
Review: Dragon Ball Daima é ótimo complemento de Kakarot
Dragon Ball Daima: Aventura pelo Reino dos Demônios tem requintes de jogo grande e combate pé no chão, literalmente
ais um da série “DLCs que poderiam ser jogos novos vendidos à parte”, Dragon Ball Daima: Aventura pelo Reino dos Demônios é o primeiro conteúdo adicional de Dragon Ball Z: Kakarot a explorar a obra canônica mais recente deixada pelo mestre dos mestres, Akira Toriyama, planejado para ser lançado em dois atos.
Antes que você se pergunte: sim, é preciso ter o jogo base para poder acessar o episódio de Daima, mas, para ser sincero, é o primeiro DLC que teria sido igualmente prestigiado mesmo se não estivesse vinculado ao game principal. Isso se deve ao fato de que o conteúdo entregue aqui é verdadeiramente novo, ambientado, como seu próprio nome antecipa, no Reino dos Demônios.
Digo isso porque quase nada de Daima foi reaproveitado de Dragon Ball: Kakarot, em contraste com os demais DLCs, além de sua estrutura e de seus sistemas. Dragon Ball Daima, ainda que não esteja completo, com a segunda parte programada só para 2026, é um vislumbre do que parece ser, até hoje, o complemento mais generoso de uma adaptação de Dragon Ball para os videogames.
Dragon Ball Daima: máximo respeito pela criação de Toriyama
Se você ainda não pôde assistir aos episódios de Dragon Ball Daima, saiba que o DLC pode cumprir o papel de contextualizá-lo na nova história de Goku, uma vez que condensa, de forma exemplar, seus principais acontecimentos, inclusive num ritmo semelhante ao do anime. Para você ter ideia, há um prólogo com quase 20 minutos baseado nos eventos dos capítulos 1 e 2.
Daima acontece logo após a dura batalha contra Majin Boo. Temendo o poder dos Saiyajins, Gomah, o Majin que assumiu o trono do Reino dos Demônios, parte rumo à Terra com seu aliado Degesu, um Glind e antagonista secundário, para transformar Goku e seus amigos em crianças com a ajuda das Esferas do Dragão. Aproveitando a oportunidade, Gomah também sequestra Dendê.
Mesmo limitado em sua versão miniaturizada, algo que já vimos no Dragon Ball original, Goku decide viajar ao Reino dos Demônios para resgatar Dendê e, quem sabe, encontrar um jeito de recuperar sua forma adulta. É nesse contexto que somos apresentados a um novo mundo aberto (a meu ver, o protagonista do DLC), situado no Terceiro Mundo dos Demônios.

Imagem: Flow Games/Victor Teixeira
Protagonismo dos demônios
Logo de cara, a grande mudança que se vê em relação ao game original é na maneira como interagimos com o mapa de Dragon Ball Daima. Como a atmosfera do lugar é espessa, Goku tem dificuldades para manter a energia durante sua técnica de voo e, portanto, percorre o submundo a pé, o que dá outro ritmo à exploração.
Pelo fato do mundo aberto de Daima ser mais contido em escopo, a escolha de ter Goku no chão também faz sentido para desacelerar as ações do jogador – afinal, em Kakarot, voar do ponto A ao B era até conveniente demais. A vantagem de estar a pé, entretanto, é que conseguimos dar mais atenção às pequenas distrações que o mundo aberto tem a oferecer.
Além de cair na porrada com os demônios do mundo inferior, Goku pode pescar, caçar animais para obter ingredientes e matéria-prima, vasculhar cavernas e desbravar as ilhas flutuantes, que nos recompensam com itens valiosos e medalhas – até as conhecidas fogueiras dos RPGs estão presentes. Não há nada que você já não tenha visto em Kakarot, é verdade, mas, ainda assim, o Reino dos Demônios é um ótimo playground para quem investiu dezenas de horas no jogo original e quer ver mais conteúdo de qualidade.
A escolha de ter Goku no chão também faz sentido para desacelerar as ações do jogador – afinal, em Kakarot, voar do ponto A ao B era até conveniente demais

Imagem: Flow Games/Victor Teixeira
Visualmente falando, porém, o deserto do Mundo dos Demônios de Dragon Ball Daima é sem sal, justamente por ser uma região desolada, com pouca vegetação e, em contrapartida, com superfícies rochosas e planícies vulcânicas em abundância. Isso não é bem “culpa” do jogo em si, e sim uma característica de Daima que, no anime, também fica devendo no quesito “interessância”.
Saudades, Goku mini
Se tem uma coisa que Dragon Ball Daima faz bem, tanto no mangá quanto no anime, é matar a nossa saudade do Gokuzinho mini. Aqui, no DLC, temos uma amostra do quão bom seria um novo jogo de ação ancorado no Dragon Ball original, no nível do clássico Dragon Ball: Origins, do Nintendo DS. Alguém lembra?
Da mesma maneira que a exploração terrestre traz frescor à fórmula de Kakarot, o sistema de combate, mais satisfatório que nunca, se beneficia do Goku mais “pé no chão” e ganha ares de um hack and slash tradicional. A inclusão do Bastão Mágico como ferramenta auxiliar amplia o leque de golpes do nosso pequeno herói, dando mais alternativas para ataques, sobretudo à distância.

Imagem: Flow Games/Victor Teixeira
Em comparação ao Goku de Dragon Ball Z: Kakarot, a sensação é de que, com Dragon Ball Daima, estamos em outro jogo, outro rolê, tamanha a diferença de ritmo e de ações que temos à disposição em termos de combos e especiais. Não que Goku precise de ajuda, mas você pode recorrer aos ataques conjuntos de aliados, com Glorio, Shin e Panzy atuando como suportes.
Outra novidade bacana são as batalhas de horda, cuja premissa é colocar Goku para enfrentar dezenas de inimigos simultaneamente, num flerte discreto com o gênero musou, o que também contribui para desassociar o combate de Daima do de Kakarot, apesar de, tecnicamente, se tratar do mesmo título.
Da mesma maneira que a exploração terrestre traz frescor à fórmula de Kakarot, o sistema de combate de Dragon Ball Daima, mais satisfatório que nunca, se beneficia do Goku mais “pé no chão”
Por fim, tanto Goku quanto seus parceiros de grupo já iniciam acima do nível 50, por isso não há tantos tutoriais para explicar as mecânicas de luta. Sendo assim, é altamente recomendável que você tenha jogado a campanha principal antes de saltar para Dragon Ball Daima, ainda que muitos de seus sistemas sejam autoexplicativos e bem básicos em relação a outros RPGs de ação.

Imagem: Flow Games/Victor Teixeira
Veredito
Com trunfos de jogo grande, a primeira parte de Dragon Ball Daima: Aventura pelo Reino dos Demônios se firma como o melhor DLC já lançado para Dragon Ball Z: Kakarot, quiçá o conteúdo adicional mais completo já feito para um jogo da franquia. Seu mundinho aberto e o combate pé no chão, literalmente, por si só, já justificariam o retorno a Kakarot, mas Daima sempre vai ter um lugar especial no coração do verdadeiro fã de Toriyama.
Dragon Ball Daima foi analisado no PlayStation 5 Pro.
Uma cópia de DRAGON BALL Z: KAKAROT -DAIMA- Aventura pelo Reino dos Demônios foi gentilmente cedida pela Bandai Namco para o propósito de análise no PlayStation 5 Pro
—
Quer encontrar os melhores preços de games na internet? Conheça o Low Games! Descontos em jogos, acessórios, consoles, gift cards e muito mais para todas as marcas! Visite: https://www.lowgames.com.br

DRAGON BALL Z: KAKAROT -DAIMA- Aventura pelo Reino dos Demônios
Publisher: Bandai Namco Entertainment Inc.
Desenvolvedora: CyberConnect2 Co. Ltd.
Plataformas: PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One, Nintendo Switch e PC
Lançamento: 16/06/2025
Tempo de review: 17 horas
Com trunfos de jogo grande, DLC Dragon Ball Daima traz frescor para Dragon Ball: Kakarot
Prós
- Combate pé no chão o diferencia de Kakarot
- Mundinho aberto com boas atrações
- Em harmonia com o anime
- Conteúdo de alto nível por ser DLC
Contras
- O Mundo dos Demônios, visualmente, é meio sem graça
- Sem nova lista de conquistas/troféus
Comentários