Preview: Valorant chega aos consoles em port competente
Valorant se adapta às limitações dos videogames em aguardado port para consoles de mesa
Nossos leitores mais jovens talvez não lembrem ou sequer saibam disso, mas houve um tempo em que a ideia de levar um jogo de tiro em primeira pessoa para consoles de mesa soava estapafúrdia. Foi graças a pioneiros como GoldenEye 007, Turok e Halo que os videogames mostraram que podiam ter experiências próximas ao computador.
Valorant, um dos maiores sucessos do gênero atualmente, também parecia um desafio e tanto para ser portado. Afinal, trata-se de um jogo de tiro de “ultra-letalidade” bem na linha do que se popularizou em CS. Ou seja, é preciso ser preciso e veloz para garantir o headshot e sair vivo dos confrontos.
Outros títulos com menos foco nos eSports e competitividade ainda conseguiriam se safar apelando para assistências de mira variadas, um ritmo mais cadenciado e maior ênfase na imersão ou exploração. Só que no shooter da Riot Games, não há para onde correr: é tudo sobre combates de curta duração e alta recompensa.
Valorant segue divertido em novas versões
A produtora nos convidou para testar o beta de consoles de Valorant na versão para PS5, e apesar dos altos desafios do port, já dá para dizer que gostamos bastante do que vimos — até porque, mesmo no beta, o jogo já conta com suporte a troféus, o que funciona como uma motivação a mais para se dedicar.
Logo de cara você é obrigado a encarar um tutorial bem rapidinho, mas que evidencia algumas diferenças para a versão original de PC. É claro que ainda temos os mesmos agentes e estrutura de missões, além de o sistema de física e lógica interna permanecerem os mesmos.
Por exemplo, ao atirar você ainda precisa levar em conta o recuo das armas e compensar arrastando a mira para baixo se quiser continuar atirando em linha reta por mais tempo.
No entanto, o simples salto do mouse para o analógico do joystick impacta drasticamente o ritmo e velocidade da ação de Valorant. Afinal, o mouse é exponencialmente mais preciso e veloz, então um direcional analógico, por mais confortável que seja, não consegue alcançar a mesma precisão.
Uma possível saída para isso seria seguir os passos do ótimo Splatoon da Nintendo e apostar em controles de movimento para a mira, mas a Riot preferiu não fazer isso por enquanto já que o DualSense do PS5 acabaria levando vantagem sobre os joysticks do Xbox, o que estragaria o balanceamento do crossplay.
Em contrapartida, todo o processo de navegar pelas janelas me pareceu muito mais travado e pouco intuitivo no PS5. Ter que usar o touchpad tanto para abrir a lojinha de compras de armas como para abrir o mapa, circulando entre diferentes abas com os botões dos ombros, foi inconveniente.
Valorant de consoles é quase como um aperitivo da versão superior no PC
A comunicação por voz com o time funciona bem, mas novamente o PC leva a vantagem nesse quesito de Valorant por permitir o chat por teclado sem maiores burocracias.
E embora isso não seja culpa do port em si, mas sim de estarmos novas plataformas com uma demografia menos familiarizada com o gênero e com os controles, não espere tryhardar nos consoles tão cedo. Com em outros hero shooters por aí, via de regra, poucas pessoas usam o chat por voz para coordenação, e jogadores de console costumam ser bem mais estabanados que os de PC.
No fim das contas, pelo que deu para ver nessas primeiras horas de teste no PS5, é muito legal que Valorant esteja se arriscando nos consoles de mesa, o que pode ajudar a atrair mais fãs para a marca e atiçar a curiosidade para os eSports. Mas se você realmente gostar do que viu e quiser se dedicar, considere investir em um PC para jogar com os melhores e com o sistema de controles mais recomendado para esse tipo de experiência. V20ai valer a pena.
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