Review: Galaxy Book3 Ultra com i9 e RTX 4070 vale o upgrade?
Depois de analisar a versão "padrão" do Galaxy Book3 Ultra, o Flow Games encara a edição com hardware turbinado; veja o que achamos
o finalzinho de junho deste ano, o Flow Games deu um passo ousado: foi além das análises de jogos e publicou seu primeiro review de hardware. Na ocasião, o recém-lançado Galaxy Book3 Ultra, da Samsung, serviu como test drive para essa nova expansão para o mundo da tecnologia – sempre ligado aos games, é claro.
Agora, meses depois, voltamos à mesma família e categoria de computador para uma nova avaliação, desta vez de um modelo ainda mais parrudo do notebook, trazendo não só processador, como também um GPU mais forte que da edição “normal” do equipamento.
Este não é mais o primeiro review de produtos do Flow Games, mas é a primeira vez em que voltamos a um dispositivo para conferir como especificações mais fortes afetam – ou não – sua experiência com o aparelho. Bora lá? Só venha!
O retorno do Galaxy Book3 Ultra
Embora a família Galaxy Book3 tenha chegado ao país em maio de 2023 – num evento que contou com a cobertura presencial da nossa equipe –, só foi em meados de agosto que a versão mais turbinada do notebook top de linha da série deu as caras por aqui.
Boa parte das configurações do dispositivo da Samsung seguem as mesma em relação à versão anterior do Galaxy Book3 Ultra, incluindo a vistosa tela AMOLED de 16 polegadas e resolução 3K, o SSD ultraveloz de 1 TB e os competentes alto-falantes da AKG.
As grandes diferenças de um produto para o outro são o processador, que salta de um Intel Core i7-13700H para um i9-13900H (ambos de 13ª Geração); e a substituição de uma Nvidia GeForce RTX 4050 por uma RTX 4070 (ambas feitas sob medida para notebooks).
Abaixo, você pode conferir as especificações técnicas completas do equipamento que testamos para essa análise:
Especificações técnicas – Samsung Galaxy Book3 Ultra
- Processador: i9-13900H de 13ª Geração
- Placa de vídeo: Nvidia GeForce RTX 4070 para notebooks
- Memória: 32 GB (LPDDR5, 6GHz)
- Armazenamento: 1 TB SSD
- Tela: 16 polegadas, AMOLED Dinâmica 2X, resolução 3K (2880×1800), proporção 16:10, taxa de atualização de até 120 Hz
- Bateria: 4 Células (73,8 Wh)
- Carregador: 100 W
- Portas: 2x Thunderbolt 4, 1x UBS 3.2, 1x HDMI 2.0, entrada cartão microSD, plug para fone de ouvido
- Conectividade: Bluetooth v5.1, Wi-Fi 6E 802.11 ax 2×2
- Espessura: 16,5 mm
- Peso: aproximadamente 1,79 kg
Apresentação e experiência geral
Grande parte das observações que fizemos no review original do Galaxy Book3 Ultra se mantêm para a versão com hardware turbinado: trata-se de um notebook elegante, com tamanho de gente grande, mas peso e espessura de equipamentos menores.
Isso se dá desde o primeiro contato com o produto, graças a uma embalagem minimalista bonita e que, logo de cara, te entrega tudo que você precisa: um carregador compacto e bastante poderoso, um cabo USB-C de tamanho generoso e, claro, o laptop propriamente dito, protegido externa e internamente por papéis de seda.
Como o design segue o mesmo do irmão mais humilde: dispensando extravagâncias, luzes coloridas e visual agressivo para apostar na sobriedade, com uma carcaça chumbo muito bonita, acabamento de qualidade e uma boa disposição de elementos.
Por isso, temos uma máquina que pode figurar tanto no cantinho gamer de um inveterado pela boa e velha jogatina quanto na mesa de trabalho de um diretor de arte, editor de vídeo, arquiteto, artista 3D ou outras profissões que valorizem mais o poder de fogo do aparelho do que as luzes RGB.
Nessa nova edição, o Galaxy Book3 Ultra segue com um teclado retroiluminado (padrão ABNT2) delicioso para digitação – e com brilho amplamente customizável –, portas numerosas e bem distribuídas pelo corpo do notebook, e um sensor de digitais que permite usar a biometria como chave para login seguro no Windows 11.
Destaques e deslizes
Quando falamos dos destaques do pacote, a seleção do novo Galaxy Book3 Ultra se mantém praticamente a mesma do que a da versão anterior, com direito a uma adição que, para nós, acabou sendo inesperada:
- A espaçosa tela AMOLED Dinâmica 2X é linda de morrer, com brilho, contraste e reprodução de cores fantásticos, amplificados pela inusitada resolução de 2880×1800 pixels e pela taxa de atualização de até 120 Hz. A finalização brilhante torna sim tudo mais vívido, mas pode causar reflexos indesejados em locais mais iluminados;
- Embora mesmo os melhores alto-falantes de notebooks seja apenas OK, o combo quádruplo de caixas de som integradas da AKG do Galaxy Book3 Ultra parecem fugir da regra com uma boa combinação de agudos e médios (com graves decentes) e que chamam atenção mesmo em volumes mais baixos;
- Surpreendentemente, continuamos apaixonados pelo touch gigantesco do equipamento da Samsung. Mesmo que sejamos defensores ferrenhos do mouse, é inegável que o trackpad com tamanho avantajado é muito gostoso de se usar, preciso nas ações dentro do Windows e traz uma boa quantidade de gestos para facilitar rolagem de páginas, ampliar imagens, alternar entre aplicativos e outras funções práticas do dia a dia.
Já no quesito “podia ser melhor”, temos uma lista de suspeitos que é praticamente um repeteco do review passado:
- Apesar de o Wi-Fi 6E bater um bolão caso você tenha um roteador compatível, faz muita falta uma conexão RJ45 (Ethernet) para aproveitar os benefícios de uma rede cabeada – testamos com um hub USB-C com a porta e o combo ficou impecável;
- A tampa superior do Galaxy Book3 Ultra era e continua sendo um verdadeiro imã para digitais, mesmo se você for muito cuidadoso na hora de manusear o produto;
- Não mencionamos isso antes, mas vale dizer: a qualidade da webcam fica devendo um bocado. Ao que parece, a decisão de adicionar um display tão grande e quase sem bordas no computador acabou limitando o quão grande a lente ou o sensor da câmera frontal poderia ser. O resultado é uma imagem um pouco lavada e com pouca nitidez que até serve para reuniões de trabalho, mas não vai valorizar você numa gravação de vídeo, por exemplo.
Eu quero benchmarks, Flow Games!
Ok, ok. Para que você não tivesse que ler nosso review anterior da versão base do Galaxy Book3 Ultra, resumimos aqui tudo que faz desse notebook algo digno de nota, passando por suas características visuais, facilidades de uso e prós e contras do brinquedinho.
É no cérebro do aparelho, no entanto, que reinam as diferenças do novo modelo: o processador i9 de 13ª geração da Intel e a placa de vídeo RTX 4070 da Nvidia para laptops. Não por acaso, esses são os pontos que mostram sua diferença para o combo anterior por meio de benchmarks e, claro, testes com jogos.
Como já dissemos anteriormente, prezamos a nossa experiência direta com o produto como forma de diferenciar nossa análise de produtos daquela mais formal (e organizada) feita pelos nossos colegas do sites de tecnologia. Por isso mesmo, escolhemos games que ou estão no nosso radar no momento ou são interessantes para colocar à prova o hardware – e não necessariamente o que rodamos da vez passada.
Mas não se preocupe, além de brincar com Forspoken, Portal with RTX, Counter-Strike 2 e Baldur’s Gate 3 no Galaxy Book3 Ultra, também fizemos o notebook dar aquela esmerilhada num benchmark da Capcom e em não um, mas dois testes sintéticos para ver os números brutos do gadget da Samsung. Se liga:
- Forspoken Demo: na resolução padrão e com tudo no máximo, apenas com DLSS 2, ficamos entre 45 e 50 fps. Ativando a recém-implementada geração de quadros do FSR 3, da AMD, batemos 70 a 80 fps nas mesmas configurações. Por fim, baixando para 1080p e com DLSS 2 ativo, cravamos em 60 fps sem prejudicar a qualidade de imagem.
- Portal with RTX: esse é aquele game em que a CPU dorme e a placa de vídeo trabalha. Infelizmente, na resolução nativa do Galaxy Book3 Ultra, o passeio pelo laboratório da Aperture ficou injogável. Mudando para 1080p, ficamos quase que constantemente acima dos 60 fps, mas o path tracing pesa na GPU quando há muitas superfícies reflexivas em cena.
- CS2: substituindo o bom e velho CS:GO, a nova versão de Counter-Strike segue sendo o teste de FPS máximo da máquina. Com tudo no máximo e em 1800p (3K), ficamos o tempo todo acima dos 100 fps. Com FSR ligado – já que o game não tem suporte a DLSS –, é muito fácil chegar e, em alguns casos, ultrapassar a casa dos 150 fps.
- Baldur’s Gate 3: o mais recente 10/10 aqui do site do Flow Games pode ser exigente. Na cidade principal do Ato 3, o trecho mais pesado do RPG em turnos, a jogatina fica entre 45 e 50 fps na resolução padrão. Quanto alteramos para 1080p, ficamos muito mais próximos dos 60 fps na região. Em dungeons, locais fechados em geral e nos Atos anteriores, o game fica tranquilamente na faixa dos 75 a 90 fps – com tudo no máximo e DLSS 2 ligado.
No benchmark de Street Fighter 6, tivemos um leve upgrade em relação ao teste da versão anterior do Galaxy Book3 Ultra, batendo pouco mais de 100 fps no Battle Hub e passando dos 96 fps no World Tour – vindo de uma base de, respectivamente, 95 e 89 fps no review original.
O Cinebench R23 também mostrou um resultado maior, mas tímido: conquistando 1.814 pontos no processamento Single Core (utilizando apenas um núcleo do processador) e 13.803 pontos no Multi Core – comparado aos 1.766 pontos (single) e 13.500 pontos (multi) dos testes com o equipamento passado.
A novidade da vez é que, além do tradicional R23, também estreamos com o novo Galaxy Book3 Ultra uma análise com o Cinebench 2024 – liberado muito recentemente pela Maxon. Nessa edição atualizada do software – com benchmarks bem mais pesados –, o notebook da Samsung bateu 106 pontos no Single Core e 734 pontos no Multi. Vale notar que o app também traz um inédito teste de GPU, que rendeu 9.731 pontos ao PC portátil.
- Importante: fizemos todos os testes com o Galaxy Book3 Ultra na configuração mais forte de energia e desempenho. Isso garantiu que nenhum fator limitasse a performance do equipamento no processo, mas aumentou muito (mesmo) o nível de ruído do dispositivo. Vale notar que ele ficou, sim, barulhento, mas não esquentou além do normal em nenhum momento – colocando o sistema de resfriamento num empate técnico entre esses quesitos.
Ah, a gente não precisa nem dizer que, se o modelo com i7 e RTX 4050 conseguiu encarar todas as tabs do Chrome, playlists do Spotify, calls em horários indigestos, planilhas infindáveis e processadores de texto abertos sem nem pestanejar, a versão com i9 e RTX 4070 para notebooks também ia tirar tudo de letra sem problemas, né? Bom, se precisarmos falar, fica aí o recado: esse computador dá conta de muita coisa no seu dia a dia, amigo.
Software embarcado e autonomia
No que tange os softwares que essa edição do Galaxy Book3 Ultra traz de fábrica, temos exatamente o mesmo pacote da avaliação original aqui no Flow Games: uma batelada de apps e ferramentas da Samsung e um trial do McAfee que expira se você olhar torto para a ele (sério, nem precisava colocar!).
Batemos muito na tecla de que a melhor experiência é do Windows limpo e fazemos o máximo para apontar o dedo para os chamados bloatwares, que apenas incham o sistema operacional e pesam desnecessariamente na máquina. Porém, da mesma forma que notamos antes, os aplicativos da gigante sul-coreana não são de todo ruins neste notebook. Isso acontece por dois motivos:
- Eles ajudam usuários mais iniciantes a cuidarem de diversos aspectos do aparelho, de suas configurações técnicas até atualizações de firmware e drivers, além de integrações com outros app e dispositivos Samsung;
- Por conta disso, esse pacote de softwares traz muito da experiência mobile dos celulares e tablets Android da marca para o computador portátil. Se você utilizar uma mesma conta Samsung para todos aparelhos, por exemplo, consegue sincronizar muito conteúdo, preferências de sistema e fazer tudo conversar entre si praticamente sem fricção.
Como a empresa nos enviou um Galaxy Tab S9 5G junto do Galaxy Book3 Ultra, pudemos testar isso na prática. Isso porque, além de ser possível conectar ambos para transferir arquivos de um aparelho para o outro, enviar mensagens ou compartilhar notas, o tablet também pode ser usado como um display secundário para o laptop.
Essa experiência é extremamente orgânica, quase sem atrasos e amplia consideravelmente a área de atuação com o equipamento – principalmente se você já estiver acostumado a duas telas no desktop, como é o nosso caso. Basta ativar a opção de segundo display no Tab S9 e utilizar o atalho Win+K no note para que a mágica aconteça.
Em relação à bateria, sentimos que o hardware atualizado fez com que o conjunto consumisse mais energia do que antes. No modo Balanceado, o Galaxy Book3 Ultra durou pouco menos de 7 horas na reprodução de vídeo em tela cheia e com o som ligado. Tenha ciência, no entanto, que é possível expandir bastante essa autonomia em usos normais do produto e otimizando um pouco mais seu perfil de gasto energético.
Galaxy Book3 Ultra (i9/RTX 4070): vale a pena ou não?
Mesmo com o upgrade considerável no processador e na GPU, fica claro – mais uma vez – que o Galaxy Book3 Ultra é um equipamento bastante poderoso, competente e gostoso de usar, mas não é necessariamente um notebook gamer per se.
Em sua essência, o aparelho da Samsung é um laptop de produtividade absurdamente eficaz, portátil e confortável que, por conta das peças contidas nele, também podem desdobrar seu ramo de atividade para os jogos. E, acredite, ele consegue rodar boa parte dos títulos mais recentes que instalarmos nele.
No entanto, o salto de i7 para i9 de 13ª geração e de RTX 4050 para RTX 4070 para notebooks é tão reduzido que parece que usar esses componentes é como se você utilizasse uma bazuca para matar uma mosca. Isto é: teoricamente o upgrade faz sentido, mas na prática não vemos o impacto disso de forma tão relevante – pelo menos no uso que fizemos dele.
Aqui vale um adendo. Não somos ignorantes, sabemos que utilizamos games mais pesados do que da primeira vez e que preferimos manter tudo no máximo – com as tecnologias de upscaling de imagem ativas, quando disponíveis – sempre que possível, exatamente para tentar colocar à prova o novo combo de CPU e GPU.
Claramente, é possível refinar as opções gráficas de cada título testado (ou sua resolução) para travar nos 60 fps ou até mais para aproveitar os 120 Hz do belo display do Galaxy Book3 Ultra, mas esse é justamente o ponto: se fizermos isso chegamos em configurações visuais muito próximas às do modelo anterior.
É aí que entra, de verdade, a pergunta: o novo Galaxy Book3 Ultra vale a pena ou não?
Para quem quer extrair o máximo de desempenho do equipamento – seja no trabalho pesado ou nos games –, tem tempo de sobra para brincar com menus e conta com um orçamento generoso, a versão atualizada do produto pode ser interessante. Mesmo assim, com preço sugerido de R$ 25 mil (que pode chegar a R$ 18 mil em promoções), talvez valha uma olhada em outros dispositivos no mercado ou até em desktops gamers se esse for um desejo seu.
Um conclusão inesperada trazida por este review? O Galaxy Book3 Ultra com i7 e RTX 4050 para notebooks pode ser uma alternativa especialmente tentadora ao note turbinado. Afinal, o aparelho do 1º semestre ainda bate um bolão e, apesar de ter um preço sugerido de R$ 18,5 mil, pode ser encontrado facilmente por menos de R$ 14 mil – um valor ainda alto, mas que oferece um custo-benefício maior do que o do seu irmão mais novo.
Comentários
Só adicionando minha experiencia. Comprei um com o Core I7-13700H e placa RTX 4050 e no inicio fiquei bem decepcionado com o desempenho no Cinebench, comparando com reviews na internet, o primeiro deu 10200 no multicores, sempre conectado a energia e modo alto desempenho. Depois deu uma melhorada, talvez a pasta termica original foi se ajustando, mas não passava de 13000. Já tinha comprado um pasta Noctua NT-H1, fiz a troca por esta. Na troca vi que tinha um ponto “limpo” no processador e heatsink. Pensei, ta aí o problema, pasta mal aplicada. Apliquei a nova e no inicio melhorou, mas apos alguns dias, voltou a dar resultados baixos. Comprei uma Artic Silver 5, antiga, mas que sempre funcionou bem para mim, mesma coisa, no inicio boa, mas depois piora. A pasta começa a escorrer, devido a alta temperatura que estes processadores chegam. Então comprei um daquele PTM 7950 da Honeywell, no aliexpress, chegou semana passada e troquei. É um pouco delicado para aplicar, mas o resultado melhorou da água para o vinho. Cinebench R23 multi 15532, single 1873. Geekbench Multi 13319 e single 2579, pouca diferença do note como I9-13900 do nosso amigo do video. O Geekbench GPU deu 76516. No CPU-Z multicore que antes começava o teste no 6500 e baixava para 5800, agora da 7600, single 806. Um video que antes levei 13min e 40 seg para recodificar, fez em 12:20 e em temperatura ambiente MAIOR. Fazendo a medição como HWinfo, agora vejo os W chegando perto do limite dos componentes, coisa que antes ficava longe. Agora eu tambem sinto o fluxo de ar mais quente na saida, coisa que antes não acontecia, ou seja, a transferencia termica realemnte melhorou.Valeu a pena
Fui jogar no notebook ele quase pegou fogo, esquenta tanto que se usar no colo você tem queimadura de segundo grau, desafio qual quer pessoa a usar ele no colo.
Joguei meu dinheiro fora, as teclas esquenta tanto que fica desconfortável, estou suando de ficar perto do notebook, acredito que se continuar jogando nele vai queimar.
Debaixo dele está tão quente mais tão quente que não consigo ficar 15 segundos com a mão na base dele.
A Fonte dele está quase pegando fogo….