Review: Horizon Zero Dawn Remastered é um trabalho bem feito
Desnecessário a alguns e bem-vindo a outros, Horizon Zero Dawn Remastered traz uma série de melhorias técnicas
ma das principais características da franquia Horizon é seu visual exuberante, algo que denota os esforços da Guerrilla Games em conseguir transitar de um shooter futurista como Killzone para um mundo tribal de ficção científica como Horizon Zero Dawn.
Lançado em 2017 no PS4, o primeiro jogo de Aloy continua sendo forte cartão-postal da plataforma, e agora, sete anos depois, recebe uma remasterização para chamar de sua – algo tradicional no modus operandi da Sony – numa plataforma superior, o PS5, em Horizon Zero Dawn Remastered.
O trabalho ficou a cargo do estúdio Nixxes, que já realizou outras adaptações de jogos do PlayStation a uma plataforma diferente. Os feitos técnicos dessa remasterização mostram que não houve preguiça aqui não. Confira!
Horizon Zero Dawn Remastered: melhorias faciais em mais de 10 horas de regravações
O primeiro aspecto fundamental dessa remasterização foi ter corrigido um dos pontos em que o original mais pecou: as expressões dos personagens com quem Aloy interage. Foram mais de 10 horas de conversas regravadas, com novas capturas de movimento que resultaram em animações mais fluidas e gestos faciais que, agora sim, estão condizentes com a proporção do jogo.
Os personagens da história foram atualizados para um tratamento de PS5, deixando Horizon Zero Dawn Remastered próximo de Horizon Forbidden West em termos de fidelidade gráfica, que se traduz em trechos reanimados, melhor iluminação e texturas mais encorpadas.
A remasterização entrega 60 fps com estabilidade e visual de ponta, sem tanto sacrifício em nenhum dos dois lados
Modos gráficos e um anti-aliasing mais moderno
Seguindo o modelo de Forbidden West, Horizon Zero Dawn Remastered oferece três modos gráficos, sendo um focado em resolução, que mira no 4K nativo (isto é, 2160p) e roda em 30 fps, um voltado ao desempenho, que faz 60 fps e, para isso, ligeiramente sacrifica o visual, e o modo equilíbrio, que atinge uma média de 40 fps num bom balanço de gráficos. Nessas duas últimas opções, a média alcançada na contagem de pixels fica um pouco abaixo dos 1800p.
O anti-aliasing, técnica para corrigir serrilhados e exibir uma imagem mais suavizada, foi atualizado para as capacidades do PS5, novamente aproximando Zero Dawn de Forbidden West em correspondência visual. Montanhas, roupas, armaduras dos inimigos robóticos, vegetação e edificações ganharam um toque de riqueza adicional – digo “adicional” se considerarmos que o original é, até hoje, um belíssimo prato servido no PS4.
Detalhes menores também podem ser vistos com boa visibilidade. Elementos como nuvem, shaders de cabelo e pele foram aprimorados. Além disso, diversos objetos, entre eles a mencionada vegetação, são renderizados dentro de uma distância maior, melhorando o quadro geral da experiência. É como se fosse uma pintura que recebeu retoques nos pontos necessários.
Mixagem de som refeita e DualSense totalmente aproveitado
Para além daquilo que o jogador vê na tela, o áudio de Horizon Zero Dawn Remastered e a resposta tátil do DualSense buscam ampliar um pouco mais a imersão. A mixagem de som foi totalmente refeita e agora é compatível com a tecnologia Tempest 3D Audio Tech2, oferecendo um sistema ambisonics e renderização Atmos.
O DualSense também ganhou mais protagonismo com a resposta tátil e os gatilhos adaptáveis. Além disso, há um novo recurso opcional de acessibilidade que utiliza resposta tátil e sonora para notificar os jogadores sobre elementos interativos, anteriormente indicados apenas por meio de um ponteiro visual.
Essa não é a única novidade dentre os recursos de acessibilidade disponíveis em Horizon Zero Dawn Remastered: ele oferece um vasto leque de possibilidades que buscam ampliar a experiência a um público ainda maior.
Veredito
A pergunta cabalística é sempre a mesma: vale a pena? Você, jogador, é a melhor pessoa a encontrar essa resposta. Enquanto remasterização, Horizon Zero Dawn Remastered é um produto bem acabado de ponta a ponta, mostrando que o estúdio Nixxes não está a passeio para mostrar o valor de sua competência. Ajustes finos ainda podem ser feitos, especialmente em alguns pontos de viagem rápida que estão bugados (um deles chegou a travar o jogo).
Se você é um fã incondicional da franquia, ninguém vai te impedir de revisitar a primeira parte da jornada de Aloy tratada num nível de PS5. Se você ainda não teve contato com a série, a versão remasterizada é, definitivamente, o melhor convite para isso. Mas se você está satisfeito com o original, que sim, permanece lindo até hoje, não verá necessidade alguma nesse remaster, que melhora o que ainda funciona muito bem. Talvez lá no PS6 fizesse mais sentido? Sim. Aos que já possuem o original, físico ou digital, o upgrade sai por R$ 50.
Lembrando que Horizon Zero Dawn Remastered também estará aprimorado no PS5 Pro, a ser lançado em novembro de 2024. Use o espaço de comentários aqui embaixo para contar a nós sua relação com a franquia!
Analisado no PS5.
Um código de Horizon Zero Dawn Remastered foi gentilmente cedido pela Sony para a realização desta análise.
Horizon Zero Dawn Remastered
Publisher: Sony
Desenvolvedora: Nixxes
Plataformas: PS5 e PC
Lançamento: 31/10/2024
Tempo de review: 10 horas
Enquanto remasterização, Horizon Zero Dawn Remastered é um produto bem acabado de ponta a ponta. Vale muito mais a quem não jogou do que aos que já conhecem
Prós
- Remasterização honesta e bem executada tecnicamente
- Trechos regravados para expressões faciais melhoradas
- Visual enriquecido nos detalhes e no quadro geral
- Versão definitiva a quem nunca jogou
Contras
- Remasterização "precoce" de um produto ainda lindo
- Bugs ocasionais em viagens rápidas requerem ajustes
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