Review: Fantasian Neo Dimension é carta de amor ao JRPG

A Square Enix concedeu uma cópia para review de Fantasian Neo Dimension para o Flow Games, que conta a seguir o que achou neste review. Confira!

Fantasian Neo Dimension traz história de qualidade

Apesar de não chegar a trazer algo realmente novo, o Fantasian Neo Dimension conquista com uma história que seria digna de um Final Fantasy. A aventura começa com Leo, protagonista do jogo, sem memória, mas logo em busca de recuperá-las e entender pelo que ele está lutando.

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Logo, o Leo percebe que o mundo está sendo infectado por algo chamado Mechteria, um tipo de infestação mecânica que, em casos mais graves, é capaz até de roubar as emoções dos humanos. A história principal se desenvolve até que de forma rápida, mas demora um pouco para ter algo marcante, como uma reviravolta.

Sem saber exatamente como e de onde vem a Mechteria, somos apresentados ao Vam, um vilão que aparece pouco, mas que é convincente. Além dele, até temos alguns outros vilões, dos quais não entrarei tanto em detalhes para não dar spoilers, que atenderam minhas expectativas em partes.

De volta aos mocinhos da história de Fantasian Neo Dimension, outros personagens não demoram muito para surgir e se juntar ao Leo, sendo que neles que vemos mais um grande acerto.

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Apesar de Leo ser o grande protagonista e quase tudo girar em torno dele, a maioria dos personagens tem a sua história abordada e mostram ser relevantes, isso sem contar que é fácil se apegar a eles e ficar triste por ter de deixar alguns fora da luta devido a party limitada em três.

A dublagem adicionada em Fantasian Neo Dimension, não presente no Apple Arcade, acaba sendo bem competente e está presente em praticamente todos os diálogos. Não espere ver uma sincronia labial, mas tenha em mente que vozes de qualidade foram utilizadas.

Alguns pontos até chegam a incomodar em certas partes da história, como personagens ausentes devidos a acontecimentos, que ocorrem com mais frequência que deveriam e que demoram para acabar.

Mesmo com esses pequenos deslizes, a maioria dos acontecimentos são interessantes e ação não falta desde o começo. Como um JRPG tradicional, bem tradicional, alguns jogadores podem ficar incomodados por conta de sua linearidade.

Essa linearidade, entretanto, não tira o fato de existirem algumas missões opcionais para serem realizadas, que ajudam a evoluir os personagens, e outros extras. Além disso, alguns NPCs até dão quests menores, mas que não são tão interessantes e basicamente consistem em obter um item para ganhar uma recompensa.

Um ponto negativo a ser mencionado na parte de como a história é contada fica no excesso de textos. Enquanto o Fantasian Neo Dimension traz cut-scenes na maior parte do tempo, a maioria das coisas relacionadas ao passado dos personagens são contadas em slides repletos de textos, que chegam até mesmo a serem cansativos.

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Ainda nessa questão, vale notar que o Fantasian Neo Dimension não foi traduzido para o português. Os seus textos nem são tão difíceis de serem interpretados, mas isso aliado a essa forma da história ser contada precisa ser encarado como algo negativo.

Um combate por turnos diferenciado, mas com uma evolução não tão boa

Assim como os Final Fantasy de PlayStation 1 e até o X do PlayStation 2, o Fantasian Neo Dimension traz a proposta de um combate por turnos. Apesar de isso não ser inovador por si só, algumas mecânicas acabam sendo bem interessantes.

Para começar, o Fantasian Neo Dimension conta com um mecanismo para pular lutas contra inimigos já conhecidos e poder eliminá-los agrupados. Essa mecânica é bem interessante, uma vez que evitamos parar para enfrentar batalhas aleatórias a todo instante.

Outro detalhe no combate é que muitos dos ataques e magias de Fantasian são em área. Logo, quando inimigos estão agrupados, é preciso encontrar o melhor ângulo para atacá-los, já que isso não é feito de forma mais automática, como selecionado um inimigo e esperar o dano ser espalhado.

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Enquanto o sistema de combates do Fantasian Neo Dimension me cativou bastante, outros pontos do jogo deixaram a questão um pouco mais chata. Além do número de magias disponíveis não ser muito grande, o jogo limita o que cada personagem pode utilizar.

Com isso em mente, teve diversos momentos na aventura em que poderia enfrentar um monte de inimigos sem ter alguém na minha party que fosse capaz de causar mais dano devido a uma fraqueza.

O jogo, lá para suas 20 horas de campanha, até chega a apresentar o “Growth Map”, um sistema bem similar ao Sphere Grid, do Final Fantasy X. Ali nós encontramos acesso a alguns buffs interessantes e até mais magias, mas não nego que gostaria de uma forma melhor de poder utilizar mais magias com outros personagens.

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Outro ponto a ser destacado, também de forma negativa, é que grindar está longe de ser prazeroso em Fantasian Neo Dimension. Mesmo com uma mecânica de agrupar inimigos, a experiência concedida não chega a ser grande e o jogo até começa a te limitar após alcançar o nível 35 em lutas que seriam mais fáceis.

Não somente isso, ao menos em lutas contra chefes, o Fantasian Neo Dimension nos força a jogar com a estratégia que ele criou para um inimigo ser derrotado. Então, caso você tenha perdido uma luta, voltar um pouco e grindar alguns níveis será quase que irrelevante.

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Eu até poderia deixar esse ponto passar batido, mas para piorar um pouco a situação, as vezes até a própria mecânica criada pelo jogo para matar um chefe não funciona e isso acaba sendo cansativo, quando ocorre mais de uma vez.

Um exemplo claro do problema mencionado acima é em um chefe que tem uma cura absurda e que precisamos usar um feitiço para ele não se curar. A estratégia até parece fácil, mas aleatoriamente, o jogo insiste em fazer com que seu feitiço apenas não pegue, o que só deixou de ocorrer em minha terceira tentativa lutando contra o chefe.

Cenários lindos e gráficos com toque retrô

Um dos pontos mais charmosos de Fantasian Neo Dimension está no fato de todos os seus cenários terem sido criados a partir de dioramas, um tipo de apresentação artística tridimensional. O resultado acaba sendo bem interessante com cenários que chamam a atenção por seus detalhes.

É verdade que algumas áreas até possuem certas repetições, mas isso não tira o brilho do jogo nesse quesito. Os personagens, por sua vez, não chegam a atender aos padrões gráficos atuais, mas ainda estão longe de não serem bonitos.

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De toda forma, apesar de gráficos talvez um pouco ultrapassados, aqui vemos um casamento bem interessante de gráficos dos cenários com os personagens não destoando muito, tudo contribuindo para estilo gráfico bem charmoso.

Fantasian Neo Dimension tem ainda mais cara de Final Fantasy

Mais um ponto que fãs mais antigos de Final Fantasy não deixarão passar despercebido é no fato de Fantasian Neo Dimension possuir o famoso “World Map”. Aqui, entretanto, nós contamos também com outros reinos, mas que só podem ser acessados com um sistema de fast travel.

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Inclusive, é esse mesmo Fast Travel de Fantasian Neo Dimension que precisa ser elogiado. Os principais locais pelos quais passamos podem ser acessados a qualquer momento e isso facilita bastante terminar algumas missões.

Já para salvar o jogo é preciso usar os famosos Save Points, ou seja, não é possível salvar a qualquer instante. A parte positiva aqui é que os save points estão presentes em abundância.

Fantasian Neo Dimension vale a pena?

O Fantasian Neo Dimension é um JRPG a moda antiga, que deve agradar bastantes aqueles jogadores que apreciaram o gênero na época do PS1 e PS2. A sua história é bem elaborada e conta com alguns desfechos interessantes, sendo que o ritmo em que ela é contada é ideal.

Enquanto o sistema de combate do jogo é divertido, a verdade é que a dificuldade de Fantasian Neo Dimension faria eu não indicá-lo para um novato em JRPGs, O grind, além de ser difícil de ser realizado, não ajuda muito, mas o próprio jogo indica o nível necessário, e de forma correta, para poder completar as missões.

Com uma campanha de mais de 40h, o Fantasian Neo Dimension me pegou de jeito e admito que foi um dos jogos que mais gostei de fazer o review no ano, apesar de ter alguns contras.