Dragon Age e as mudanças: produtor brasileiro fala ao Flow Games

Aliás, a data conhecida como “Dia do Dragon Age”, celebrada em 4 de dezembro, trouxe, em 2024, ações interessantes da BioWare junto à comunidade, incluindo o lançamento de uma versão independente e gratuita do Criador de Personagem em todas as plataformas.

A questão que gira em órbita na cabeça de muitos jogadores é: o que representam as mudanças constatadas em The Veilguard? Como o gameplay se modernizou de forma a agradar o jogador novato sem, é claro, desamparar o antigo? E quem nunca teve contato com a franquia antes, como é que fica?

Para endereçar essas e outras questões, o Flow Games teve a oportunidade de conversar com o brasileiro Scylla Costa, Lead Producer na BioWare. Confira!

Dragon Age The Veilguard: passado, presente, futuro e o gameplay

Formado em computação na Universidade Federal de Pernambuco, Scylla, que deu seus pontapés iniciais com um “futsim”, ingressou na BioWare durante a fase de ouro da empresa, com Mass Effect 2, Mass Effect 3, Dragon Age Inquisition, Mass Effect Andromeda e Anthem no currículo, entre outros projetos.

Perguntado sobre as mudanças de gameplay apresentadas em Dragon Age The Veilguard, o produtor foi enfático: “Temos que pensar para a frente”.

Imagem: EA

“A câmera era mais top-down [aérea], agora temos o Rook [personagem principal]. Difícil pensar só no agora, temos que pensar para frente. O comportamento das pessoas muda, o estilo, o gosto, os tipos de videogames que elas consomem. Esse é um dos desafios. Observamos o que seria mais presente no mercado e resolvemos fazer algo mais fluido e um combate que permitisse jogar de duas formas: mais ação ou mais tático”, ponderou o líder.

Sobre o “tom” do jogo, Scylla explicou que a mudança geográfica, que ambienta Dragon Age The Veilguard em locais diferentes do universo em relação a títulos anteriores da franquia, reflete essas diferenças.

“O norte de The Fades é onde estamos agora, antes estávamos no sul. Vimos vários outros locais e falávamos sobre eles em diálogos e documentos, mas o jogador não ia para esses lugares. Agora ele vai”, justificou. “Do ponto de vista artístico, as coisas mudam. Os canais de Treviso, por exemplo, lembram Veneza. Arlathan Forest, que é a floresta mágica, também é um lugar mais claro. Enfim, queríamos que as pessoas conhecessem outros biomas”, argumentou o artista.

Imagem: Electronic Arts

Melhor porta de entrada a quem nunca jogou

Esse é o quarto título principal da franquia Dragon Age, que teve início em 2009. Numa era em que mais e mais pessoas estão jogando videogame, é natural pensar no marinheiro de primeira viagem para ser introduzido a todo esse imenso universo mágico. A isso, Scylla comenta o seguinte:

É uma boa porta de entrada para quem está começando, sim. Estamos no norte de The Fades, os jogadores de antes também nunca estiveram lá. Pode entrar que com certeza você vai se divertir

Outro quesito importante em qualquer AAA atual diz respeito à acessibilidade. Dragon Age The Veilguard trabalhou intimamente com esse fundamento – tanto que fisgou uma indicação à referida categoria no The Game Awards 2024, o “Oscar dos games”.

Imagem: EA

“Trabalhamos bastante com acessibilidade. Você pode remover elementos da interface, deixar o gameplay mais limpo, ligar ou desligar pontos de objetivo, definir melhor seu estilo de jogar. Temos cinco estilos que podem ser customizados, mais janela de bloqueio de inimigos, mais ou menos dano…a diversão é sua. Você escolhe como quer jogar”, pontuou.

A recomendação fundamental que Scylla deixa a todos é que “as pessoas joguem e tiram suas próprias conclusões”, muito além de trailers e conteúdos divulgados.

Dragon Age The Veilguard está atualmente disponível para PS5, Xbox Series X|S e PC.

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