Televisão culpa os videogames pela violência (sim, de novo…)
Reportagem polêmica da Record acusa o jogo Roblox de ser "dominado por organizações criminosas"
O ano não começa de verdade até que uma emissora de televisão culpabilize os videogames pelos problemas da sociedade, e coube ao Jornal da Record a “honra” de dar o pontapé inicial em 2024 na polêmica reportagem postada no último dia 10 no YouTube e no portal R7.
Nela, ainda que sem citar nominalmente o jogo Roblox, mas usando explicitamente as suas imagens, o jornalismo da emissora afirma que trata-se de “uma comunidade dominada por organizações criminosas. Esse é o tema de um jogo de plataforma muito acessado por crianças na internet.”
Record recicla velha polêmica sobre videogames
“Em um dos jogos, uma comunidade é dominada pelo crime organizado e os jogadores têm que roubar veículos e comprar armas ilegais”, prossegue a matéria de forma bem concisa e atabalhoada. Afinal, logo depois a pauta migra para outro alerta mais coerente, ainda que impreciso.
Usando o caso de uma criança cuja família preferiu não se identificar, foi mostrado que menores de idade entram em chats online e acabam tendo conversas íntimas com pessoas que, de má fé, se passam por terceiros e assumem identidades falsas.
Isso é impreciso porque, ainda que esse risco seja mesmo real, ele não é algo limitado aos videogames, mas sim um crime que pode acontecer em qualquer ambiente conectado a internet e que exige constante acompanhamento de responsáveis, como bem lembrou o nosso Dava ao comentar a polêmica:
Por fim, a Record consultou a advogada Tanila Savoy, especializada em crimes digitais, que endosseou esse alerta bem válido: “não adianta proibir as crianças de jogar, os pais precisam fiscalizar o conteúdo e as conversas”.
Até hoje, nenhum estudo conseguiu associar videogames a violência, enquanto diversas pesquisas apontaram justamente o contrário, que eles trazem um efeito muito positivo no desenvolvimento das pessoas. Mas pelo visto, para a televisão brasileira tão presa a essa velha polêmica, viveremos sempre presos nessa imagem:
“Em 1961, a violência é apresentada para a humanidade”
Comentários
O problema não são os jogos, mas pessoas de caráter duvidoso ou no caso nem um caráter, que entram nos jogos porque acham que ali podem fazer o que bem quiserem, os jogos em si não são ruim, mas acredito que as plataformas de jogos que dizem que crianças podem jogar, deveriam ter um sistema claro para os pais leigos nesses assuntos pudessem monitorar e bloquear esses indivíduos de má fé. Minha opinião.