Review: Concord tenta inovar e falha miseravelmente

O game apresenta um hero shooter em primeira pessoa focado em 5v5 que inclui 16 Freegunners jogáveis, 12 mapas e seis modos de jogo.  Mas, com tantos jogos do gênero no mercado, será que Concord realmente acertou ao repetir a fórmula? Confira nas nossas impressões a seguir.

Embarcando na aventura galáctica de Concord

Logo de cara, o jogo apresenta uma cutscene com alguns dos personagens a bordo da nave Estela-do-Norte. Durante a cinemática, os Freegunners estão na espera para aterrissar em um novo planeta e enfrentar tripulações rivais. Embora o vídeo não esclareça grande parte das coisas, como, por exemplo, de onde vieram ou qual o motivo de estarem ali, sabemos que o foco central é derrotar outros inimigos.

Pelo que pude notar, a cada nova semana o game traz uma cinemática diferente – abordando outras interações com os Freegunners. 

Para os que quiserem saber mais sobre a narrativa, ela é contada no Guia Galáctico disponível no menu do jogo. Entretanto, não passa despercebido de que faltou criatividade por parte da Firewalk para trazer algo mais interessante para apresentar a história de Concord. 

Imagem: Flow Games/Thais Bassani

Assim como outros concorrentes, a premissa do game é simples: formar times equilibrados em que cada pessoa pegue um tanque, atirador,  curandeiro, para assim consequentemente obterem mais chances de vitória.

Ao todo são 16 Freegunners à escolha, cada qual com suas habilidades únicas, oferecendo mais opções ao público de escolher qual personagem se encaixa melhor no seu estilo de jogo, baseado nas mecânicas e pontos negativos e positivos de cada um. 

Embora o design dos personagens chame a atenção por serem ‘diferentões’, eles são totalmente desprovidos de carisma. Com falas e expressões bem genéricas. 

Gameplay é mais agradável se jogar com amigos

O shooter apresenta 3 categorias em 6 modos de jogo diferentes, divididos em: Pancadaria (eliminação de inimigos em modos de ressurgimento acelerados) Superação (capturar e defender objetivos contra times rivais) e Rivalidade (partidas competitivas sem ressurgimento).

Além de outros modos de treinamento em que você pode praticar e testar as habilidades dos Freegunners e entender melhor o gameplay de cada um.

Imagem: Flow Games/Thais Bassani

Enquanto isso, há modos em que abater o maior número de inimigos, é relevante, já outros exigem que as equipes se unam para conquistar a vitória. Mas, é o que literalmente não acontece em Concord. Pois independente do modo, cada um joga por si, pegando personagens aleatórios.

Ainda que isso não seja o pior de tudo, e sim que os jogadores simplesmente ignoram a missão principal, que é capturar o objetivo, por exemplo, focando apenas em garantir o maior número de eliminações.

Esse tipo de coisa torna o gameplay completamente frustrante para os que querem ‘jogar sério’. Por isso, o melhor cenário seria fechar um time de amigos. Mas, dado o baixo número de jogadores em Concord, será um pouco custoso encontrar partidas. Já o modo Rivalidade, segue na mesma toada, porém sem ressurgimento. 

Uma das partes chatas, é que sempre que uma partida acaba, o jogo retorna para o menu inicial, forçando o jogador a selecionar novamente o modo de jogo e aguardar para entrar.

Infelizmente, durante os 8 anos de desenvolvimento, a Firewalk Studios não pensou em adicionar um matchmaking que emparelha jogadores e buscam partidas automaticamente. Ao contrário disso, os usuários devem fazer esse serviço manualmente. 

Imagem: Flow Games/Thais Bassani

Como se não bastassem as habilidades totalmente genéricas, os Freegunners não possuem uma ultimate. A habilidade que muitas vezes dá aquela mãozinha para virar uma partida que está quase perdida. 

Sendo assim, se a equipe adversária está com uma vantagem muito grande, já se prepare para a derrota, pois muito dificilmente o seu time irá alcançar, e virar o resultado. 

Além disso, os mapas também apresentam problemas em Concord, pois são enormes e totalmente mal projetados. Os jogadores levam um tempo para conseguirem chegar no objetivo ou alcançar os inimigos – tornando a experiência bem cansativa – principalmente se você jogar com alguns dos personagens mais pesados.

Mas, há alguns pontos que chamam a atenção positivamente, como os gráficos – que oferecem um visual bonito e esteticamente mais realista. E a localização PT-BR que traz uma dublagem bem bacana.

E claro, não podemos deixar de mencioná-los: os Freegunners. Completamente desprovidos de carisma, história e até mesmo um pouco estranhos visualmente. O que isso impacta diretamente na compra de skins cosméticas. 

Imagem: Flow Games/Thais Bassani

É muito triste pensar que um projeto que levou anos para ser entregue, tenha tido esse resultado. Principalmente, por vários desenvolvedores terem disponibilizado muito tempo e trabalho. 

Nas últimas semanas, Concord tem tido um desempenho bem abaixo do esperado, com o número de jogadores em queda livre em ambas as plataformas, além de ter vendido apenas 25 mil cópias até agora. Ou seja, o jogo nasceu fracassado. 

Mas, e aí Concord vale a pena ou não?

Dado todas as questões que citamos acima, Concord está longe de ser um concorrente direto com outros jogos do gênero. Principalmente pelo fator: pago. 

Um hero shooter que oferece essa experiência – digamos, meia boca, não vai fazer com que os jogadores invistam R$ 200 nele. Como foi divulgado anteriormente, a Firewalk compartilhou os planos pós-lançamento que inclui um Passe de Temporada, skins cosméticas, novos personagens, mapas e mais. 

Imagem: Flow Games/Thais Bassani

Mesmo que o game traga uma localização PT-BR plausível, é realmente difícil recomendar um jogo assim sabendo que no mercado existem Overwatch 2, Valorant com fãs muito fiéis – além do vindouro Marvel Rival’s, que também promete conquistar mais uma legião de jogadores.

De forma geral, ele é até divertido – principalmente se for jogado com amigos. Mas, não é o tipo de jogo que me deixa aquele gostinho de quero mais. 

Realmente o futuro de Concord é incerto, principalmente agora que a Sony anunciou que vai desativar o game indefinidamente para ser reavaliado. Será que ele voltará free-to-play? Ou o game será cancelado de vez? Resta esperar para descobrir. 

Um código de Concord foi gentilmente cedido pela PlayStation Brasil para a realização desta análise.