
Review: Shadow Labyrinth é um bom metroidvania de Pac-Man faminto
Com ideias bem aproveitadas e alguns problemas estruturais, Shadow Labyrinth oferece diferente abordagem ao Come-come
Imagem: Bandai Namco
deias diferentes sempre deixam espaço para um olhar curioso dos jogadores. Querendo ou não, Shadow Labyrinth aposta nessa premissa com uma força diferente: colocar o icônico Pac-Man numa temática sombria e futurista, com direito a história elaborada e tudo mais.
Aqui, a aposta é alta, pois usa a roupagem da fórmula metroidvania, amplamente adotada pela indústria nos últimos anos – até mesmo em adaptações de franquias existentes em outros formatos. Como tal, algumas exigências são inerentes a essa escolha da Bandai Namco.
Confira nosso review completo a seguir.
Shadow Labyrinth: um toque mais sombrio ao Pac-Man
Muitas pessoas fantasiam sobre como seriam seus personagens favoritos numa atmosfera diferente, às vezes proporcionalmente inversa ao estado de origem. Por exemplo: temas alegres e caricatos ficariam como num semblante mais frio e sombrio? Personagens tristes seriam retratados de que forma numa versão feliz?
É por essas bandas que caminha Shadow Labyrinth, em que o jogador assume o manto do protagonista “Swordsman No. 8”, um espadachim que misteriosamente desperta num planeta alienígena e deve entender o que está acontecendo. Nesse local inóspito, o guerreiro conhece ninguém menos que o Come-Come “em pessoa” para que o amarelinho seja um auxílio na jornada.
O visual incorpora traços simples para refletir as animações dos personagens principais e dos inimigos, com uma variedade interessante que é ampliada à medida que o jogador progride na aventura. Os biomas se reciclam um pouco, mas são suficientes para não cansar os olhos dos exploradores de plantão – os completacionistas, no entanto, podem sentir esse cansaço após longas idas e vindas. O backtracking, na verdade, faz parte da cartilha do metroidvania, e Shadow Labyrinth não falha nesse aspecto.

Imagem: Bandai Namco
Level design e (mediano) controle do Pac-Man
A régua do metroidvania cresceu nos últimos anos. Títulos como Hollow Knight, Ender Lilies, Ender Magnolia, Ori, Nine Sols, Axiom Verge e Bloodstained, só para citar alguns, subiram a barra da icônica junção entre Castlevania e Metroid, e isso que pesos-pesados, como Metroid Dread, nem entram na conta ou ela seria injusta.
Dito isso, Shadow Labyrinth acaba caindo num inevitável comparativo para medir suas qualidades. Ele é díspar ao possuir uma poderosa carta chamada Pac-Man, mas não usa essa vantagem com todo o potencial que poderia alcançar. O level design por vezes é confuso, deixando o jogador perdido “de um jeito ruim”, não do jeito que a fórmula metroidvania manda – em que faz parte e é até agradável se perder.
Alguns diferenciais chamam a atenção, como controlar o próprio Pac-Man em trechos específicos. Nesses momentos, você conduz a bolota amarela para que ela execute o que sabe fazer de melhor: comer
Aqui, é comum repetir ciclos desnecessários em checkpoints que poderiam ter uma distribuição melhor em prol do ritmo. Alguns diferenciais chamam a atenção, como a presença do Come-Come no controle do jogador. Nesses momentos, você controla a bolota amarela para que ela execute o que sabe fazer de melhor: comer. No entanto, o controle de Pac-Man não tem uma orientação precisa, frustrando o jogador com saltos erráticos e descontrolados que podem resultar num gratuito Game Over. Imagine uma transição de Samus Aran, a protagonista de Metroid, para a Morph Ball, só que sem o mesmo grau de esmero.

Imagem: Bandai Namco
Ao derrotar determinados oponentes, Pac-Man assume sua forma “maléfica” para devorá-los por completo e, então, absorver alguns de seus poderes, ampliando as possibilidades de exploração e travessia de Shadow Labyrinth – outro elemento crucial do metroidvania.
Há até um “cameo” em forma de meca para ajudar na coleta de recursos, que depois são utilizados para realizar uma sorte de upgrades na evolução do personagem. A progressão, portanto, é sólida o suficiente para você se sentir recompensado com a gradativa entrega de melhorias que aparecem ao longo da jornada.
O ar de indie
Há um visível semblante de indie em Shadow Labyrinth e isso talvez aconteça deliberadamente, uma vez que esse jogo tem, sim, seu toque autoral. No entanto, é impossível não botar na balança outros metroidvanias do mercado e comparar o preço deles. Inevitavelmente, o jogo da Bandai Namco sai consideravelmente mais salgado e tem duração menor que vários de seus colegas de gênero.

Imagem: Bandai Namco
Dado o escopo do jogo e sua originalidade, é natural que exista uma forte inclinação ao Pac-Man, até porque ele cumpre a maior parte dos requisitos da cartilha que escolheu adotar – mesmo que não brilhe em todos os “checks” da lista e tenha duração mediana.
Veredito
Shadow Labyrinth não finge ser algo que não é. Dos pés à cabeça, trata-se de um metroidvania que segue a fórmula à risca, ainda que a execução nem sempre saia como a intenção planejava.
No entanto, fãs do gênero não vão se decepcionar com os principais aspectos que norteiam essa cartilha: exploração, travessia e combate se mesclam em dose equilibrada para que você não exatamente se surpreenda, mas tenha uma experiência agradável com esse ingrediente especial chamado Pac-Man.
Analisado no PS5 Pro.
Um código de Shadow Labyrinth foi gentilmente enviado pela Bandai Namco para a realização desta análise.
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Shadow Labyrinth
Publisher: Bandai Namco Entertainment
Desenvolvedora: Bandai Namco Studios
Plataformas: PS5, Xbox Series X|S, Nintendo Switch, Switch 2 e PC
Lançamento: 18/07/2025
Tempo de review: 15 horas
Shadow Labyrinth tem toque autoral como um metroidvania que segue sua fórmula à risca. Ainda que não surpreenda, ele traz um ingrediente especial: Pac-Man.
Prós
- Metroidvania que segue a fórmula à risca
- Abordagem sombria de Pac-Man dá novo vigor a ele
- Progressão sólida do personagem
- Boa dose de desafio
Contras
- Level design por vezes confuso
- Trechos com o Pac-Man têm controle um tanto errático
- Poderia ter mais variedade de biomas
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