Review PS5 Pro: bom desempenho para consoles, mas o preço…
Nós passamos algum tempo com o PS5 Pro, testamos diversos jogos e temos um veredito para vocês; venha ver!
pesar de os fãs estarem esperando grandes novidades de 30 anos do PlayStation, uma delas caiu com um gosto meio amargo no paladar: o PS5 Pro, de fato, era um console planejado para a ocasião e prometia muita performance extra, mas anúncio do preço não veio condizente com o que era esperado pelo mercado e pelos jogadores.
Afinal, pagar R$ 7.000 em um console não é pouca coisa. E, para ser justo, até o preço internacional de US$ 700 também não foi bem-recebido, então não foi “apenas” um problema de localização de valores. E, das duas uma: ou o console deve entregar muito, ou esse preço não condiz muito com a realidade.
Para colocar mais dessas opções à prova, o Flow Games utilizou o PS5 Pro nas últimas semanas e testamos tanto a parte técnica quanto a usabilidade do dia a dia. E afinal: será que vale a pena o PS5 Pro? Ou será que a Sony errou o posicionamento do seu console premium dessa vez? Venha ver a nossa análise completa.
Design: não se muda em time que está ganhando, mas…
Vamos começar com o arroz com feijão do PS5 Pro? Apesar de manter a identidade visual da geração sem mudanças radicais, o novo modelo premium traz um design menor e mais compacto que o modelo base, linhas elegantes e uma faixa lateral bem estilosa.
Além de menor, o PS5 Pro também é mais bem refrigerado, tanto pelo design do aparelho quanto por sua nova eficiência energética, que consegue entregar mais performance, qualidade de imagem ou efeitos visuais (como ray tracing) por uma margem de potência similar, flutuando próxima dos 230W.
A única mudança prática em comparação com o modelo base é que o Pro apresenta duas entradas USB-C na parte frontal, enquanto o console de 2020 trazia uma USB-C e uma USB-A convencional (mas ainda conta com USB-A na traseira, então há suporte). A construção da máquina da Sony é realmente invejável, mas… tem seus gols contra.
Apesar de ter no pacote tudo o que você espera, como controle, cabo de carregamento do controle etc, eu achei o cabo HDMI bem curto e algo que pode atrapalhar na instalação no seu cômodo dependendo do seu gerenciamento de cabos. É achar pelo em ovo, claro, mas vale a pena ser mencionado (até porque cabos HDMI no padrão 2.1 são mais caros caso você precise recorrer a um maior).
O outro pênalti do PS5 Pro é algo que já sabíamos desde o começo: o console premium não vem o leitor de disco. Sabemos que o mundo caminha para uma solução digital de softwares, mas como a própria Sony tem o leitor à venda separadamente, é uma decepção saber que o console flagship e o mais caro da linha não tem o “acessório” (se é que podemos chamar assim) por padrão.
O leitor é mais custoso na produção e, de certa forma, até compreensível não vir no pacote – apesar de discordar fortemente e ainda ver como um ponto negativo. Entretanto, a falta de suporte vertical é algo realmente incompreensível. O que temos no conjunto é apenas um par de suportes plásticos para manter o equilíbrio na horizontal.
A Sony forneceu o suporte vertical do PS5 Pro (que serve também para o modelo Slim) e ele é bem competente e bem-construído: só não faz sentido ele estar ausente da caixa, não é mesmo? Caso você não compre o periférico extra, só poderá usar o videogame na horizontal com suportes bem questionáveis.
Mas esses são detalhes e vamos ao que realmente importa: o que está embaixo do capô e como o conjunto da obra impacta na prática nos jogos.
As especificações do PS5 Pro são um upgrade interessante
Se você acompanhou a revelação do PS5 Pro, deve ter visto os números de marketing durante o anúncio. A Sony promete aumento de 45% de performance em renderização, ray tracing melhorado em 2x a 3x (já que utiliza a arquitetura RDNA que sequer está no mercado ainda), mais largura de memória, 2GB de RAM extra dedicada ao sistema, armazenamento de 2 TB (que é bem maior que os 825 GB originais) e muito mais.
No papel, o PS5 Pro não faz feio. Pelo contrário, é um salto teórico bem interessante e que parece até mais impactante do que o PS4 Pro foi em 2016 em relação ao PS4. Afinal, estamos vendo tecnologias de ponta em antecipação no mercado (algo muito legal de se ver em consoles, que há gerações chegam com tecnologias velhas).
E o que isso significa na prática? No discurso comercial, o PlayStation diz que o PS5 Pro é a máquina capaz de entregar a performance de 60 quadros por segundo no preset “Qualidade” dos jogos. Em outras palavras, é a chance de entregar 4K e 60 fps que os jogadores esperavam no início da geração com o PS5 base, mas será que isso é possível?
Bom, por mais que no papel pareça viável, isso pode depender caso a caso. Afinal, não há garantias que um GTA 6, por exemplo, rode em 60 fps no PS5 Pro e o motivo é apenas um: a CPU do aparelho só teve um aumento de 10% de clock e não viu grandes mudanças.
Essa falta de novidades é justificável: caso a arquitetura mude demais, haveria problemas de compatibilidade e praticamente seria um console novo, algo que foge do propósito de uma atualização de hardware de meio de geração. E isso pode implicar em alguns problemas também.
Por mais que a GPU do PS5 Pro tenha ganhado um aumento significativo, jogos que demandam muito do processador ainda terão gargalo de performance (ou não poderão rodar em modos de 120 fps), já que apenas o clock da CPU foi aumentado, ou seja, sem novos núcleos e threads, aumento em cache etc. Ótimo para aparar arestas, não para aprimorar.
Como era esperado, isso depende caso a caso, mas testando diversos games no PS5 Pro, os resultados são mistos. Alguns parecem quase iguais, outros melhoram problemas eventuais do PS5 e somente um punhado deles realmente fez a diferença.
Jogos no PS5 Pro variam entre excelentes e pouco notáveis
Antes de mais nada, vale um lembrete: o PS5 Pro, assim como qualquer outro console, é uma plataforma fechada. E o que isso significa? Que não importa o poder bruto ou tecnologias que o console tenha a oferecer, quem faz bom ou mau uso desses recursos são as desenvolvedoras.
Por conta disso, os resultados variaram caso a caso, motor gráfico a motor gráfico e como a implementação do PSSR aconteceu (tópico que abordarei mais abaixo). No geral, o PS5 Pro atua de uma maneira esperada a um aumento nas especificações com a melhoria de qualidade de imagem e performance elevada em muitos casos.
Vamos começar pelos jogos que não possuem nenhum patch para o PS5 Pro: mesmo nesses cenários, os ganhos podem ser de 30 a 35% em desempenho, segundo canais especializados. Em outras palavras, títulos que viam quedas abaixo dos 60 fps ou até mesmo sofriam para manter 120 fps quando possível devem ser bem mais fluidos e livres de gargalos.
Porém, os mais beneficiados são os games com updates dedicados. Há uma lista generosa que cresce todo mês, mas, como destaques, colocamos alguns dos que testamos aqui, como Final Fantasy 7 Rebirth, Stellar Blade, Gran Turismo 7 e mais – além de alguns outros com diferenças menos visíveis.
Em ordem de diferenças, Stellar Blade talvez seja o jogo melhor aproveitado no PS5 Pro: o novo modo Pro e Pro Max são bem bons e mudam bastante a maneira que o antiserrilhamento é resolvido, provendo não apenas resolução mais alta, como performance estável em 60 fps e qualidade impecável.
Gran Turismo 7 é outro que usufrui do hardware de uma maneira que nenhum outro estúdio fez: além de trazer ray tracing para dentro das corridas, tem a opção de PSSR (ligado ou não), estabiliza o modo 120 fps em resolução mais alta e até mesmo oferece um modo impressionante em 8K. Opções não faltam e esse é o tipo de coisa que faz o PS5 Pro ser tão interessante.
Já Final Fantasy 7 Rebirth também muda da água pro vinho, já que o modo Performance em 60 fps sofria com uma imagem extremamente borrada, algo corrigido no PS5 Pro com um excelente uso do PSSR. Aqui, o upgrade é grande, mas menos pelo PS5 Pro e mais pela solução da Square no console base.
Outros títulos, como Dragon Age Veilguard, também se destacam ao combinar alguns fatores, como, de fato, entregar 60 fps na resolução do modo Qualidade do videogame base, além de usufruir de ray tracing mesmo em 60 quadros por segundo. Algumas desenvolvedoras realmente mostraram que o PS5 Pro é um hardware parrudo e que traz uma alternativa interessante para os que buscam um upgrade.
Entretanto, há muitos outros títulos que, honestamente, mal revelam melhorias com tanta potência extra. Assassin’s Creed Mirage tem uma resolução um pouco maior, mas à distância da TV? Mal é perceptível. Resident Evil 4 e Village oferecem a opção de 120 fps (e até com ray tracing), mas o traçado de raios é bem tímido por aqui e o ganho de performance não é gigantesco (embora seja legal ver a opção, algo que outros títulos sequer fazem).
Curiosamente, foi justamente com jogos first party da Sony que menos vi o PS5 Pro brilhar em seu potencial máximo. The Last of Us Part 1, por exemplo, ganha um aumento de resolução com PSSR que é um pouco difícil de notar. Spider-Man 2 ganha alguns efeitos extras de ray tracing e resolução maior, mas, novamente, difíceis de perceber (até mesmo com imagens lado a lado).
Outros títulos, como Ratchet & Clank Rift Apart, acabam mostrando um pouco mais de eficiência e encontram o balanço certo para trazer ray tracing, resolução maior e performance fluida. Como você pode notar, é um pouco inconsistente o quão melhor serão os games no PS5 Pro.
Além disso, alguns games first party da Sony simplesmente pularam essa otimização, como LEGO Horizon Adventures e Astro Bot. Sim, ambos já rodam em resoluções altas e 60 fps, mas não caberia um modo em 120 fps? Ou melhorias gráficas que excedem a que vemos no PS5 convencional? É realmente estranho (e levanta questionamentos se pode ser alguma limitação de CPU).
No geral, fora algumas exceções citadas no começo dessa seção, senti bastante falta de jogos que realmente mostrassem o poder do PS5 Pro. Parece que as desenvolvedoras não trouxeram grandes melhorias de forma geral com exceção de aumento de resolução e aprimoramento de uma performance que capengava no console base (está na hora de termos mais do que apenas dois modos no console).
O PSSR do PS5 Pro é uma iniciativa excelente, mas com um começo turbulento
Apesar de a Sony dizer que o poder de renderização do PS5 Pro é 45% maior que a versão base, boa parte dos exemplos e dos casos que vemos nos jogos otimizados estão utilizando o PSSR como grande diferencial: além de a resolução base ser um pouco maior, a resolução de upscale costuma ser maior também – além de tudo isso ser realizado com uma solução de IA, não apenas de software, como era o FSR.
No papel, isso é a solução moderna que temos visto em novas placas de vídeo e que, particularmente, não vejo problemas. Upscalers e IA não são vilões na construção de imagem e podem trazer resultados ligeiramente abaixo da resolução nativa, iguais ou em alguns casos até melhores. Em outras palavras, o PSSR é o “DLSS da Sony”. Então qual é o problema?
Assim como outras tecnologias em seu lançamento, o PSSR do PS5 Pro ainda está em estágios muito iniciais de desenvolvimento. Seja por ter nascido agora ou até mesmo o modelo de linguagem neural não ser tão eficiente (ou bem treinado), os resultados são inconsistentes.
Tão inconsistentes que alguns jogos simplesmente colocaram a opção de desligar ou alternar para o método anterior de upscaling, seja o TAA ou FSR. Alan Wake 2, Star Wars Jedi Survivor, Star Wars Outlaws, Silent Hill 2 Remake (agora já consertado) e muitos outros desativaram ou tiveram que corrigir defeitos porque o resultado não era muito bom. Na verdade, em alguns casos era pior do que o PS5 base.
Já em outras situações, o PS5 Pro faz um excelente trabalho com o PSSR, como é o caso dos já citados Gran Turismo 7, Final Fantasy 7 Rebirth e Stellar Blade. A qualidade do upscaler da Sony ainda tem muito caminho para aprimoramentos e não está perto do nível de um DLSS (apesar de trazer mais nitidez em alguns casos), mas quando utilizado bem traz resultados bem superiores ao FSR e até o TAA.
O PSSR em si ainda tem pontos de observação, especialmente no denoiser (ou traduzindo, ruídos que persistem na imagem), problemas para resolver desfoque de movimento e por aí vai. O quanto isso pode atrapalhar em cada game vai variar, mas, no geral, o saldo é positivo e uma ideia muito boa apesar dos contratempos.
Aliado ao PSSR, o PS5 Pro também oferece o poder bruto para oferecer resoluções base maior para o upscaling, aliando dois fatores simultâneos que aprimoram a qualidade de imagem. Porém, isso realmente ajuda na hora da jogatina?
Honestamente, em alguns casos a diferença pode ser de dia e noite. Stellar Blade, Dragon Age The Veilguard e Final Fantasy 7 Rebirth, por exemplo, são claramente jogos muito melhores no PS5 Pro. Entretanto, também há uma ressalva que se trata menos da qualidade do Pro e mais sobre a qualidade desses jogos no PS5 base.
Final Fantasy 7 Rebirth claramente utiliza uma técnica muito antiga da Unreal Engine 4, Stellar Blade até possui boa qualidade de resolução, mas com anti-aliasing ruim, enquanto Dragon Age opta pelo FSR a partir de uma resolução base muito baixa, criando artefatos esperados da tecnologia.
Já títulos como Gran Turismo 7 (com exceção do modo 8K, claro), Resident Evil 4, Resident Evil Village, Assassin’s Creed Mirage e mais se mantém praticamente idênticos, enquanto God of War Ragnarok oferece tanto a opção de TAA convencional quanto o PSSR, que traz performance pior por algum motivo – ou, na verdade, mostrando que a tecnologia de upscaling da Sony tem um peso maior do que o esperado para funcionar no PS5 Pro.
E, em alguns casos, como Star Wars Jedi Survivor, a qualidade até é aprimorada, mas ainda é aquém do que esperávamos da promessa de um “modo Qualidade com 60 fps”. No fim, cabe às desenvolvedoras optarem pela melhor forma de uso do hardware.
Uma alternativa de PC para o consolista (mas talvez o PS5 já seja bom suficiente)
É inegável que sem um novo Xbox de meio de geração e com a Nintendo focada em hardwares mais simples, o PS5 Pro é a única solução para quem ainda prefere os consoles ao PC como plataforma principal. E, nesse aspecto, o PS5 Pro entrega bastante. Bastante mesmo!
Nesse momento, o ecossistema do PlayStation 5 Pro é o ambiente mais avançado que um jogador de console pode ter. E, em muitos casos, os ganhos e diferenças podem ser grandes suficiente para que o entusiasta por hardware se sinta seguro suficiente para fazer o upgrade.
Melhor performance, melhor resolução, possível qualidade de upscaling melhor que a do PS5 base e até mesmo jogos do PS VR2 se beneficiam com o poder de fogo extra que o PS5 Pro traz por baixo do capô. Para quem investe e continua a se manter fiel no ecossistema da Sony, é uma escolha realmente válida.
Contudo, ainda acho que há pontos a serem refinados como, por exemplo, a biblioteca do console não ter uma tag ou um filtro para identificar quais jogos tiveram aprimoramentos para o PS5 Pro, algo bem útil para identificar títulos que rodam melhor na sua nova aquisição.
E, o outro ponto, é mais subjetivo, mas vale a reflexão: talvez o PlayStation 5 original já seja bom suficiente para todos. Sim, sabemos que a nova geração chegou com a promessa de 4K e 60 fps que não foi atendida (e, se você entende de hardware, vai saber também que isso também não será possível no Pro), mas a realidade é que os jogos já eram bons o suficiente, diferente de quando víamos títulos em 720p e performance capenga no PS4 (e o PS4 Pro ajudava bastante).
Sim, investir no PSSR para aprimorar o upscaling é ótimo e implementa técnicas modernas de machine learning (que vieram para ficar e essa é a realidade), aumentar a resolução traz uma claridade visual aprimorada e mais limpa, e ter o poder sobressalente para impedir quedas de performance ajudam muito a aparar arestas.
O hardware do PS5 Pro, por mais polêmico que o console tenha sido, é muito bom, mas não fará milagres. Ele ainda é uma ótima opção para entusiastas e jogadores de nicho que estão confortáveis em pagar mais para receber mais. O problema, no entanto, está em outro lugar.
O preço do PS5 Pro está errado
Se você está interessado no PS5 Pro e até o momento não o adquiriu ou não tem planos de pegar um, provavelmente o motivo é apenas um: o valor. Sabemos que no Brasil o valor tabelado do console base já não é a coisa mais acessível do mundo, mas com promoções e parcelamento, acaba se tornando viável para muita gente.
Mas R$ 7 mil? E não se engane, essa precificação foi criticada até mesmo nos EUA, sem considerar impostos e taxas bem altas de importação para o Brasil. O valor, até mesmo para o americano, é bem elevado.
E não me entenda errado. A descrição do que qualidade significa pode ser “atender à sua necessidade” e, por essa ótica, talvez o PS5 Pro até valha para algumas pessoas que realmente desejam o poder extra dessa excelente máquina premium.
A discussão não é sobre o poder aquisitivo do brasileiro e a chance de comprar o PS5 Pro, é simplesmente o valor não fazer muito sentido com o hardware implementado. Eu tentei evitar ao máximo a comparação com o PC nesse review, mas é inevitável: é difícil entender o valor quando há computadores similares em performance, mas mais baratos ou tão próximos.
Recentemente, montei um PC com processador bem acima do que o PS5 Pro entrega (Ryzen 5 7600), 32 GB de RAM DDR5 e uma GeForce RTX 4060 Ti, que fica um pouco abaixo do poder bruto do console da Sony (que teria algo equivalente a uma 7700XT da AMD ou RTX 4070 da NVIDIA), mas ainda com vantagens como o DLSS 3 e o próprio DLSS 2, que apresenta qualidade de upscaling bem superior (e que vai melhorar ainda mais em breve). O preço? Exatos R$ 6.076, quase R$ 1 mil abaixo.
No PC, ainda é possível rodar os jogos da sua forma, como, por exemplo, Control: o PS5 Pro não teve um patch para o game e ainda roda da mesma maneira que antes, com modos em 1080p com quedas abaixo dos 60 fps ou em 1440p e 30 fps com um uso bem limitado de ray tracing (já no PC, você pode rodar em 1080p com tudo no Ultra, incluindo ray tracing).
Novamente, isso não é uma evangelização para dizer que o PC é melhor, apenas para reforçar um ponto importante. Historicamente, os consoles sempre se sobressaíram com duas vantagens que o PC nunca pôde entregar: preço e comodidade. Afinal, a Sony lucra 30% com cada venda na PSN e distribuição física, estratégia que sempre tornou viável se dar ao luxo de perder dinheiro com a venda de consoles (ao menos no início da geração).
Entretanto, não sabemos exatamente o que aconteceu aqui. O PS5 Pro poderia ser mais barato, nem que fosse um pouco mais barato: ele deveria ter um preço competitivo a ponto de um PC não ser uma alternativa. Sabemos que o mercado mudou, a distribuição e estoques de aparelhos eletrônicos está diferente, a produção encareceu e por aí vai, mas é difícil justificar o preço do videogame premium.
Novamente, justificar o preço, não a máquina. Até o momento de publicação desse review, o PS5 Pro já chegou a aparecer em alguns varejistas em promoção por R$ 5.700 até R$ 6.000, um valor bem mais convidativo e justo pelo hardware que entrega. É difícil mencionar “custo-benefício” em produtos premium e eu não gosto de associar qualidade à preço, mas dessa vez talvez valha a pena esperar uma boa oferta.
Vale a pena comprar um PS5 Pro?
Eu acho que se você chegou até aqui neste review do PS5 Pro, já deve ter notado que, no fundo, o console não é ruim: pelo contrário, a iteração premium desta geração trouxe até algumas atualizações surpreendentes e dignas de o colocarem como uma ótima opção de compra. Não é perfeito, claro, mas bem interessante, especialmente para pessoas que não querem migrar para o PC.
O grande pecado capital do PS5 Pro é a faixa de preço que foi oferecido ao mercado: R$ 7.000 ou US$ 700 é muita coisa. Muita, muita coisa. Na geração passada, vimos a Sony inserir o PS4 Pro no mercado pelo mesmo valor do PS4, que sofreu uma redução de preço para ter dois produtos diferentes e pasmem: era US$ 400 ou R$ R$ 2.999 (que já era considerado caro para o nosso país). Tudo isso sem um leitor de disco integrado no pacote, vale lembrar.
A grande vantagem dos consoles por uma margem grande sempre foi o seu valor competitivo. Ou, traduzindo de uma forma mais nítida, era muito mais caro montar um computador parecido com as mesmas especificações. O motivo sempre foi bem claro e aparente: os consoles perdiam dinheiro para aumentar a base de unidades e ganhar na porcentagem de vendas softwares (jogos).
O que era de nicho, ficou ainda mais agora com esse preço, tornando a concorrência de outras opções maior. Será que nessas condições realmente não vale a pena investir em um PC (até potencialmente mais barato e melhor) e aproveitar todas as opções e benefícios de outra plataforma? Final Fantasy 7 Rebirth no PS5 Pro pode ser um claro exemplo disso, mesmo sendo um dos jogos a aproveitar bem o console (mas tem melhorias adicionais no PC).
A realidade é que não teremos uma resposta tão fácil nesse momento. Não sabemos como será o suporte a longo prazo para o PS5 Pro, como o PSSR vai evoluir daqui para frente e o quão vantajoso será o console nos próximos anos.
Particularmente, por mais impressionante que o PS5 Pro seja em alguns aspectos, eu não teria um nem conseguiria recomendar de olhos fechados. Não é como trocar uma placa de vídeo do PC, uma analogia que muitos fizeram, e é uma pergunta que você deve se fazer de acordo com o seu uso e, ainda assim, saber que se trata de um produto caro e que traz vantagens às vezes não tão óbvias.
Veja também:
Em contrapartida, o PS5 Pro também traz um hardware bem competente que pode ser um excelente aparelho nas mãos das desenvolvedoras certas e dar uma diferença grande em relação ao modelo base, podendo atender a uma parcela do público que espera mais vantagens gráficas no conforto da sala e no ecossistema de consoles.
O PS5 Pro pode não ser perfeito, mas ele é sim uma boa opção de hardware: a única pergunta é se você acha que vale a pena o investimento.
*O PS5 Pro foi gentilmente emprestado pela Sony para a realização desta análise.
PS5 Pro
Prós
- Hardware de ponta que pode entregar bastante
- A ideia do PSSR foi um golaço para a geração
- Corrige diversos problemas do PS5 Base
- Design elegante e bem refrigerado
- A melhor alternativa de hardware para um consolista
Contras
- Preço elevado
- Sem tags ou filtros para jogos otimizados no sistema
- Alguns jogos e uso do PSSR estão aquém do hardware
- Não contém leitor de discos e suporte vertical
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