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Coluna: um minigame de Bravely Default no Switch 2 é meu GOTY

Em uma indústria criativamente estagnada, é um deleite encontrar novas formas de jogar com a de Bravely Default

27.08.2025 às 17:34

Tem pouca coisa no mundo dos videogames que eu acho mais legal do que o lançamento de um console novo. Afinal, isso costuma significar não apenas um salto tecnológico notável, mas também a chegada de muitos jogos novos e, tão ou mais importante, de novas formas de jogar videogame.

Ainda me lembro com carinho de como foi usar controles de movimento pela primeira vez, reunindo amigos para passar várias tardes suando a camisa com Wii Sports. Voltando um pouco mais no tempo, o advento dos jogos em 3D, com a possibilidade de controlar a câmera manualmente, foi coisa de louco. De repente o D-Pad já era acompanhando não só por um analógico, mas por dois!

Infelizmente, sacadas assim foram ficando cada vez mais raras em uma indústria avessa a riscos. Com os altos custos de produção dos jogos e hardwares, poucos ainda têm coragem de se aventurar e apostar tudo em experiências genuinamente inéditas e deslumbrantes. A própria Big N, normalmente a produtora de consoles mais ousada, jogou seguro com o Nintendo Switch 2 e preferiu em entregar uma versão maior e melhor do que em breve deve se tornar o videogame mais vendido de todos os tempos.

Só que mesmo nele ainda é possível encontrar fagulhas da boa e velha Nintendo. No meu caso, por mais que eu tenha gostado muito de jogar e analisar sucessos como Mario Kart World e Donkey Kong Bananza, o que fez mesmo o meu velho coração gamer bater mais forte foi… um minigame de Bravely Default Flying Fairy HD Remaster:

Bravely Default e a alegria improvável

Antes de mais nada, eu preciso dar crédito para o meu amigo e visionário Vinícius Munhoz. Quando o Nintendo Switch 2 ainda estava sendo mostrado ao mundo, a Big N transmitiu mais uma edição do seu tradicional Treehouse Live, programa onde os próprios funcionários da empresa testam e mostram os jogos da casa.

O Flow Games fez uma transmissão ao vivo da Treehouse Live na íntegra e, por lá, o Vini se mostrava bastante empolgado com a remasterização de Bravely Default, jogo lançado originalmente apenas para o 3DS em 2012. No Switch 2, ele teria novos gráficos, recursos e… minigames?! Enquanto o Zero não se impressionava na transmissão, o Vini ria e comprava a ideia do minigame Ringabel’s Panic Cruise, uma das principais novidades do pacote.

Ao natural, só o que já estava na tela parecia extremamente divertido, já que era basicamente uma maratona de microgerenciamento, com um monte de coisa espalhada pelo hub e pedidos incessantes pipocando sem parar, tudo isso enquanto você tenta pilotar uma nave e colocá-la na altura e caminho certos. Confira a partir de 01:35:27:

Mas aí vem o pulo do gato: o desafio era aumentado pelo fato de que você precisava jogar Bravely Default usando dois mouses ao mesmo tempo, um em cada mão, aproveitando as novas (e nem tão alardeadas quanto deveriam) funções dos JoyCon 2, muito mais precisos e interessantes que os joysticks anteriores.

Tirando a prova

Fiquei com aquilo na cabeça por dias a fio, até ter a chance de experimentar Bravely Default Flying Fairy HD Remaster eu mesmo.

Bravely Default é um baita JRPG que já cativa de cara por sua pegada no clima dos Final Fantasy mais clássicos, com todos os seus cristais e grupos de aventureiros carismáticos. Leva mais de 15 horas para sequer liberar os minigames que eu mal podia esperar para jogar, mas passou rapidinho, de tão bom que é o game.

E de repente lá estava eu, controlando a navinha do Ringabel e seus amigos. Nem me lembro de quando foi a última vez que me diverti tanto assim jogando videogame!

Sentir o meu cérebro lutando para se acostumar com o ato de manipular duas miras ao mesmo tempo foi sensacional. Fui imediatamente transportado de volta aos tempos em que testemunhava aquelas inovações gigantescas dos videogames que citei lá no começo do texto, e me vi como uma criança aprendendo a mexer com a câmera de Mario 64 pela primeira vez.

Mesmo quando a sensação de novidade passou, segui jogando mais e mais Bravely Default, porque aquele minigame simplesmente é viciante assim. Tentar ter o melhor desempenho possível, pontuando alto nas dificuldades mais elevadas, ainda colocou um temperinho de nostalgia na coisa toda e me deixou sorrindo de orelha a orelha.

Bravely Default GOTY no Nintendo Switch 2

Imagem: Square Enix

Eu sei que é extremamente improvável que a gente veja muitos outros jogos tirando proveito dos mouses do Nintendo Switch 2 com a mesma excelência e criatividade vistas em Bravely Default (ainda que Drag X Drive, da própria Big N, também tenha tentado recentemente).

Algo me diz que os mouses podem ter um destino parecido com o touchpad dos controles PlayStation: um recurso super bacana, mas que poucos tiveram interesse em explorar. Mas mesmo que esse venha a ser o caso, está tudo bem.

Afinal, eu sempre vou carregar comigo as memórias de como foi divertido e inovador jogar Bravely Default com dois mouses. Mesmo que ele não apareça nas premiações de final de ano, ao menos no meu coração, esse minigame é o GOTY!!!

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