
Review: Cronos The New Dawn é terror maduro e de bons sustos
Com contexto histórico da Polônia e ficção, Cronos The New Dawn é grande acerto da Bloober Team
Imagem: Bloober Team
pós entregar boas experiências de terror com The Medium e, sobretudo, Layers of Fear, a Bloober Team ainda não havia alcançado seu “Magnum Opus”, que talvez seja o posto atualmente ocupado pelo remake de Silent Hill 2.
Após essa brilhante recriação de um dos jogos de terror mais relevantes de todos os tempos, os olhares em torno do estúdio polonês mudaram para uma percepção absolutamente positiva – e, naturalmente, mais exigente.
Cronos The New Dawn carrega essa responsabilidade de manter a “barra alta” após o remake da obra da Konami. Em seus trailers, uma curiosa mistura de Dead Space com Silent Hill, adornada por Resident Evil e The Evil Within, chamou atenção. Mas, ao jogar, nota-se que há uma profundidade maior que a imaginada por trás dessa superfície.
Cronos The New Dawn: terror com maturidade
De forma resumida, Cronos The New Dawn conduz o jogador a uma jornada para descobrir a origem de uma infecção que dizimou a humanidade na Polônia da década de 1980, quando um importante contexto político eclodiu no Leste Europeu.
A riqueza da trama vai se desdobrando aos poucos, em “slow burn”, conduzindo o jogador a um buraco cada vez mais fundo – e mais intrigante
Na vida real, esse período ficou marcado pela onda de greves operárias, que sacudiram a antiga República Popular da Polônia, então sob a tutela da União Soviética. A luta de classes, com raízes nos termos capitalistas, comunistas e sindicalistas, criou movimentos políticos que, hoje, são contados nos livros de história poloneses.
Cronos The New Dawn aproveita esse contexto para criar sua própria ficção em cima dele, assolando a humanidade com uma infecção de escala apocalíptica. Na pele de uma viajante do tempo, você deve buscar respostas no passado para (tentar) pavimentar o futuro. A riqueza da trama vai se desdobrando aos poucos, em “slow burn”, conduzindo o jogador a um buraco cada vez mais fundo – e, à medida que se aprofunda, mais interessante.

Imagem: Bloober Team
O terror de Cronos The New Dawn é apresentado com maturidade política e sem forçar barra para nenhum lado, apenas inserindo o jogador organicamente nesse contexto para tomar sustos dignos de pular da cadeira, muito graças à expertise da Bloober Team em construir atmosferas impecáveis. Tudo é minuciosamente pensado para que o jogador fique imerso, tenso e atento a qualquer esquina ou som estranho – nesse ensejo, recomendo enfaticamente que você jogue com fones de ouvido.
Se você sentiu um sopro de Dead Space pelos gameplays que viu, pode confiar que esse pilar está aqui, com direito a “pisão” e tudo para desmembrar as aberrações que ameaçam a presença da viajante. Acrescente à mistura Resident Evil, Silent Hill, The Evil Within e Alan Wake 2 para ter, em Cronos The New Dawn, uma incrível receita de bolo com os melhores ingredientes do survival horror.
Progressão robusta e convite à exploração
Em travessias abertas e apertadas, a viajante se adentra em ruínas engolidas pela biomassa que assolou a população em decorrência da infecção, explorando lugares abandonados, mas que contam uma história em seus cenários e arquivos encontrados.

Imagem: Bloober Team
Vestindo a verdadeira carapuça do horror de sobrevivência, Cronos The New Dawn tem recursos limitados, obrigando o jogador a adotar uma postura cautelosa para gerenciar munição e itens de cura. Uma abordagem malsucedida pode fazer você desperdiçar cartuchos que seriam valiosos lá na frente, portanto, a exploração se faz fundamental para que você se mantenha abastecido.
A viajante desbloqueia novas armas enquanto progride, e cada uma reserva seu próprio menu de upgrades. A experiência atmosférica cria um ritmo delicioso de acompanhar.
Existe um baú para você guardar suas coisas e resgatar depois – tal qual Resident Evil, sim –, além de upgrades para ampliar seu espaço de inventário, melhorar as armas, aprimorar a armadura e mais. Dead Space foi uma boa escola aqui – e Cronos The New Dawn se mostrou um aluno exemplar.

Imagem: Bloober Team
Ação e terror equilibrados com boa travessia
A mira sobre os ombros traz um tempero extra em seu mecanismo: o tiro carregado, que é mais lento para ser disparado, sim, mas causa dano extra aos inimigos. Eles são agressivos e podem até emendar combos de golpes para acabar com a raça da viajante num instante.
Sua mente dos anos 80 fará uma viagem psicodélica pelos sintetizadores que a trilha sonora reserva em batidas memoráveis, escolhidas a dedo para momentos específicos em que a intimidação sonora se faz necessária
Cronos The New Dawn separa seus momentos reservados à ação intensa, mas, pela maior parte da jornada, o jogador é poupado deles para que o foco permaneça no suspense construído à medida que você avança e desenrola uma história sinistra. Alguns objetos do cenário, aliás, podem ser deslocados por meio de uma habilidade de controle temporal que a viajante possui, quebrando os momentos de tensão com alívios de travessia.

Imagem: Bloober Team
Por falar em tempo, sua mente dos anos 80 fará uma viagem psicodélica pelos sintetizadores que a trilha sonora reserva em batidas memoráveis, escolhidas a dedo para momentos específicos em que a música se faz necessária para engrandecer o impacto da trama e criar uma intimidação sonora.
Outro aspecto que bebe diretamente da fonte de Dead Space é a bota gravitacional, que permite à viajante se deslocar diagonalmente por cenários pré-determinados, ampliando as possibilidades de exploração. E sim, gatos são colecionáveis em Cronos The New Dawn. Afinal de contas, por que não?
Veredito
Embora Cronos The New Dawn se apoie em mecânicas conhecidas dentro do que já vimos no Survival Horror, ele consegue ser único com a identidade característica da Bloober Team, posicionada como uma equipe que tem expertise em construir atmosferas envolventes. Pode esperar por generosas 20 a 25 horas de terror aqui, sem contar o Novo Jogo+, liberado assim que você concluir o game, e o Modo Difícil, que também aparece após o desfecho. Platinadores de plantão vão se ocupar por mais horas que isso para coletar tudo.

Imagem: Bloober Team
Meu teste foi realizado num PS5 Pro, onde o jogo rodou bem, de forma geral, com algumas quedas ocasionais na taxa de quadros por segundo, especialmente em trechos com grandes concentrações de inimigos. Se a “prova de fogo” da Bloober Team foi com o remake de Silent Hill 2, Cronos New Dawn é apenas o resultado de uma fase fantástica desse estúdio polonês, que sempre soube fazer terror muito bem – e teve humildade para aprender a evoluir com suas próprias criações, mostrando-se, hoje, um time altamente confiável para experiências desse tipo.
Apague as luzes, pegue seu fone de ouvido e aproveite Cronos The New Dawn de um jeito tão espetacular quanto esse jogo é.
Analisado no PS5 Pro.
Um código do jogo foi fornecido antecipadamente pela Bloober Team para a realização desta análise.
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Cronos The New Dawn
Publisher: Bloober Team
Desenvolvedora: Bloober Team
Plataformas: PS5, Xbox Series X|S, Nintendo Switch 2 e PC
Lançamento: 05/09/2025
Tempo de review: 40 horas
Se a “prova de fogo” da Bloober Team foi com o remake de Silent Hill 2, Cronos New Dawn é apenas o resultado de uma fase espetacular do estúdio polonês. Terror de primeira linha.
Prós
- Terror tratado com seriedade e maturidade
- Atmosfera impecável de Survival Horror
- Gameplay equilibrado em exploração e combate
- Trilha sonora que vai ecoar na sua mente
- Boas inspirações e com identidade própria
Contras
- Quedas na taxa de quadros em alguns confrontos cruciais
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