PS5 Pro vs. PC mais barato: quem ganha?
O Flow Games montou um PC mais barato que o PS5 Pro para comparar como ele se sai em jogos. Veja o resultado!
Sony apresentou o PS5 Pro dando grande destaque ao upgrade feito em sua GPU e em melhorias para a CPU, basicamente aumentando o clock desta última. Muitos jogadores viram as mudanças como pequenas e começaram a questionar o seu valor, considerado elevado e que rendeu até alfinetadas da Microsoft.
Com mudanças pequenas e vídeos mostrando o seu desempenho superior, muita gente deve ter começado a se perguntar se um simples upgrade de uma placa de vídeo em um PC não teria um efeito similar. O Flow Games, com isso em mente, resolveu fazer testes para verificar como um PC mais barato com pequenos upgrades se sai contra o PS5 Pro.
- Ideia por trás do setup do PC barato
- Setup do PC mais barato que o PS5 Pro
- Método de condução dos testes
- Testes do PS5 Pro vs PC mais barato
- Conclusão
Ideia por trás do setup do PC barato
Como explicado anteriormente, o Flow Games decidiu montar um PC mais barato que o PS5 Pro. Não somente isso, a ideia foi montar um setup com especificações técnicas parecidas, mas utilizando peças que estavam sobrando de PCs parados (utilizados para jogar no passado), ou seja, o setup não foi montado a partir do zero.
Apesar de algumas especificações técnicas até estarem próximas do console da Sony, o setup montado não é o mais próximo possível do PS5 Pro. Já um requisito definido para o teste foi de o PC ter a capacidade de rodar, mesmo que com upscale, jogos que possuem otimizações no PS5 Pro para poderem ser comparados.
Setup do PC mais barato que o PS5 Pro
O PS5 original foi lançado em novembro de 2020 e o setup que passou por um upgrade pelo Flow Games para competir com o PS5 Pro teve suas primeiras peças compradas no fim de 2019 e as demais instaladas em 2024.
A seguir, veja como ficou a configuração final do PC mais barato utilizado no teste:
- Processador i5-9600K
- 16 GB de memória RAM DDR4 com clocks de 3.000 MHz
- Placa de vídeo AMD Radeon RX 7700XT
- Placa-Mãe MSI MAG Z390 Tomahawk
- Watercooler DeepCool Maelstrom 240T
- SSD WD Black SN850X de 2 TB
Para começar, o processador utilizado é o i5-9600K, que tem 6 núcleos e 6 threads. Para essa peça, o PS5 Pro, ao menos em teoria, conta com uma ampla vantagem ao ter 8 núcleos e 16 threads, mas perde quando o assunto é o clock utilizado nos núcleos. Um processador que poderia ser considerado bem equivalente ao do PS5 Pro seria o AMD Ryzen 5 3600, que supera um pouco, mas tem uma performance similar ao i5-9600K.
Na questão de memória, tanto o PC mais barato quanto o PS5 Pro possuem 16 GB de RAM. A diferença fica no tipo de memória, que também deve ser mais rápida no console da Sony. Não somente isso, vale notar que enquanto o PC tem a sua memória separada da VRAM, o PS5 Pro possui elas unificadas, ou seja, elas são compartilhadas.
Para a placa de vídeo, o Flow Games utilizou a AMD Radeon RX 7700XT, que possui 54 CUs, com 12 GB de VRAM. O PS5 Pro possui um valor similar neste quesito, sendo este de 60 CUs. Em relação a FP32, a placa de vídeo do PC possui 35.17 TFLOPS contra 36.10 TFLOPS da GPU do PS5 Pro. Um ponto a ser notado aqui é que enquanto a AMD Radeon RX 7700 XT usa a arquitetura RDNA3, a GPU do PS5 Pro usa a RDNA4, que possui algumas melhorias em elementos de Ray Tracing e upscaling de imagem.
Para o SSD, a Western Digital, gentilmente, nos cedeu o WD Black SN850X de 2 TB para os testes. Esse modelo, que conta com um heatsink para ajudar a dissipar o calor, além de ser um dos melhores para o segmento gamer, também é indicado para uso no próprio PS5 e PS5 Pro e tem taxas de transferências de até 7.300 MB/s.
Em uma média feita com algumas peças usadas (processador e placa-mãe) e outras novas, o PC utilizado pelo Flow Games no teste custaria algo em torno de R$ 4.900. Esse valor poderia ser menor ao trocar, por exemplo, a placa-mãe por um modelo mais simples sem tanta capacidade de overclock, Air Cooler ao invés de Water Cooler e outros modelos de memória.
Como é possível notar pelas configurações, o PC mais barato possui especificações inferiores ao do PS5 Pro. Aqui, mais uma vez vale lembrar que outras peças poderiam ter sido utilizadas para ficar mais parecidas ou com especificações melhores custando até mesmo menos, mas a ideia do teste foi montar um PC mais barato que o console da Sony com peças que estavam sobrando.
Método de condução dos testes
Os testes realizados nesta matéria visaram rodar os jogos em 4K e em outras resoluções de renderização com o upscale para 4K. Nós tentamos simular, o que seriam os modos de “fidelidade gráfica” e “performance” do PS5 Pro no PC, mas com algumas diferenças que não os deixariam exatamente iguais.
Para o monitoramento de FPS e demais informações referentes aos recursos utilizados do PC, o software utilizado para o monitoramento foi o MSI AfterBurner. Entretanto, nos casos em que utilizamos o recurso AFMF2, o Adrenalin, da AMD, foi utilizado para poder contar os FPS extras da geração de quadros.
O Flow Games utilizou as configurações gráficas dos jogos em seu nível máximo, tanto nos testes com a resolução 4K quanto nos testes com o upscale sendo realizado a partir de diferentes resoluções. Em alguns casos mais específicos, como o de Alan Wake 2 e Dragon’s Dogma, os testes foram feitos apenas com upscale devido a forma que o jogo trabalha e como se apresenta nos consoles.
Devido às limitações da plataforma, em um caso ou outro, não foi possível ativar ou mudar certas opções, mas esses problemas foram descritos no teste de cada jogo. Além das capturas de tela dos jogos rodando no PC, cada título testado conta com um vídeo para mostrar a sua performance no PS5 Pro, que foram publicados por diferentes canais no YouTube.
Testes do PS5 Pro vs PC mais barato
Alan Wake 2
No FSR com a resolução 1440p para renderização, upscale para 4K e demais configurações gráficas no alto sem Ray Tracing, a média atingida foi de aproximadamente 38 FPS, o que já deixava o título jogável. Com o FSR na resolução de renderização em 720p (1280 x 720 pixels), a média foi para 61 FPS.
No PS5 Pro, no modo qualidade que preza pelos gráficos, o jogo é executado na resolução 2176 x 1224 com o upscale para 4K e roda em 30 FPS com o Ray Tracing para reflexos. No modo performance, executado a partir da resolução 1536 x 864 pixels com o upscale para 4K, o Alan Wake 2 até chega a pegar 60 FPS, mas apresenta algumas quedas para a casa dos 58-59 FPS.
No PC, com o Ray Tracing no baixo, em 1440p, a média registrada foi de apenas 20 FPS. Já com a resolução em 720p e Ray Tracing no baixo, a média foi de 38 FPS.
Nesse caso, a vitória é do PS5 Pro, que realmente consegue entregar o Ray Tracing e uma taxa de FPS melhor mesmo com a resolução do jogo um pouco maior que a no PC. No PC, vale notar que o jogo vem com o suporte ao AMD FSR2 e NVIDIA DLSS 3.
Baldur’s Gate 3
Na resolução 4K nativa com a taxa de quadros por segundo destravada e o DirectX 11, o jogo atinge uma média de 62-70 FPS nas cidades e principais batalhas. Nas cutscenes, a média pode cair para 48–50 FPS, mas isso não chega a prejudicar a experiência ou a ser notado facilmente. Em 1440p, a média sobe para 80 FPS.
Para efeitos de comparação, no PS5 Pro, o Baldur’s Gate 3 roda em 4K com 30 FPS no modo qualidade ou em 1440p e 60 FPS no modo performance, em que o upscale é feito com o PSSR para 4K. A taxa de quadros do jogo se mantém estável no console, mas apresenta pequenas quedas.
No jogo da Larian Studios, a vitória acaba ficando com o PC, que apresenta uma performance mais consistente mesmo com tudo no máximo e quando o jogo está sendo executado com a sua resolução nativa em 4K, ou seja, sem AMD FSR ou NVIDIA DLSS habilitados.
Dragon Age The Veilguard
Em 4K nativo com tudo no máximo, mas sem Ray Tracing, o jogo apresentou uma média de 33 FPS. Já com o Ray Tracing seletivo, que não pesa muito no jogo, e a oclusão de ambiente habilitada, a média foi de 32 FPS, mas quedas passaram a ser notáveis até os 26 FPS. Em ambos os cenários, o frametime teve algumas oscilações, mas o jogo ainda se mostrava jogável.
Com o modo FSR no nível qualidade, ray tracing e upscale para 4K, o jogo apresentou uma média de 40 FPS com quedas até a casa dos 33-35 FPS. Mas ao ativar o AFMF2 via driver, a sua média saltou para 73 FPS com raras quedas para a casa dos 52 FPS, isso sem contar que em certas regiões do jogo a média registrada foi superior a 80 FPS ou até 106 FPS sem o Ray Tracing. Com o FSR no nível qualidade, vale notar que a resolução de renderização é 1440p (2560 x 1440 pixels).
Ainda no PC, com o modo FSR no nível desempenho, sem Ray Tracing e upscale para 4K, a média foi de 55 FPS com algumas quedas para a casa dos 50 FPS. No modo Performance, a resolução utilizada pelo FSR2 é de 1080p.
No PS5 Pro, o jogo roda no modo qualidade com a resolução de renderização 1440p fazendo o upscale para 4K com 30 FPS ou no modo Performance com a resolução de 980p para 4K e com 60 FPS. No console da Sony algumas pequenas quedas podem ser notadas, mas são raras.
Ao considerar o uso de melhores resoluções, estar com mais elementos gráficos, o PC levou uma pequena vantagem no caso do Dragon Age The Veilguard. Além disso, o AFMF2, para aqueles que não se importarem com alguns glitches gráficos e um pouco de input lag, pode aumentar ainda mais a taxa de FPS.
Dragon’s Dogma 2
No PC com tudo no máximo, Ray Tracing ligado, desfoque de movimento ligado e o FSR no modo desempenho, o jogo apresentou uma média 49 FPS, mas com quedas até 43 FPS na cidade e em alguns momentos com mais ação. Já sem o Ray Tracing e o desfoque de movimento, a média vai para 56 FPS com quedas até 48 FPS na cidade.
No PS5 Pro, o Dragon’s Dogma 2 roda no modo qualidade com o PSSR ativado com uma média de 55-60 FPS em locais sem ação, mas com quedas até a faixa dos 40 FPS em cidades e batalhas. Já no modo performance, ele até atinge 120 FPS em raros momentos, mas a média fica perto da casa dos 60 FPS e cai em outros momentos.
O PC aqui até tenta equiparar o cenário no modo qualidade com FPSs que podem ser considerados parelhos. Entretanto, o PS5 Pro apresenta um framerate mais estável e atinge FPSs maiores no modo performance, o que lhe concede a vitória.
God of War Ragnarok
Na resolução 4K e com tudo no Ultra, o God of War Ragnarok rodou no PC com 30 FPS praticamente cravados ao estar com a taxa de atualização limitada para isso. Já sem limitar a taxa de quadros, a média do PC no Ultra foi de 44 FPS, mas algumas quedas para a casa dos 43 FPS poderiam ser notadas.
No PS5 Pro, o God of War Ragnarok pode rodar no modo qualidade, em que a resolução é 4K nativo, com uma média de 48-50 FPS usando o FSR ou de 54 FPS com o TAA, isso com o VRR habilitado. No modo performance, com a resolução de 1800p (dinâmica) e upscale para 4K, a média de FPS vai para 70 a 80 FPS com PSSR e 80-90 FPS com TAA (podendo chegar a mais em algumas áreas).
Em outro este no PC com o TAA e a resolução mais próxima do modo qualidade do PS5 Pro, a média foi de 70 FPS com quedas até 60 FPS. Já com o AMD FSR 3 no modo qualidade e a geração de quadros, a média salta para 92 FPS, mas pode atingir até 122 FPS em certas áreas com uma resolução não tão inferior ao do videogame da Sony.
Em todos os cenários do PC, os testes foram realizados com os gráficos configurados para o nível Ultra (que é o mesmo nível de qualidade do PS5 base e Pro). Mesmo que o God of War Ragnarok tenha lá seus problemas de otimização no PC e com o FPS variando um pouco mais em cada cenário, a vitória fica com o PC.
Hogwarts Legacy
No PC, o Hogwarts Legacy com AMD FSR 2 qualidade (1440p) fazendo upscale para 4K, taxa de quadros limitada 30 FPS e Ray Tracing no médio, a média registrada foi de, praticamente, 30 FPS cravados com algumas variações no frametime e stutterings. Já com a taxa de quadros por segundo configurada para 60 FPS, a média registrada ficou em 47 FPS e o frametime se apresentou mais estável.
Com a geração de quadros do AFMF2, ainda mantendo o Ray Tracing no médio e o FSR qualidade, a performance melhorou consideravelmente. Enquanto a média geral ficou em 83 FPS, alguns picos de até 106 FPS eram registrados em outras áreas. Em 4K nativo e com o AFMF2 foi possível rodar o jogo com uma média de 63 FPS, mas o frametime voltou a se apresentar instável.
No PS5 Pro, os modos de fidelidade gráfica utilizam uma resolução de renderização de 1800p e taxas de até 30 FPS com e sem Ray Tracing, enquanto nos modos Performance, a resolução varia de 1080p até 144p com 60 FPS. Algumas quedas nos modos são vistas de 60 a 50 FPS, mas na maior parte do tempo do modo performance ele vai até 80 FPS.
Assim, em Hogwarts Legacy, uma vantagem é vista para o PlayStation 5, que lida melhor com o frametime e ainda trabalha com resoluções maiores. O PC até consegue atingir uma boa taxa de FPS e com Ray Tracing, fazendo uso do AFMF2, mas se mostra mais instável no jogo.
Ratchet and Clank: Rift Apart
Na resolução 4K nativa no PC, o Ratchet and Clank: Rift Apart até rodou bem em 4K, mas não conseguiu ser consistente sempre em 60 FPS com algumas quedas bem notáveis para 38-40 FPS fazendo sua média ficar em 54 FPS. Por conta de usar uma placa de vídeo da AMD, não foi possível ativar o Ray Tracing no jogo, que pode receber algum patch no futuro para mudar essa questão.
No que seria o modo performance no PC, com o AMD FSR 2.1 ligado e a sua nitidez no máximo, a média do jogo foi de 92 FPS com quedas até 70 FPS, que não interferiam tanto na jogabilidade e dependiam do cenário. A resolução de renderização adotada nesse teste foi a dinâmica, uma vez que o jogo não permitiu definir o nível de qualidade do upscale devido às limitações de quando roda com placas de vídeo da AMD.
O PS5 Pro consegue rodar o Ratchet and Clank: Rift Apart em 4K sem maiores problemas na maior parte do tempo com até 60 FPS usando o modo fidelidade. Já o modo performance fica com a resolução dinâmica entre 1440p e 1584p e upscale do PSSR para 4K com uma média de 60 FPS, sendo que com essas mesmas resoluções é possível ativar o Ray Tracing.
Nesse caso, a vitória fica claramente com o PS5 Pro que traz um modo fidelidade com uma taxa de quadros por segundo mais estável e modos com com o Ray Tracing ativado. No modo performance, o PC até tenta equiparar as coisas e consegue atingir mais FPS, mas algumas quedas ainda são notáveis.
The Last of Us Part 1
No PC com a resolução 4K nativa e tudo no máximo, o The Last of Us Part 1 rodou com uma média de apenas 21 FPS. Já com o AMD FSR 3 habilitado com a resolução de renderização em 1440p, a média foi de 41 FPS, enquanto com a geração de quadros, a média foi de 71 FPS, mas com algumas áreas chegando a bater 90 FPS.
No PS5 Pro, o The Last of Us Part 1 roda com 30 FPS e em 4K no modo de fidelidade gráfica ou com até 55 FPS utilizando o VRR. Além disso, ele possui o modo performance para rodar em 1440p com 60 FPS (100 FPS com o VRR) e o modo Pro para rodar em 1440p com 80 FPS via VRR e upscale para 4K e 60 FPS.
Em The Last of Us Part 1, o PC até conseguiu equilibrar os resultados no que seria o seu “modo performance”, mas o PS5 Pro vence por conta do seu frametime ser bem mais estável em todos os cenários.
Conclusão
A disputa entre o PS5 Pro e o PC mais barato até que foi bem acirrada, sendo que o seu resultado é no mínimo interessante. A vitória, entretanto, ficou com o PS5 Pro, que se mostrou mais estável em diferentes cenários.
Para começar, quando o assunto é resolução 4K nativa, a Sony acabou mandando melhor nesta questão oferecendo não somente um FPS maior, como também mais estável.
Ao simular o modo performance, entretanto, o PC deixou as coisas bem mais equiparadas e superou a média de FPS alcançados em muitos testes. Inclusive, vale ressaltar mais uma vez que os testes do “modo performanc no PC” foram feitos com as configurações gráficas dos jogos no máximo, enquanto nos consoles, na maior parte dos casos, os jogos têm algumas qualidades gráficas diminuídas para alcançar mais FPS.
É interessante ver que um PC, custando quase R$ 1.500 a menos, se mostrou competitivo perante um hardware mais recente. Um ponto importante a ser lembrado, como mencionado anteriormente, é que algumas outras peças com um preço inferior as utilizadas no teste poderiam fazer uma diferença positiva. Por exemplo, uma placa da NVIDIA da série RTX 40 (preferencialmente com mais de 8GB de VRAM), por exemplo, daria um suporte melhor ao Ray Tracing e DLSS3. Outro exemplo seria em utilizar um processador da AMD ou Intel mais antigo com um número igual de núcleos e threads.
Ainda assim, a verdade é que, ao menos contra o setup montado para esse teste, o PS5 Pro se sagrou campeão e mostrou que realmente tem poder para oferecer uma qualidade imagem melhor e de forma mais prática.
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