Jogamos: Rocket Racing transforma Fortnite em jogo de corrida viciante
Dos criadores de Rocket League, Rocket Racing acelera na diversão e promete levar IP da Epic Games ao pódio
ão foi só para testar Lego Fortnite que a equipe do Flow Games viajou a Nova York recentemente. Num evento repleto de novidades para a franquia, a Epic Games também deixou que experimentássemos antecipadamente a jogatina de Rocket Racing, um game de corrida arcade criado dentro de Fortnite e lançado nesta sexta-feira (8).
Apresentando o título à imprensa, o time da Psyonix – criadores de Rocket League e parte do crescente portfólio de estúdios da Epic – descreveu seu novo projeto como “um jogo de corrida arcade elevado a enésima potência”.
Se depender dos pouco mais de 45 minutos (intensos) que dedicamos ao game multiplayer no encontro promovido pela dona da Unreal Engine, os devs não mentiram ao vender o seu peixe: Rocket Racing é acelerado, divertido e viciante.
Rocket Racing: hands-on e primeiras impressões
Assim como Lego Fortnite, Rocket Racing prova que Fortnite é não apenas um jogo, mas uma plataforma altamente flexível e que comporta experiências que podem ir – e vão – muito além do que vemos dentro do aclamado battle royale.
Para começo de conversa, o novo produto da Psyonix é simplesmente um jogo de corrida completo, com carros, pistas, manobras e recursos que o diferem completamente do que é apresentado no Fortnite “padrão”.
Dizemos mais: Rocket Racing funcionaria perfeitamente como um delicioso integrante dos racing games arcade mesmo se estivesse completamente dissociado de seu irmão maior, funcionando como um título autocontido e até mesmo pago.
Ao fazer parte da “família Fortnite”, no entanto, a jogatina automobilística ganha funcionalidades sociais relevantes, recebe integrações interessantes com outros jogos do mesmo ecossistema – incluindo o battle royale e o próprio Rocket League – e, mais importante do que tudo, é oferecido gratuitamente a uma infinidade de jogadores.
Pudera, uma vez que a proximidade a um dos games mais populares do mundo coloca Rocket Racing diante de uma vitrine imensa, com mais de 100 milhões de jogadores prontos a consumir novidades em seu produto de entretenimento favorito.
Carros de verdade, não “apenas” veículos
Não é de hoje que Fortnite brinca com o uso de veículos dentro do jogo. Há tempos a franquia cria introduz todo tipo de maquinário para facilitar sua locomoção pelos mapas durante partidas online ou criar collabs incrivelmente inusitadas – como a parceria com a Tesla, feita em meados de 2019.
Por isso mesmo, é interessante ver como Rocket Racing parece jogar para escanteio tudo que o battle royale construiu em relação automóveis e dirigibilidade para permitir que a expertise da Psyonix no gênero brilhe muito, dentro e fora das corridas.
Logo na tela de seleção de personagens, temos a primeira surpresa: o game finalmente introduz um sistema de customização de carros ao universo de Fortnite, possibilitando que o jogador altere estilo e cores de lataria, rodas e adesivação dos possantes.
Como se isso não bastasse, o novo jogo de corrida da Epic Games permite que os veteranos de Rocket League tragam alguns de seus carros favoritos do “futebol sobre 4 rodas” para dentro de Rocket Racing e também oferece mais pacotes de customização na lojinha in-game.
Seja qual for a sua escolha, todas as carangas são bem bonitas e, com as cores e decalques certos, devem cair no gosto de todo o tipo de jogador.
Dificuldade progressiva e controles precisos
Rocket Racing nos pareceu o tipo de jogo que abraça a máxima de “fácil de aprender, difícil de dominar”. E, acredite, é muito fácil errar a mão e entregar algo simples demais ou burocrático além da conta quando se escolhe esse caminho. Felizmente, a Psyonix acertou a mão nas suas escolhas de design e na progressão de dificuldade.
Nos testes que fizemos em Nova York, o jogo foi primeiro nos ensinando suas mecânicas em uma série de partidas de tutorial – ensinando a jogabilidade básica do game –, antes de partir para demonstrações de técnicas avançada e, então, pedir que você coloque tudo em prática em corridas mais e mais exigentes.
A sensação é que, conforme você progride como jogador, precisa aprender a equilibrar risco e recompensa. É algo como:
Faço um drift aqui para ganhar um boost um pouco mais adiante? Tento pular para aquela plataforma para acessar um possível atalho? Grudo no teto para conseguir passar por aquele power-up de velocidade? Ou só sigo meu caminho normalmente e torço para os outros errarem?
Sim, porque diferentemente de jogatinas como Mario Kart e similares, não há muito o que você possa fazer para atrapalhar diretamente seus adversários. A coisa, no geral, meio que depende inteiramente da sua habilidade como piloto e do domínio que você tem de cada um dos 26 níveis disponibilizados na Temporada 0 de Rocket Racing.
Uma das primeiras manobras que você vai ter que se especializar no jogo é o drift. Em curvas mais acentuadas, o jogador não apenas precisa derrapar para seguir as linhas do circuito e evitar uma batida – ou a queda do seu carro para fora do mapa –, como também ganha um boost de velocidade assim que volta a alinhar seu carro numa reta.
Enquanto você pratica isso, é possível experimentar outros recursos para ficar mais rápido nas partidas. A barrinha de Turbo, por exemplo, vai enchendo ao longo do tempo, pode juntar até 3 cargas e garante impulsos ultravelozes por um tempo curto. Se você apertar o botão que ativa essa função novamente, no tempo certo, consegue estender o bônus por mais algum tempo e desbancar seus oponentes.
Até mesmo no início das corridas dá para deixar os amigos comendo poeira. Isso porque Rocket Racing adere ao clássico sistema de “aperte o acelerador assim que o sinal pular de vermelho para verde para arrancar com tudo”. O bacana é que, no racing game da Epic, isso não é algo binário: é possível ganhar um boost pequeno se o timing for um pouco fora do esperado ou engatar 100% a mais de velocidade com um clique perfeito.
Jogamos tanto no controle do Xbox quanto no DualSense e em ambos o gameplay foi extremamente suave, preciso e recompensador, como uma boa corrida arcade deve ser. Todos os atalhos e recursos mencionados acima são de fácil acesso e virtualmente sem delay, com a mesma coisa valendo para botões de aceleração, frenagem e ativações de outras manobras mais específicas.
Embora você não precise se preocupar com trocas de marchas ou coisas do tipo, seu carro pode saltar (!), planar (!!) e até voar (!!!) em determinados trechos das corridas. Essas mecânicas, junto da capacidade de grudar seu veículo nas paredes ou tetos de túneis e plataformas, permitem que você desvie de armadilhas, corte caminho ou, simplesmente, surpreenda os outros competidores.
Rocket Racing é diversão desmedida
Gratuito, com partidas que duram 5 minutos, bonito, trazendo uma bela trilha sonora à tiracolo e com controles deliciosos, Rocket Racing já valeria o seu download mesmo que fosse uma jogatina apenas que razoável – principalmente se você já tem Fortnite baixado no seu PC, console ou smartphone.
Apesar disso, essa seria uma barra muito baixa para o que a Epic Games e a Psyonix realmente estão entregando com seu novo jogo: ele é realmente divertido e fica ainda melhor quando jogado com (ou contra) amigos.
Na sessão de hands-on que contou com a participação do Flow Games, engatamos uma sequência de disputas em pistas progressivamente mais difíceis ao lado de uma jornalista latina e outros dois colegas brasileiros: Breno Deolindo, do The Enemy, e Tiago Ribas, da Folha de S.Paulo.
Como um quase pro-player de Rocket League, o Breno saiu na frente e venceu com folga os circuitos iniciais. Depois de todos pegarem o jeito da brincadeira, porém, a coisa ficou um pouco mais parelha e a provocação aberta no gogó – no estilo dos gritos nos corujões de CS nas antigas lan houses – tomou conta do salão.
É claro que é difícil reproduzir essa sensação física de jogar ao lado do seu oponente nas sessões multiplayer online do jogo, mas com a ajuda dos recursos de chat de voz, brincar com os conhecidos em Rocket Racing deve trazer uma diversão semelhante.
Aqui, vale um parêntese interessante: quando a jornalista que estava no nosso grupo de jogatina precisou se ausentar, sugerimos que um dos devs tomasse o lugar dela e nos mostrasse um mapa ainda mais difícil do que o último que tínhamos experimentado. E foi aí que veio a lição de humildade.
O desenvolvedor – que posteriormente contou ao Flow Games que é “apenas” o segundo mais habilidoso dentro do time da Psyonix – simplesmente desapareceu no horizonte assim que a partida começou, não foi mais visto por nenhum de nós e teve a audácia de levantar de sua cadeira só para me ver cruzando a linha final num distante segundo lugar. Percebe o nível de desrespeito?
Rocket Racing está entre nós
Rocket Racing pode ser curtido inteiramente de graça na seção de Descobertas de Fortnite. Por enquanto, o game conta com apenas um punhado de carros, 26 pistas e dois modos de jogo: livre ou ranqueado. O jogo de corrida estilo arcade ainda pode ser experimentado em partidas públicas de 4 participantes ou em grupos fechados de até 12 amigos.
Segundo a equipe da Psyonix e da Epic Games, o título deve receber sua 1ª temporada no início de 2024, trazendo novidades na forma de automóveis inéditos, customizações adicionais e opções extras de jogatina – como uma aguardada modalidade de time trial, no qual você corre contra o relógio para bater seu tempo e dos outros jogadores.
Lançado em 8 de dezembro de 2023, Rocket Racing está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S, Nintendo Switch, PC e dispositivos Android. O jogo também pode ser transmitido via nuvem, em serviços como Xbox Cloud Gaming, Nvidia GeForce Now e Amazon Luna.
*O Flow Games viajou a Nova York a convite da Epic Games.
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