IA liberada em dublagem nos games: sindicato tenta se explicar

O SAG-AFTRA, sindicato americano que foi vocal com relação à IA liberada em serviços de streaming, anunciou uma “traição”, como já publicamos aqui no Flow Games: a entidade revelou ter firmado parceria com o estúdio de voz Replica Studios, que permitiria a desenvolvedores de games a utilização de vozes geradas por IA.

Isso sinaliza a uma posição contrária à que a organização mostrou na longa greve de atores de 2023.

IA liberada para dublagem nos games: questão de tempo?

A divulgação, obviamente, foi recebida com rechaço pela comunidade global de artistas, especialmente aqueles que atuam nos Estados Unidos. Tentando explicar no que consiste a iniciativa, o sindicato adianta que o acordo foi “aprovado por membros afetados da comunidade de artistas de dublagem”. Eles também disseram que isso está sendo feito “há anos”.

Imagem: Cloud Imperium Games

O próprio sindicato reconhece que a decisão “não será popular” com todos os membros, observando que “pontos de vista sobre a IA variam enormemente, daqueles que a refutam aos que estão empolgados com as oportunidades”.

Basicamente, os atores poderão licenciar uma réplica digital deles a ser usada nos games com a IA liberada, com pagamento calculado a cada 300 linhas de diálogo ou 3.000 palavras. O contrato também prevê proteções aos artistas, como deixá-los sempre cientes dos projetos nos quais suas vozes serão usadas e estipular determinados conteúdos.

Entre as limitações, o documento também frisa a utilização única e exclusiva em games, não em filmes animados ou TV, ressaltando que é preciso ter “conteúdo linear especificado”.

Tudo isso ainda está em fase “experimental”, segundo o sindicato, e limitado a um termo de 1 ano nesse momento inicial. Diversas companhias já estão em negociação em cima do assunto, mas só o tempo dirá como ele ainda vai reverberar – e como atores e entidades vão encarar a situação da IA liberada.

Via GameSpot