Review: Ghost of Tsushima de PC é mais um port exemplar da Sony
Ghost of Tsushima chegou ao PC e, pelo jeito, a Sony acertou de vez nos ports (incluindo troféus); confira nosso review completo
Sony teve um começo turbulento nos ports de PC, culminando no lançamento conturbado de The Last of Us Part 1. Entretanto, as coisas melhoraram (e bastante), e Ghost of Tsushima é o novo lançamento. Após a conversão exemplar de Horizon Forbidden West, será que temos outro trabalho excelente da Nixxes em mãos?
Felizmente, esse parece ser mais um dos casos bem positivos. Na verdade, positivo talvez não faça jus: Ghost of Tsushima é o tipo de port que dá gosto, oferecendo boa otimização para diferentes tipos de hardware, dos mais poderosos aos mais modestos, traz as melhores tecnologias da atualidade e ainda consegue trazer algumas opções gráficas superiores.
Ah, e como bônus: agora temos uma interface do PlayStation para visualizar amigos que jogam no console, ter crossplay no modo multiplayer e ainda coletar troféus!
O Flow Games testou bastante a campanha, tanto em um PC parrudo quanto em um ROG Ally, e traz para você o veredito do jogo, lançado no último dia 16.
Tudo que temos no PS5, temos no PC
Assim como os demais ports de PC da Sony, Ghost of Tsushima vem em sua versão “Director’s Cut”, que, basicamente, traz todos os complementos possíveis para o game, como o DLC Ghost of Ikishima, o modo multiplayer Lendas, alguns bônus estéticos e por aí vai.
Em suma, você tem o pacote completo. Porém, antes de mais nada e de começar a dissecar a versão de computador: o jogo vale a pena? Mesmo que seja o review da versão de PC, não importa o quão boa ela seja se o game não for uma boa opção. Não vou me estender muito, mas aqui vai um resumo.
Ghost of Tsushima, para mim, é um dos jogos mais incríveis da Sony desde a geração do PS4. O tal conceito de “jogo filminho”, as experiências extremamente cinematográficas e pouco interativas, dividem opiniões. Entretanto, essa campanha de mundo aberto consegue misturar o clima de cinema, polimento alto e doses altas de gameplay.
Não é incomum você ouvir por aí opiniões como “é o Assassin’s Creed que deu certo”, que, de certa forma, não estão erradas. Ghost of Tsushima tem um mundo aberto extremamente competente, com atividades variadas, indo de escrever poemas, encontrar santuários a derrotar bases inimigas, tudo sem inflar além da conta.
O combate é bem solto, fluido e cheio de movimentos lindos, mas é principalmente extremamente divertido, do tipo que você se força a procurar oponentes no mapa só para aproveitar sempre que pode. Além de combinar diferentes estilos com a katana, Jin, o protagonista, também tem a furtividade ao seu lado.
É a mistura perfeita entre o sistema de luta à la Batman Arkham (mas com espadas) e o estilo furtivo que vimos em tantos outros Assassin’s Creed. A progressão é ótima, as habilidades skills são impactantes na jogatina, há diversas ferramentas à disposição e muito mais.
A campanha apresenta um ritmo excelente, sem cansar com atividades secundárias morosas, as missões principais têm a duração certa e Sucker Punch consegue apresentar um misto que agrade diversos públicos.
O que eu não sou muito fã é da história que, apesar de ser bacana, não é tão memorável quanto poderia ser (e isso é ainda mais acentuado no DLC Ghost of Ikishima). As expressões faciais não são das melhores e até hoje persiste a sincronização labial apenas para o áudio em inglês – seria muito legal ver isso em japonês.
Bem otimizado para hardwares simples e parrudos
Se você espera gráficos elevados acima da qualidade do PS5 em Ghost of Tsushima no PC, terá um misto aqui. Apesar de haver alguns elementos melhores, como distância de renderização (especialmente da folhagem), a maior vantagem fica com a performance e resoluções altas que hardwares mais parrudos entregam.
O novo port da Nixxes vai um pouco além do que vimos em Horizon Forbidden West e comparações lado a lado mostram que as configurações no Ultra vão entregar screenspace reflections mais definidas, detalhes no horizonte renderizados e alguns extras, mas nada muito além.
Certamente, Ghost of Tsushima continua sendo um jogo espetacular em sua apresentação visual que contempla tanto alguns elementos realistas quanto a direção de arte soberba – a interface minimalista com elementos da natureza como guia continuam e continuarão atemporais.
Entretanto, seria interessante ver uso de ray tracing, redução de pop-in ou qualquer outra atualização visual para aproveitar hardwares melhores, mas não há nada de errado em manter a qualidade que vimos no PS5 anteriormente.
No meu setup, que tem uma GeForce RTX 4090 e um i7-13700K, Ghost of Tsushima rodou na casa dos 170 a 190 fps com DLSS Qualidade, DLSS 3 (com geração de frames) e tudo no Ultra. Certamente, um PC potente conseguiria bem (afinal, é essencialmente um título de PS4), mas nem sempre ports de PC escalam bem para hardwares mais modestos.
Felizmente, esse não é o caso de Ghost of Tsushima de PC: como parâmetro, rodei a experiência de mundo aberto da Sucker Punch em um ROG Ally e, surpreendentemente, foi um dos títulos que mais me surpreenderam até hoje. Capaz de rodar com tudo no Alto (uma qualidade acima do PS5, diga-se), a média foi de 35 a 40 fps em 1080p com FSR 3 Qualidade.
ROG Ally:
Com a possibilidade de usar a geração de frames da AMD, a média foi de 60 a 70 fps. Em uma telinha menor, de 7 polegadas, e em resolução nativa, temos uma apresentação fora de série e um dos títulos mais bonitos de ver rodando em um ROG Ally. E, se roda no ROG Ally, pode ter certeza de que seu PC mais modesto dá conta.
Entretanto, Ghost of Tsushima não passa batido sem uma pequena dose de probleminhas. São simples e facilmente corrigidos em sua maioria, mas vale a menção por aqui.
O primeiro deles é um dos principais vilões da atualidade: o uso alto de VRAM. Alguns usuários reportaram nas redes sociais que placas de vídeo com 8 GB de memória podem sofrer quedas bruscas de desempenho quando rodam Ghost of Tsushima com texturas no Alto e resoluções maiores, como 4K (viagem rápida ou reiniciar o jogo parecem resolver).
Para evitar problemas, coloque as texturas no Médio se optar por resoluções como QHD ou 4K – ou teremos que esperar alguma atualização que TALVEZ corrija esse caso.
Durante a jogatina, também me deparei com alguns bugs gráficos aqui e ali, como uma faixa preta intermitente no canto superior da tela em algumas cenas, desfoque de fundo cintilante quando DLSS é usado, alguns bugs de certos botões do DualSense não funcionarem e por aí vai.
Ghost of Tsushima é um daqueles ports exemplares de PC
Gráficos acima do PS5, muito bem otimizado, launcher prévio pra mudar configs antes de iniciar o jogo, dá pra ver mudanças de gráficos em tempo real, tem DLSS 3, FSR 3 e o que tiver direito
No PC, rodando tudo Ultra, 1440p… pic.twitter.com/mmkrhNS1IT
— Vinicius Munhoz (@viniciussmunhoz) May 20, 2024
O que mais incomodou, no entanto, foi a taxa de atualização da rotação da câmera em Ghost of Tsushima. Mesmo rodando em framerates altíssimos, superando os 200 fps em alguns momentos, a câmera não acompanha essa mesma taxa, gerando uma sensação de micro travamentos, mesmo sem a performance cair. Além disso, alguns efeitos e shaders, com alguns efeitos do vento, rodam em taxas de quadro reduzidas, criando uma inconsistência. Com sorte, veremos isso corrigido no futuro.
DLSS 3, Reflex, configurações em tempo real e mais
Por ser um port de PC, sempre gosto de trazer alguns benefícios e olhar com uma atenção extra a algumas adaptações que creio serem importantes. Nestes quesitos, Ghost of Tsushima praticamente tira nota 10.
Já de cara, Ghost of Tsushima de PC acerta em trazer um launcher antes de iniciarmos o game, oferecendo opções para trocar o monitor, configurações gráficas, taxa de atualização e mais, ideal para quem não quer ter problemas antes mesmo de o título iniciar.
Além disso, temos excelentes tecnologias em uso, como o DLSS 3 (com geração de frames), NVIDIA Reflex para diminuir o input lag, além de todos os upscalers do mercado, como o FSR 3 (com geração de frames) e até mesmo o XeSS para donos de GPU Intel.
Assim como Horizon Forbidden West, a versão de PC de Ghost of Tsushima tem HDR, suporte a ultra e super ultrawide (mesmo que o seu monitor não seja, criando barras pretas), suporte a mouse e teclado que funcionam muito bem e mais.
Além disso, é possível ver as mudanças de configurações gráficas em tempo real, ideal para notar as mudanças visuais de cada opção. Para ficar perfeito, seria ideal ver o impacto de cada uma delas na CPU e GPU, além de uma explicação do que alteram na apresentação.
Por fim, Ghost of Tsushima também estreia um novo recurso da Sony: a integração com a interface da PSN – que é totalmente opcional. Desta forma, você pode coletar troféus para a sua conta, ver seus amigos online e até combinar partidas no modo Lendas. Tudo funciona muito bem e é muito bacana a integração (mas seria legal a opção de importar o save do PS5).
Ghost of Tsushima de PC vale a pena?
Ghost of Tsushima é um jogo incrível: talvez ele conecte melhor com alguns jogadores do que com outros, mas, para mim, é um dos melhores exclusivos da Sony dos últimos muitos anos. A conversão para PC era uma questão de boa otimização, mas acabou emplacando em um pacote completo.
Se rodar bem era a sua única preocupação, pode ir de olhos fechados. PCs parrudos vão rodar extremamente bem e computadores modestos dão mais do que conta do recado. Esse é o tipo de port que os fãs esperam, aqueles que a única decisão na compra é se o estilo do título agrada.
Com geração de frames, suporte para ultrawide (e super ultrawide), boa conversão para mouse e teclado, launcher para configuração prévia e até mesmo um sistema da PSN para coleta de troféus para os mais puristas de PlayStation: tudo isso e mais encontramos em Ghost of Tsushima.
Há algumas arestas aqui e ali para serem aparadas, como o uso de VRAM e alguns bugs gráficos bem ocasionais, mas nada que alguns updates não deem conta. Se você gosta de mundos abertos muito bem-feitos, Ghost of Tsushima é um jogaço para se ter na conta.
Ghost of Tsushima de PC foi gentilmente cedido pela Sony para a realização desta análise.
Ghost of Tsushima PC
Publisher: PlayStation
Desenvolvedora: Nixxes
Plataformas: PC
Lançamento: 16/05/2024
Tempo de review: 12 horas
Ghost of Tsushima de PC é um dos melhores ports da Sony, bem-otimizado até para hardwares fracos e ainda oferece uma campanha de mundo aberto incrível.
Prós
- Port muito bem-otimizado para qualquer PC
- Gráficos e direção de arte se mantêm fortes até hoje
- Launcher prévio para mudanças de configurações
- Uso de boas tecnologias, como DLSS 3 e FSR 3
- Integração da PSN e até troféus para versão de PC
- Mundo aberto extremamente competente
Contras
- História tem momentos insossos
- Alguns bugs visuais e alto uso de VRAM
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