point Museum mostra que museus são divertidos
Com cenários variados e campanha com bom tamanho, Two Point Museum é uma ótima pedida para os fãs de jogos de gerenciamento
Imagem: SEGA
esde que foi anunciado, o Two Point Museum ganhou a minha atenção por conta de sua proposta e por trazer algumas novidades da série Two Point. Admito que não joguei tanto o Two Point Campus, mas tive uma ótima experiência com o Two Point Hospital, além de ser um grande fã de jogos de gerenciamento.
Após ter feito duas prévias de Two Point Museum, finalmente tive a chance de jogar sua versão completa nas últimas semanas e já logo adianto que não me decepcionei. Mas conta a seguir o que achei dele neste review!
Uma mecânica clássica mesclada com novidades
No Two Point Museum, nós começamos nosso trabalho no papel de um novato na curadoria de um museu que precisa ver dias melhores. Com o tema focado na pré-história, o primeiro cenário em que começamos conta com apenas duas peças em seu acervo sendo exibidas.
Para poder deixar o museu mais atrativo, claro, nós precisamos encontrar novas peças e é aí que o Two Point Museum tem uma mecânica que o diferencia dos outros jogos da franquia Two Point.
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Imagem: SEGA
As expedições são as principais responsáveis por encontrarmos novas peças e para alcançar os objetivos que nos permitem avançar na campanha. Durante cada expedição, existe a possibilidade de dilemas aparecerem para serem resolvidos, que podem afetar o resultado.
Desde as peças encontradas nas expedições até os dilemas para serem resolvidos, a SEGA acerta em Two Point Museum ao manter o seu bom humor com nomes engraçados e situações que podem levar a ações absurdas.
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Imagem: reprodução
Para dar um certo nível de complexidade, enquanto as expedições mais simples requerem apenas analistas, as outras podem precisar de outros tipos de funcionários. Não somente isso, as vezes é até necessário criar objetos ou ter um funcionário com uma característica específica para poder realizar a expedição.
Nós até temos um certo nível de liberdade para escolher quais expedições queremos fazer, mas alguns locais dependem de certos objetivos para serem desbloqueados.
Essa mecânica se prova bem interessante na prática e é divertido organizar expedições ao mesmo tempo em que gerenciamos os funcionários que ficam no museu. É verdade que alguns objetivos até demoram para serem concluídos e que eu gostaria de ver mais dilemas sendo apresentados, mas tudo funciona como deveria.
Um ponto que eu talvez esperasse mais era em variedade das peças. Enquanto existe um fator de aleatoriedade do que vamos encontrar, a maioria dos locais oferece entre 2 e 3 peças para serem debloqueadas e as vezes isso mata um pouco da diversão. Mas eu também entendo que os museus precisariam ser bem maiores caso a gente tivesse mais itens.
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Imagem: reprodução
Cenários diferentes com mecânicas diferentes
Um dos grandes trunfos de Two Point Museum está no fato de ele trazer cenários diferentes um dos outros, que acabam não caindo na mesmice de um museu tradicional.
Enquanto começamos em um museu com o tema pré-história, nós precisamos cuidar de um local mal-assombrado e até de uma base em que artefatos alienígenas ficam caindo do céu. Ao todo, nós temos cinco cenários divididos nos temas:
- Pré-história
- Vida Marinha
- Sobrenatural
- Ciência
- Espaço
Os cenários, visualmente, são bem distintos um dos outros, mas também refletem isso em suas mecânicas. Por exemplo, enquanto na pré-história temos mais que tomar cuidado em não deixar as peças empoeiradas, no sobrenatural nós temos que nos certificar de que os fantasmas estão felizes em seus quartos com seus itens favoritos.
Mas se fosse para eleger um cenário favorito para mim, este seria o da Vida Marinha. Nele nós organizamos expedições para os oceanos e precisamos colocar os peixes nos aquários com os equipamentos adequados. Não somente isso, até mesmo é preciso tomar cuidado para não colocar um peixe junto de outro peixe mortal.
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Imagem: reprodução
O fato de cada cenário trazer uma pequena mecânica diferente faz com que a jogabilidade, apesar de ser bem parecida, não deixe cair tudo na mesmice.
Além dos cenários principais, o Two Point Museum também traz dois museus com um objetivo diferente em que basicamente precisamos apenas superar um placar determinado. Em um deles temos que conseguir impedir que bandidos roubem as peças enquanto no outro temos que atrair um número determinado de visitantes com campanhas de marketing.
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Honestamente, eu gostei bastante desses cenários diferentes e que até oferecem um nível de dificuldade agradável. Minha única crítica aqui está no fato de simplesmente termos apenas dois cenários do tipo, algo que agregaria a mais no fator replay.
De toda forma, apesar de trazer apenas 5 cenários, o Two Point Museum traz conteúdo para mais de 20 horas em sua campanha. É verdade que em certo ponto a experiência até pode parecer mais do mesmo, mas não dá para reclamar do conteúdo que marca presença no jogo.
Burburinho até demais e tempos ociosos
De forma similar ao que vemos nos jogos de criar parques de diversões, o Two Point Museum traz uma mecânica de burburinhos para cada peça sendo exibida nos museus.
Aqui, basicamente, temos que decorar o entorno onde a peça está exposta para deixar o visitante mais interessado em ver os seus detalhes. Além da decoração, também é preciso se certificar que estandes de doação e de informações estejam presentes.
Honestamente, eu não tenho problemas em ter que enfeitar os arredores das peças em qualquer jogo, mas Two Point Museum exagera um pouco neste ponto. Em algumas ocasiões, eu senti que os itens ou peças acabavam amontoados e deixando o museu um pouco menos elegante, apesar de atender ao desejo do povo.
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Imagem: reprodução
Além desses itens, o Two Point Museum também faz com que nós tenhamos que treinar nossos funcionários, ter lojas de presentes e criar outros itens para atender ao que os visitantes desejam. Aqui, eu admito que vi um bom balanço no jogo na quantidade de coisas que podemos fazer, sendo que elas dão resultado prático.
A campanha do Two Point Museum é bem interessante, mas as vezes a quantidade de objetivos que temos a cumprir acaba sendo excessiva e chega a tomar quase que toda a tela. Enquanto os objetivos, em sua maioria não são difíceis, me peguei por alguns momentos apenas tendo que aguardar uma expedição ser realizada para progredir.
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Durante as partidas, algumas vezes, alguns eventos aleatórios como gangue de bandidos, inspeções sanitárias, visitas VIP e excursões escolares até ocorrem, mas elas mudam pouco a dinâmica do que fazemos. Eu admito que gostaria de ver, talvez, alguns problemas extras para serem resolvidos ou ser obrigado a lidar com mais situações.
Já um outro problema do Two Point Museum é que alguns dos objetivos, sejam das missões ou até de bônus de borburinhos, não ficavam claros onde estavam ou o que era necessário fazer para obtê-los. Por exemplo, no cenário sobrenatural, um dos meus fantasmas queria um outro fantasma do tipo cavaleiro, mas mesmo explorando em torno de 80% do mapa onde estão os fantasmas, eu não o encontrei.
Pode ser que o bônus pedido estivesse muito longe do ponto em que eu estava no jogo, algo que não deveria acontecer. Mesmo com esses defeitos, o Two Point Museum acerta ao trazer uma campanha bem interessante para um jogo de gerenciamento ao invés de deixar o jogador apenas largado em busca de aumentar o seu negócio.
O título ainda conta com um modo sandbox em que podemos personalizar o seu nível de dificuldade, algo que considero ótimo. Mas o problema deste modo é que, apesar de ele ser um sandbox, ele também está atrelado a objetivos, ou seja, não temos aquela liberdade que deveria ser vista nele.
Bugs e outros problemas menores
Eu recebi o acesso antecipado ao Two Point Museum algumas semanas antes de seu lançamento e, por conta disso, pode ser que a versão do dia de lançamento seja diferente do que direi aqui, mas tive alguns bugs e outros problemas menores que realmente incomodaram no jogo.
Em algumas ocasiões, mesmo ao atender certos requisitos para atingir o bônus de borburinho, o jogo não os reconheceu corretamente. Além disso, teve um momento em que, independentemente do aquário em que eu colocava um novo peixe, ele ficava com um sinal de que algo estava errado, mas que não aparecia em sua descrição e detalhes.
Já em outro determinado momento da campanha, Two Point Museum me pedia para ter duas estrelas em cada cenário, mas o progresso não foi detectado automaticamente ao atender o pedido. Para fazer a barra de progresso funcionar, eu tive que entrar em cada cenário manualmente e voltar para o mapa até as estrelas serem reconhecidas. Esse bug, claro, me deixou alguns minutos sem saber o que fazer para progredir já que eu tinha certeza de que o objetivo havia sido realizado.
Um outro bug que também notei foi ao ter que expandir os meus aquários, quando itens se mostravam inalcançáveis mesmo sem ter qualquer outro objeto por perto para bloqueá-los. É claro que esses bugs podem até ser considerados menores, mas é algo que eu gostaria de ver corrigido na versão final do jogo.
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Saindo do assunto bugs, tem alguns outros pontos que também poderiam ser melhorados no Two Point Museum. Em muitos momentos, alguns ícones aparecem em cima das pessoas ou até mesmo das peças e ficamos sem explicações as quais eles se referem.
Além disso, a IA dos funcionários não é lá tão inteligente assim. Além deles passarem muito tempo descansando na sala de funcionários, eles passam batidos muitas vezes para esvaziar os estandes de doações e até para realizar a limpeza.
O Two Point Museum até permite que a gente defina qual tarefa cada funcionário realizará, mas nem isso é o suficiente para que algumas coisas não desandem nos cenários.
Two Point Museum vale a pena?
O Two Point Museum, ao menos para o começo de 2025, era um dos títulos mais aguardados por mim e ele não desapontou. A sua campanha é bem prazerosa e realmente traz um conteúdo em uma quantidade interessante a ponto de não deixar perder o interesse.
O seu nível de dificuldade é bem adequado ao ficar entre o não muito fácil e nem no complicado. É verdade que algumas mecãnicas novas são bem interessantes, mas algumas outras, como a do borburinho, são um pouco exageradas.
De toda forma, mesmo com alguns deslizes pequenos, o Two Point Museum é um jogo de gerenciamento bem divertido e que recomendo a todos fãs do gênero que buscam algo mais descontraído.
Two Point Museum foi gentilmente cedido pela SEGA para a realização desta análise.
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Two Point Museum
Publisher: SEGA
Desenvolvedora: Two Point Studios
Plataformas: PC, PS5 e Xbox Series X|S
Lançamento: 04/03/2025
Tempo de review: 20 horas
O Two Point Museum traz uma campanha bem divertida e novos elementos para a franquia que são bem-vindo, mas tem alguns bugs
Prós
- Campanha com bom tamanho
- Cenários variados com temas diferentes
- Mecânica de expedição tornas as coisas mais dinâmicas
Contras
- Bugs que podem atrapalhar o progresso
- Modo sandbox guiado por objetivos
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