Alan Wake 2: vimos um gameplay absurdamente empolgante de 45 minutos
Survival Horror da Remedy, Alan Wake 2 aposta em dois protagonistas e clima mais sinistro
lan Wake passou no teste de longevidade e, como um produto à prova do tempo, ganhou status cult ao longo dos anos, com mais reconhecimento no longo prazo do que nas vendas, que registraram uma quantidade razoável, especialmente para os padrões atuais.
Atendendo a uma sedenta base de fãs que clamavam por isso há muito tempo, a Remedy anunciou Alan Wake 2 sob o privilégio do fator surpresa, sem ter presenciado qualquer vazamento antes da revelação – algo cada vez mais difícil de conter na internet imediatista e ansiosa em que vivemos.
A Summer Game Fest deu palco a uma breve demonstração de gameplay acompanhada da data de lançamento: 17 de outubro. No entanto, o Flow Games viu mais que isso nos dias que sucederam essa apresentação e conferimos cerca de 45 minutos de conteúdo contínuo, conduzido por um desenvolvedor do estúdio a portas fechadas, com o game rodando num PS5, bem na nossa frente, sem cortes.
A sequência promete entregar algo muito diferente do original.
Alan Wake 2 e o Survival Horror
O primeiro aspecto fundamental dessa continuação é sua abordagem em Survival Horror, algo inédito às mentes criativas do estúdio finlandês.
Afinal de contas, o título de estreia traz um bom suspense, com ótimas raízes no terror sobrenatural – e no consagrado autor Stephen King -, mas não possui os mecanismos de um horror de sobrevivência e só belisca o gênero.
A sequência, no entanto, oferecerá um escopo maior: gerenciamento de inventário, enigmas com mais densidade/coleta de pistas, racionamento rigoroso de munição e, é claro, a ameaça se espreitando a cada esquina, com efeitos sonoros e visuais correspondentes ao termômetro de sobrevivência num ambiente hostil, carente de recursos.
A nova protagonista
Outra aposta da equipe é a inclusão de uma protagonista adicional: a agente Saga Anderson, do FBI, que está investigando uma onda de assassinatos ritualísticos na região de Brightfalls, a cidadezinha do primeiro jogo – que de pacata não tem nada. O local volta a ser palco dos eventos da nova jornada.
A apresentação que o Flow Games acompanhou trouxe a comissária e seu parceiro, Alex Casey (cujo rosto é do próprio Sam Lake, diretor criativo do título), chegando a um bosque no encalço de informações. Após a interação com alguns elementos do cenário, um ambiente jogável inédito é exibido: a mente de Saga.
Esse lugar ilusório revela os pensamentos e devaneios que a agente tem enquanto descobre e verifica novas pistas. O jogador “interpreta” essas reflexões num ambiente manipulável, feito assim para propósitos lúdicos. É ali que Saga liga os pontos e constrói soluções para o seu caso.
Os cenários oferecem uma imensidão de itens de interação. Ao se aproximar de determinados objetos, Saga visualiza pequenos pontos aos quais o jogador pode direcionar o cursor, em requintes de point-and-click mesmo, simples e funcional.
Protagonismo duplo: como funciona?
Infelizmente a demo de Alan Wake 2 não apresentou o gameplay do escritor, que ainda permanece em segredo e é o tesouro mais desejado da comunidade, mas a Remedy comentou sobre a mecânica de alternar entre ele e a agente “a qualquer instante”.
Sim, é isso mesmo: a partir do momento em que Alan aparece, o jogador escolhe livremente entre seguir com ele ou Saga quando quiser – podendo, inclusive, terminar o game inteiro com um só.
O que isso impacta no final? O que acontece com um deles, em paralelo, enquanto você joga com o outro? Essas são perguntas que a Remedy ainda não pôde responder, mas devem girar em órbita na cabeça dos fãs até o lançamento.
E fez-se a luz (13 anos depois)
Sim, a escuridão continua sendo o seu maior adversário em Alan Wake 2, que ainda requer o uso de luz para eliminar porções poluídas dos inimigos. O clarão “limpa” os sectários, mas não os purifica, fazendo-se necessário usar armas de fogo para terminar o trabalho.
Enquanto avançava floresta adentro, a agente se deparou com uma horda deles, que são, em teoria, membros da tal seita responsável pelos brutais assassinatos.
O tiroteio foi franco e sólido, com direito a uma escopeta de cano duplo, ainda não exibida em nenhum trailer, e muito impacto em cada ricochete, em cenas adornadas por uma rica iluminação e grande performance técnica.
Ao chegar numa fenda, a detetive ouve a voz de Alan, que aparece deitado à frente dela. “Você está desaparecido há 13 anos”, diz a agente. E é quando a apresentação inevitavelmente termina, sob aplausos.
Como se sabe, o escritor tem o “poder” de materializar a realidade ao seu redor a partir das coisas que escreve, tal como em Efeito Borboleta. Teria ele “criado” a existência de Saga? E por que levou 13 anos para conseguir se comunicar com o mundo externo, fora da dimensão das trevas em que está confinado desde o final do 1º jogo?
As respostas virão em 17 de outubro deste ano, quando Alan Wake 2 será lançado para PS5, Xbox Series X|S e PC.
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