
Preview: Dune Awakening mistura survival com o melhor da IP
Em um misto de survival e MMO, Dune Awakening parece muito promissor e o Beta já trouxe diversão aos montes! Confira nosso preview
Imagem: Funcom
mbora Duna tenha uma importância gigantesca no mundo da literatura, incluindo servir de inspiração para Star Wars, foi somente nos últimos anos com os novos filmes da Legendary que a propriedade intelectual começou a ganhar mais força na cultura pop.
Agora, com Dune Awakening, a propriedade intelectual tem a chance de brilhar no mundo dos games. Não só se trata de um projeto ambicioso, como o gênero (que vai misturar survival com elementos de MMO) parecem se casar perfeitamente com a sobrevivência no mundo de Arrakis.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
Dune Awakening era um título que já estava de olho há um tempo e, no último fim de semana, pude testar o Beta fechado do game e trazer as primeiras impressões. Confira!
Arrakis bem-representado: ambientação e referências perfeitas
O mundo de Duna, especialmente o planeta de Arrakis, pode parecer um bom local para um jogo de sobrevivência: o clima árido extremo, a busca por água (que vale mais que ouro), a fauna muito perigosa (afinal, vermes de areia) e a falta de recursos são perfeitos. Entretanto, Dune Awakening não poderia cair no clichê de ser um “survival com skin de Duna”.
Felizmente, esse não parece ser o caso. A Funcom conseguiu acertar em cheio todos os elementos que tornam esse cenário único. O universo construído por Frank Herbert é riquíssimo de nuances e a desenvolvedora conseguiu, ao menos no início, traduzir perfeitamente para um jogo de sobrevivência.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
Dune Awakening tem mecânicas e sistemas de insolação (portanto, viajar na sombra é muito importante), desidratação (e a busca por água é difícil), locomoção e muito mais. Os vermes de areia são uma presença opressora, especialmente quando avançamos mais para dentro do deserto e necessitamos coletar materiais que atraem os monstrões.
Tudo isso sem contar outros efeitos e eventos aleatórios do mapa, como as tempestades de areia mortais (especialmente quando o seu abrigo está longe e há um verme no seu encalço), naves que caem no meio do deserto que garantem loot valioso (mas também causam riscos com os vermes da areia) e por aí vai.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
Esse dinamismo todo aliado fortemente com as características únicas de Dune Awakening criam uma experiência muito divertida e recompensador para fãs de Duna. Novamente, estamos falando apenas das primeiras 10 a 15 horas, mas tudo parece muito promissor.
Um survival diferente e robusto
Ok, Dune Awakening acerta na ambientação, mas e o gameplay? É divertido? Já demos exemplos de coisas que funcionam bem, mas o “arroz com feijão” precisa sustentar a campanha. Felizmente, parece que o título consegue oferecer boas mecânicas – que também o diferenciam dos demais do gênero survival.
Em vez de passar horas cortando madeira e criando ferramentas básica, Dune Awakening oferece um início muito mais rápido e direto ao ponto. As primeiras horas podem até ter algumas semelhanças, com busca por pedra e outros recursos naturais para construir sua primeira base, mas rapidamente escala.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
Dune Awakening acerta bastante em não ter uma campanha “estacionária”, com muita dependência em uma base inicial e uma área menor. Desde o começo, você está sempre se locomovendo e experienciando algo mais “nômade”, apimentando a fórmula.
É necessário estar sempre de olho no seu medidor de hidratação, seja coletando orvalho de plantas durante a noite, extraindo sangue de inimigos (e lidando com status negativos) e muito mais. E logo você estará trocando de base e encontrando novos desafios – ou montando novos assentamentos.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
Dune Awakening também tem muita ênfase em escaladas e procura por abrigos – pense em algo como o sistema de Zelda Breath of the Wild. A ideia é interessante, mas essa mecânica ainda precisa ser refinada: há pontos que a escalada não funciona, há superfícies de descanso bugadas e por aí vai. Ao menos há diversos elementos do universo bem representados, como os planadores e veículos.
O combate de Dune Awakening, ao menos por ora, é bem protocolar também. Há sistemas de luta com armas brancas (afinal, nesse universo os escudos impedem projéteis balísticos) e armas de fogo (mas também é uma sentença de morte ter um escudo ativo no deserto com os vermes de areia). Não achei ruim, mas também não há grandes aspectos positivos além da adaptação fidedigna do universo de Frank Herbert.
É interessante como até algumas mecânicas de Dune Awakening se integram muito bem com a parte técnica de gráficos. O sistema de insolação, por exemplo, requer que você ande pelas sombras, mas qualquer sombra: todos os objetos e terrenos do game projetam sombras realistas e elas contam para abrigo (inclusive, excelentes visuais com a Unreal Engine 5 e ray tracing, com exceção dos personagens).


Tudo isso é regado (com perdão da escassez ao game) com uma campanha, diferente do que vemos em muitos títulos do gênero, o que ajuda Dune Awakening a se diferenciar. Toda essa experiência pode ser compartilhada com outros amigos e, principalmente, em sua abordagem com elementos de MMO.
A parte de MMO ainda deixa dúvidas
Uma das características que destacam Dune Awakening de seus concorrentes de survival (além da ambientação, é claro) é que ele mistura junto alguns elementos de MMORPG, como quests, NPCs que dão missões de história, facções e até outros jogadores que exploram esse universo junto com você.
Como o Beta era limitado às primeiras áreas do jogo, ainda não sei julgar tão bem a qualidade dessa mistura. Inicialmente, é bem legal ter algo para fazer que não seja apenas sobreviver e montar a sua base, já que há missões de história, cutscenes e objetivos para cumprir.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
Entretanto, com cerca de 12 horas de campanha, Dune Awakening ainda não havia me convencido tanto com esse sistema. As facções geraram missões bem protocolares, a história não andou muito (embora tenha oferecido novas ferramentas e habilidades legais para o gameplay) e não vi nada que se comparasse ao nível de bons MMO.
Teremos que aguardar para ver se os elementos MMO serão mais um tempero extra à fórmula ou algo com mais sustância na campanha. De qualquer forma, achei bem positivo ser algo um pouco mais orientado a objetivos do que sandbox, só gostaria de um pouco mais do universo de Duna na história (e por favor: bonecos mais refinados, porque as animações são de baixa qualidade).

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
Dune Awakening parece promissor
Por mais que eu me empolgue bastante com o universo de Duna, não é qualquer obra de entretenimento que consegue encapsular bem essa sensação e riqueza. Além disso, survival não é exatamente meu gênero predileto por aí, embora goste de alguns. E é justamente por isso que estou animado com Dune Awakening: mesmo com adversidades, ele me divertiu bastante durante o Beta.
É gratificante quando uma obra na qual você é fã consegue ser bem adaptada para uma experiência de videogame. Conforme citei, todo o relato ainda é do Beta, que não expande muito a campanha e progressão, e as coisas podem não ser tão boas daquele ponto em diante.

Imagem: Vinícius Munhoz/Flow Games
Mas a realidade é que com o pouco oferecido já chamou minha atenção. Por não ser um jogo que será lançado em acesso antecipado, só estou mais empolgado para debulhar de uma só vez o conteúdo que teremos no lançamento.
Dune Awakening chega ao PC (PS5 e Xbox Series só terão edições no futuro) no dia 10 de junho.
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