
Review: Drag X Drive mostra que a Nintendo ainda inova
Confira a nossa análise completa do lançamento Drag X Drive no Nintendo Switch 2
Imagem: Nintendo
uita gente reclama — e com razão! — que boa parte dos lançamentos modernos nos videogames se resumem a remakes e remasterizações do passado, com os estúdios apostando cada vez mais na segurança das grandes franquias.
Só que os primeiros meses de vida do Nintendo Switch 2 comprovam o que todo nintendista que se preza já sabia: nesse mar de marasmo e mesmisse, a Big N continua sendo o lar de algumas das ideias mais inovadoras da indústria. A chegada de Drag X Drive deixa isso bem claro.
Jogado inteiramente com um par de JoyCon na função de mouse, esse lançamento é diferente de absolutamente tudo o que existe nos videogames hoje em dia. E por mais que o game tenha alguns tropeços, essa coragem, por si só, já o torna interessante, como explicaremos no nosso review completo a seguir.
Drag X Drive traz basquetinho divertido
Se lá nas gerações 8 a 32 bits os videogames nos traziam um montão de formas diferentes de jogar basquete, o passar dos anos foi particularmente inclemente com os jogos do gênero, com poucos simuladores monopolizando a modalidade. Hoje basicamente a gente vive de NBA 2K, certo?
O basquete descontraído de Drag X Drive é como um resgate de tempos mais inocentes e inventivos, quando ainda era possível alugar jogos como NBA Jam e Looney Tunes B-Ball. Ele está muito mais interessado no elemento “boomshakalaka” do que em entregar uma simulação sisuda do esporte.
As partidas são jogadas em formato de 3×3, e você controla apenas um único personagem, que pode ser customizado para ter um tipo físico de armador, ala ou pivô, cada um deles focando mais na especialidade de rebote, força ou rapidez.
A melhor pedida aqui é testar um pouco de cada até ver que tipo de perfil encaixa melhor no seu estilo de jogo. Como é preciso bater nos outros personagens para roubar a bola (não há faltas por aqui!), alguém que se seja bom nisso deveria se concentrar em aumentar a força.
Já a turma com mais dribles pode se concentrar na rapidez, enquanto o rebote é auto-explicativo, mas vale ficar de olho: ele não acontece só embaixo das cestas: é bem comum ver uma bola sem dono pipocando pela quadra nas partidas de Drag X Drive!
Haja braço!
Como você já deve ter notado nas artes conceituais, trailers e vídeos de gameplay, como o que postei no meu canal, o Aquele Cara, os personagens de Drag X Drive são cadeirantes. É difícil vermos avatares representando essa demografia PCD nos videogames, então é legal ver personagens irados com essa pegada.
Na prática, isso significa que você, para controlá-los, poderá emular os seus dois braços, cada um com um JoyCon espelhando as suas mãos. Com os controles virados para baixo em qualquer superfície, o ato de arrastar o joystick faz com que o atleta do game empurre o pneu corresponde da cadeira com a mesma intensidade que você empenhou na vida real.
Longas deslizadas aumentam drasticamente a sua velocidade, enquanto toques nos botões ZR e ZL funcionam como uma “segurada” na roda para fazer um freio abrupto, ideal para quem precisa fazer curvas fechadas rapidamente.
Com o tempo você vai aprender a manipular os freios e movimentos para fazer jogadas especiais, intercalando saltos com inclinadas em uma só roda, elevando o nível do seu gameplay e das partidas, o que é bonito de ver.
Já fazer os arremessos é muito simples: você só precisa levantar a mão e então inclinar um pouco o punho rapidamente, emulando o movimento de arremesso. O que vai ditar o seu acerto ou erro é o quão bem alinhado o personagem está em relação à cesta.
Tudo isso funciona muito bem, já que a detecção de movimentos dos JoyCon 2 é primorosa, mas vale um alerta: mesmo estando em dia com a academia, achei bem cansativo para os braços jogar por mais de uma hora, então eu diria que Drag X Drive funciona melhor em pequenas sessões.
Falta conteúdo
Relevado esse ponto de ser difícil aguentar jogar por muito tempo seguido, o maior problema de Drag X Drive é que simplesmente não há muita coisa a se fazer por aqui, seja online ou, pior ainda, offline.
Claro, você pode tirar um tempinho para customizar as cores do seu capacete, traje, chassi e pneus, ou então aproveitar a quadra do lobby para disputar dois minigames: um focado em apostar uma corrida com obstáculos, e outro em que vence quem conseguir pegar primeiro uma bola que sai quicando por aí.
Há placares de liderança, mas isso é muito pouco para se distrair. Ao menos dá para filtrar entre organizar partidas em Parques Públicos (contra gente do mundo inteiro) e parques particulares (para jogar com seus amigos).
Cheguei a jogar um pouco contra gente da Nintendo Treehouse em um teste fechado e a conexão funcionou bem, então Drag X Drive é um ótimo game para curtir com o Game Chat do Nintendo Switch 2 ligado.
Aliás, por mais que o jogo não tenha lá tanto texto assim, esse é mais um título first party que está totalmente localizado para o nosso idioma, garantindo que 100% dos jogos da Big N no Switch 2 estejam em português até agora.
Vale a pena jogar Drag X Drive?
Mesmo que o seu preço não seja dos mais salgados nos EUA, onde é vendido a apenas 20 dólares, é difícil olhar para Drag X Drive e não pensar no potencial desperdiçado no instante em que a Big N optou por vendê-lo separado do console.
Se Wii Sports virou parte essencial da identidade do Nintendo Wii ao apresentar os seus novos controles de movimento ao mundo, talvez Drag X Drive também pudesse virar sinônimo do Nintendo Switch 2 e das possibilidades dos seus novos JoyCon com função de mouse caso ele acompanhasse o console de fábrica.
Não temos uma bola de cristal aqui na redação, mas se eu fosse obrigado a dar um palpite agora, imagino que isso vai limitar bastante a sua base instalada, frustrando o que poderia até mesmo evoluir para uma febre de eSports interessante.
Do jeito em que foi lançado e vendido, Drag X Drive certamente pode e vai divertir bastante quem escolher mergulhar no seu conteúdo, mas é difícil recomendar o investimento quando há tantos outros jogos competitivos online por aí totalmente grátis. Ainda assim, sua proposta ousada e inovadora é digna de muitos elogios.
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Drag X Drive
Publisher: Nintendo
Desenvolvedora: Nintendo
Plataformas: Nintendo Switch 2
Lançamento: 14/08/2025
Tempo de review: 6 horas
Drag X Drive não oferece muito conteúdo, mas o que ele traz é divertido o suficiente. Quem busca um basquete mais arcade e descontraído com controles inovadores vai curtir bastante
Prós
- É um jogo diferente de tudo o que existe
- Bacana ver representação de PCD nos jogos
- Online com amigos pode ser viciante
- Detecção de movimentos funciona muito bem
- Boa localização em português
Contras
- Pouco conteúdo para o preço cobrado
- Praticamente nada para se fazer sozinho
- Poucos minigames e extras
- Gameplay pode ser fisicamente exaustivo
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