Review: Civilization 7 é amigável com novatos, mas tem erros

Após este meu primeiro contato, muitos anos depois, eu joguei um pouco de Civilization 5 e, apesar de ter gostado dele, ainda não havia entendido todas as suas nuances e o achava um pouco confuso. Agora em 2025, eu tive a chance de jogar o Civilization 7 para review e, com os olhos de alguém quase iniciante no jogo, conto o que achei dele. Confira!

Civilization 7 se difere dos antecessores

Uma das mudanças mais notáveis em Civilization 7 está no fato de suas partidas serem divididas em três eras, algo que traz pontos positivos e negativos. Estas eras são divididas em Antiguidade, Exploração e Moderna.

Além de selecionar a era em que começará, os jogadores também devem escolher um líder e sua civilização. Algo interessante a ser notado aqui é que os líderes até podem ser historicamente ligados a um povo, mas isso não significa que eles podem controlar somente o seu povo.

Cada um dos líderes também possui suas vantagens que podem, por exemplo, conceder mais ouro a depender da situação ou fornecer mais pontos de produção. Esses pontos são bem interessantes, mas antes de jogar uma primeira partida de Civilization 7, eles podem soar aleatórios ou confusos para um jogador iniciante.

No meio das jornadas, mais precisamente na transição de eras, nós somos obrigados a escolher uma nova civilização e o nosso progresso é mantido apenas de forma parcial. Alguns itens como cidades permanecem iguais, mas eu confesso que não gostei muito desta mecânica.

Enquanto algumas unidades até acabam sendo perdidas na transição de era do Civilization 7, as cidades se mantêm e não é como se você perdesse o que criou. Ainda assim, após ter se identificado com tudo que já havia criado, eu achei essa mudança um pouco chata, mas falo sobre como as eras funcionam a seguir.

Eras diferentes de Civilization 7

Assim como nos jogos clássicos da franquia, o Civilization 7 começa na era da Antiguidade. Aqui, basicamente, nós começamos definindo onde será fundada nossa cidade principal e precisamos explorar o mapa em busca de recursos e de conhecer as outras nações.

Em uma de minhas partidas, na qual cheguei até mesmo a vencer, eu comecei com Xerxes, Rei dos Reis, como líder da civilização persa. Talvez por uma sensação de nostalgia com os antigos jogos, a era da antiguidade é uma de minhas favoritas no jogo pelo fator exploração.

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Com basicamente o dever de explorar o mapa, a sensação de descoberta acaba sendo bem agradável e é mais prático lembrar o que temos para defender e atacar. O começo até pode ser um pouco parado, mas é uma parte essencial para decidirmos para onde expandir e fundar novas cidades.

Ao jogar com algumas civilizações diferentes, eu pude notar que a cadência com a qual encontramos os outros líderes pode demorar um pouco, mesmo no mapa com o tamanho pequeno, o selecionado automaticamente pelo jogo, lembrando que existem os tamanhos minúsculo e padrão.

Além do tamanho do mapa, existem cinco tipos de mapa no Civilization 7 que alternam a forma como os mundos são gerados. Essa parte, vale notar, não tem grandes explicações de como alteram as coisas.

A interação entre os líderes no Civilization 7 é um dos grandes pontos do jogo. Na maior parte das situações é possível tomar abordagens pacíficas, neutras ou negativas. Mas algo interessante a ser visto é o seu diálogo com alguns elementos de dublagens fenomenais para realmente termos a sensação de conversar com alguém que fala outro idioma.

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Essa interação entre os líderes, inclusive, ocorre de forma constante e considero isso um ponto positivo. Ao invés de ficar apenas planejando os turnos, isso dá uma sensação de que algo a mais sempre está ocorrendo. São nessas interações do Civilization 7, por exemplo, que começamos ou acabamos com uma guerra.

A Era da Exploração de Civilization 7 é até um pouco parecida com a Era da Antiguidade. Nela também é necessário explorar o mapa, mas o grande diferencial é que podemos passar pelos mares abertos para descobrir outros continentes e civilizações mais distantes.

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Por último, mas não menos importante, a Era Moderna é onde a maioria dos conflitos ocorrem e começa a grande correria para quem alcançará um dos objetivos principais. Aqui, os turnos são mais demorados e é preciso pensar mais antes de agir já pensando em atingir os objetivos finais para poder vencer a partida.

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Liberdade para vencer de formas diferentes

Para vencer uma partida no Civilization 7, é possível escolher entre 4 caminhos, sendo estes: Cultura, Militar, Ciência e Econômico. Apesar de cada caminho ter seus objetivos delineados, a 2K acertou ao permitir uma certa liberdade.

Em uma das minhas partidas, como mencionado anteriormente, eu comecei como Xerxes, Rei dos Reis, no comando do império persa e logo fui atrás de obter a vitória pelo caminho Cultura. A minha estratégia funcionou e venci dessa forma na Era da Antiguidade, mas eu não segui esse caminho até o fim.

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Devido aos acontecimentos no jogo, recursos disponíveis e conflitos, eu acabei vencendo pelo caminho Econômico na era Moderna. Essa liberdade acaba sendo interessante para que uma partida não fique repetitiva e para que possamos corrigir alguns de nossos erros.

Para aqueles que não estão tão acostumados com a franquia, o Civilization 7 até lista os objetivos que precisam ser alcançados para vencer. Isso, claro, ajuda bastante a saber no que devemos investir.

A minha primeira partida no Civilization 7, ao todo, levou em torno de 9 horas para ser finalizada. Como você já deve imaginar pelas horas gastas em uma partida, cada era leva aproximadamente 3 horas para ser completada.

Ação no mapa e uma interface confusa

Assim como seus antecessores, o Civilization 7 traz um mapa dividido por hexágonos e tudo é feito por turnos. Enquanto as principais unidades, cidades e descobertas ficam bem evidentes, a interface do jogo ainda é um pouco confusa.

Para começar, todas as unidades que podem se mover mostram tem os seus limites delineados no mapa com uma cor azul claro. Quando o jogo está no começo isso até não chega a ser um problema, mas com algumas horas as vezes fica difícil saber até onde podemos nos locomover. E para deixar as coisas mais complicadas, as vezes algumas ações que eram para ser automáticas não funcionam como deviam somente com o clique do mouse, sendo necessário usar os botões da interface de jogo.

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Outro ponto em que o Civilization 7 acaba pecando é em sua interface, que as vezes é muito simples ou muito confusa. Esses problemas ficam bem evidentes, por exemplo, na “Tela de recursos” e com o “Mercador”, em que faltam indicadores para confirmar nossas ações ou mostrar como elas devem ocorrer.

Indo mais além nesse ponto da interface confusa, enquanto os objetivos iniciais para uma vitória estão bem descritos, o jogo deixa muito vago como atingir os outros objetivos. Para ajudar, o Civilization 7 até traz a “Civilopédia”, mas ela parece estar mais preocupada em contar história do que explicar como algo funciona no jogo.

Civilization 7 vale a pena?

O Civilization 7 é um jogo que garantirá horas de diversão para os amantes dos jogos de estratégia. Como alguém que estava voltando para a franquia, o fato de ele estar mais acessível me agradou bastante para poder entender qual direção tomar nas partidas e pensar em formas diferentes de ganhar.

A sua Inteligência Artificial se mostra bem competente e o ritmo das partidas, ao menos jogando sozinho, se mostraram bem cadenciados. Os gráficos do jogo também agradam e, pela primeira vez na franquia, tive realmente uma sensação de ver minhas cidades evoluindo.

A parte em que o Civilization 7 ainda erra é em sua interface confusa e que muitas vezes pode deixar o jogador em dúvida de como prosseguir para uma simples ação. Além disso, apesar de estar mais amigável para novatos, algumas explicações poderiam ser melhores.