Pacific Drive: o velho survival em uma roupagem diferente [preview]
Pacific Drive é um dos jogos diferentões previstos para chegar em 2024 e nós já jogamos algumas horas dele! Confira o nosso preview
ode não parecer em um primeiro momento, mas 2024 está começando bastante turbulento de lançamentos e muitos jogos interessantes estão previstos para sair entre janeiro e março, o que inclui o inusitado Pacific Drive, um título de sobrevivência que oferece uma abordagem um pouco diferente do que estamos acostumados.
O game está previsto para chegar em fevereiro, mas o Flow Games teve a oportunidade de jogar algumas horas das primeiras missões da campanha e experimentar um pouco do que este “mundo aberto” tão diferente tem a oferecer. Confira o nosso preview!
Pacific Drive: um survival com foco na trama
Em Pacific Drive, saímos das temáticas já tão batidas de sobrevivência na selva, lutando contra canibais e perigos da natureza. Aqui, o risco é outro: o protagonista é puxado para dentro de uma zona de contenção em que experimentos foram realizados e toda a matéria muda constantemente em fenômenos físicos inexplicáveis.
Chamada de Zona de Exclusão Olímpica, cada área do local é altamente instável e o cenário muda constantemente por conta dos eventos “sobrenaturais”. Apesar de dar uma bela premissa para um roguelike procedural, a ideia é colocada em prática para renovar as áreas de exploração e ter novos recursos para coletar.
A grande sacada de Pacific Drive é que ele afasta mais o conceito de sobrevivência aleatória e coleta de recursos em uma situação crítica (e com a ideia de ir melhorando de lanças de madeira até bases tecnológicas, como em Ark e outros títulos do gênero), mas abraça uma campanha mais bem desenhada, com missões principais e uma trama a seguir.
Em outras palavras, todos os elementos de um bom survival estão aqui, mas eles têm um peso um pouco menor na progressão e a história oferece doses de novidades com maior frequência, tornando Pacific Drive um jogo interessante para quem gosta do gênero, mas não tanto da atmosfera “arcade”.
E, o outro elemento que chama bastante atenção e traz ideias refrescantes, é que o título se foca mais no seu carro (que é basicamente uma entidade paranormal) do que em você – e isso traz algumas dinâmicas interessantes na aventura.
O carro é o protagonista, não você
Uma das sacadas mais diferentes de Pacific Drive é o grande foco no carro que o acompanha: uma perua antiga que, na verdade, é um Remnant, um artefato com possíveis poderes que se associa a uma pessoa – e pode levá-la à loucura. Por conta disso, o carro em muitos momentos será não somente sua principal ferramenta e transporte, mas, de certa forma, até o protagonista.
Durante o preview do jogo, testamos mais de 5 horas de conteúdo e pode se preparar para dirigir bastante por diferentes tipos de cenários e desafios. A ideia, como todo bom survival, é coletar recursos para aprimorar e reparar seus equipamentos – que, na verdade, quase sempre será o seu carro.
Apesar de as viagens serem parte constante da sua experiência, não se trata de uma jornada sem fim e sem fronteiras (não é um mundo aberto), já que você tem uma base fixa para voltar e consertar a caranga: sua garagem é um HUB para voltar, aprimorar as peças do veículo, produzir bancadas de criações novas e por aí vai.
O loop de coletar recursos e reutilizá-los faz parte da experiência e se alinha com os moldes de survival convencionais e do jeito que estamos acostumados: refinar materiais, construir peças melhores e mais resistentes, investir em pesquisas que fornecem novas ferramentas para buscar recursos e tudo que você pode imaginar.
Entretanto, o brilho da experiência é justamente andar por aí com a sua perua sobrenatural em cenários extremamente ermos que flutuam entre a natureza e pura ficção científica. É quase como se Control se misturasse Aniquilação, filme da Netflix (quem viu vai entender exatamente qual é a pegada).
E, nisso, Pacific Drive parece acertar muito bem: dirigir por aí é uma mistura de muitas coisas que na teoria parecem uma má combinação (possivelmente até monótona), mas que, na prática, oferece uma jogabilidade de sobrevivência bastante competente e surpreendentemente contemplativa.
A equipe foca bastante em criar ações manuais para cada parte do carro, como ligá-lo, mudar a marcha, ativar limpadores de para-brisas, acender os faróis, abrir as portas e consertar cada tipo de problema, de vazamentos de água a pneus furados.
A dirigibilidade é muito bem-feita, os diferentes tipos de terrenos mudam bastante a forma como o seu carro reage ao ambiente, o sistema de dano é bem realista e leva em conta múltiplos fatores externos e, principalmente, o sistema de risco e recompensa é bastante divertido.
Quanto mais rico em recursos um cenário é, mais instável às anomalias o ambiente também é. E, quanto mais esferas de estabilidade você coletar (um recurso precioso para construir bancadas e projetos na garagem), mais o cenário se torna hostil e oferece chances severas de você se dar mal.
Tudo isso em Pacific Drive é permeado de ambientes muitos bonitos de observar, mesmo envolto de catástrofes, e uma experiência recheada de músicas para aproveitar a jornada, já que o rádio é uma parte essencial do veículo e a equipe investiu bastante em uma variedade de canções para tocar durante as suas explorações.
Por ter apenas duas missões no preview que testamos, é difícil dizer se Pacific Drive consegue sustentar essa experiência por muito tempo: há mais variedade nos perigos? Existem inimigos? Até que ponto é possível modificar o carro? Mas, por enquanto, parece que teremos um game com ideias bem diferentes para aproveitar.
Ainda há arestas para aparar
Apesar de quase tudo que testei em Pacific Drive ser positivo, houve alguns aspectos que não agradaram tanto durante nossa jogatina. O primeiro deles foram alguns bugs aqui e ali, com parte dos itens sumindo ou algum objetivo desaparecendo da interface, mas nada muito severo, apenas incômodo – e é sempre bom lembrar que é uma build de prévia, não a final.
A segunda, e talvez mais difícil de corrigir neste momento, é que eu achei grande parte da interface, tutoriais e possibilidades do que fazer na aventura bastante confusas. Algumas coisas descobri por acidente, outras o tutorial nunca ensinou e algumas se perderam em explicações e interface confusas.
A história, apesar de trazer muitos elementos bacanas, também podem se perder entre diálogos que ocorrem em momentos críticos da aventura (ou enquanto você acessa algum menu e as legendas somem). No geral, essa se tornou a pior parte de Pacific Drive, mas talvez seja costume.
Por ora, Pacific Drive conseguiu me empolgar ainda mais do que eu já estava: em meio a tantos jogos que seguem fórmulas batidas, esse aqui parece oferecer uma experiência refrescante e com uma boa dose de gameplay diferente do que estamos acostumados.
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