Review: ROG Strix Scar 18 é o notebook certo para rodar jogos AAA
Equipado com processador i9 e uma RTX 4090, o ROG Strix Scar 18 não desapontou em nosso review. Confira!
ASUS acaba de anunciar a chegada de uma série de notebooks gamers da linha ROG ao Brasil. Entre eles está o ASUS ROG Strix Scar 18, um modelo que promete entregar o que há de melhor em hardware para que rodar jogos não seja um problema independentemente de onde você estiver.
O Flow Games recebeu uma unidade do ROG Strix Scar 18 para e, após jogar bastante e até mesmo trabalhar, conta como foi sua experiência com este monstrão neste review. Confira!
Design e acabamento
O Asus ROG Strix Scar 18 não é um notebook pequeno, afinal, até o seu nome já denuncia que o mesmo tem 18 polegadas. Assim como outros produtos do segmento gamer, o modelo não economiza quando o assunto é entregar traços futuristas.
Do lado negativo, vale notar que o notebook pesa aproximadamente 3 Kg, o que pode não tornar o seu transporte dos mais fáceis ou fazê-lo entrar nos melhores padrões de portabilidade. Apesar desse peso um pouco elevado, eu faço uma ressalva de que ele ainda consegue ser mais leve do que de outros modelos de notebooks gamers que testei recentemente.
De volta a parte boa, o ROG Strix Scar 18 também dá um show de iluminação RGB com detalhes espalhados por praticamente todo o seu corpo. Além da sua tampa trazer o logo da ROG iluminado, até mesmo as suas saídas laterais e bordas contam com detalhes em RGB que podem ter seus efeitos personalizados via software.
Por falar em saídas de ar, a Asus merece um elogio com o trabalho realizado neste modelo. Além de saídas de ar na parte de trás e nas laterais, a parte de baixo do notebook conta com um sistema de três fans. Na prática, a superfície em que o ROG Strix Scar 18 está até pode esquentar, mas pouco desse calor é refletido no restante do seu corpo, o que deixa confortável utilizá-lo.
Em relação às conexões, todas as portas de conectividade ficam localizadas em suas partes laterais. Assim temos:
- 1 saída HDMI 2.1
- 1 porta 3.5 mm
- 1 porta USB 3.2 tipo-C com suporte para fornecimento de energia
- 2 portas USB 3.2 tipo A
- 1 entrada para cabo de rede
- 1 porta Thunderbolt 4 com suporte para DisplayPort e G-Sync
ROG Strix Scar 18 tem tela e som quase perfeitos
Um dos pontos que mais me surpreenderam no ROG Strix Scar 18 foi a sua tela com o que a Asus chama de ROG Nebula HDR Display. Além das 18 polegadas já mencionadas, o grande destaque aqui fica para a tecnologia Mini LED aliada a uma taxa de atualização de 240 Hz e tempo de resposta de 3 ms.
Sendo a primeira vez que utilizei um notebook com Mini LED, devo afirmar que os tons de preto me surpreenderam por conta de sua fidelidade. O tom de preto é tão fiel que posso até mesmo compará-lo ao que já presenciei e presencio com constância em painéis OLED vistos em outros produtos, como TVs e monitores.
Com os tons de preto quase perfeitos, outro ponto que me agradou bastante na tela do ROG Strix Scar 18 foi a sua fidelidade de cores e até mesmo a resolução. Aqui, a densidade por pixels é excelente, uma vez que estamos falando da resolução 2.560 x 1.600 pixels em uma tela de apenas 18 polegadas.
O brilho de até 1.100 nits aliado a uma tecnologia anti-reflexo bem competente não fizeram com que eu tivesse problemas mesmo ao usar o notebook em ambientes com muita iluminação externa. E, para finalizar o assunto da imagem, a tela do notebook ainda conta com o suporte ao G-Sync e ao Dolby Vision HDR.
Para a parte sonora, o ROG Strix Scar 18 traz 4 alto falantes e conta com a certificação Dolby Atmos. Enquanto o seu volume é alto, mas não a ponto de impressionar, a parte positiva mesmo fica para os graves bem ressaltados e o fato do som nunca sair distorcido mesmo quando em seu limite.
Teclado e trackpad
Na questão do teclado, a Asus resolveu ser um pouco mais conservadora no ROG Strix Scar 18, mas ainda acertou em suas escolhas. Para começar, apenas algumas teclas multimídia estão disponíveis, mas isso eu não chego a considerar um erro já que pouco as utilizo.
Além de trazer um teclado numérico, o ponto mais positivo a ser abordado deste teclado é o seu conforto, uma vez que considero que as teclas possuem a “pressão perfeita” necessária para serem acionadas. A maioria dos brasileiros também devem gostar de saber que o teclado está no padrão ABNT2, ou seja, temos o nosso Ç marcando presença.
Para facilitar a vida também de quem gosta de trabalhar no escuro ou prefere algo mais chamativo, o teclado possui um backlight bem eficiente e que é aplicado a cada tecla. Dessa forma é possível deixar que cada tecla do teclado possua uma cor diferente para sua iluminação RGB.
Quanto ao touchpad não há muito o que ser dito. Além do seu tamanho ser o ideal para mim, ele está bem posicionado no corpo do ROG Strix Scar 18 e oferece uma precisão excelente. Aqui eu não tive problemas em realizar movimento “longos” e nem presenciei cliques acidentais.
Desempenho e autonomia
A parte que mais interessa aos jogadores quando o assunto é notebook gamer fica em seu desempenho. E, nesse caso, eu já posso adiantar que o ROG Strix Scar 18 não desaponta nem um pouco, mesmo quando os jogos são AAA recentes.
Mas antes de entrarmos nos detalhes de como foram realizados os testes, vamos recapitular qual a configuração principal do ROG Strix Scar 18. Veja:
- Processador i9-14900 HX (24 núcleos e 32 threads)
- 32 GB de memória RAM DDR5
- Placa de vídeo RTX 4090 com TGP máximo de 175W
- 2 TB de SSD
Para os testes, eu optei por rodar títulos mais recentes e pesados que condizem com as especificações do notebook. Todos os jogos foram executados na resolução nativa do ROG Strix Scar 18 com suas configurações gráficas no máximo (incluindo Ray Tracing), sendo que o DLSS foi ativado no modo qualidade em alguns títulos para obter mais FPS sem comprometê-los graficamente.
No God of War com tudo no Ultra e sem o DLSS ativado, o jogo ficou com uma média de 108 FPS com temperaturas de até 89º para a GPU e até 93º para a CPU.
Em The Witcher 3, o ROG Strix Scar 18 não decepcionou, mas precisou da ajuda do DLSS para atingir taxas mais altas. Enquanto com o DLSS 2 a média foi de 58 FPS com quedas até 53 FPS, o DLSS 3 permitiu que a média da taxa de quadros fosse de 85 FPS. No caso desse jogo, as temperaturas da CPU foram mais altas e chegaram até a casa dos 95ºC.
No jogo mais pesado de nossa bateria de testes, o Alan Wake 2, mais uma vez fomos agraciados com uma performance excelente. Com direito ao path tracing ativado e com o DLSS 3, o jogo atingiu a impressionante média de 86 FPS durante os testes. Já como a imagem entrega, a utilização da GPU chegou a ficar em 99%, mas as temperaturas foram mais amenas e ficaram perto da casa dos 90ºC.
Em Spider-Man Miles Morales, mesmo com o DLSS ativado, a taxa média foi de apenas 72 FPS. O número da taxa de FPS pode até ter sido menor para este caso em específico, mas vale notar que o jogo apresentou uma performance excelente e não teve qualquer sinal de stutterings.
Por último, é claro que testes no ROG Strix Scar 18 também foram realizados com o Cyberpunk 2077 e sua expansão Phantom Liberty. Na região de Dogtown, escolhida por ser mais pesada para os testes, a taxa média foi de 72 FPS, sendo que o DLSS esteve ativado.
Como é possível notar pelos números vistos acima, o ROG Strix Scar 18 é capaz de rodar qualquer jogo com todas suas configurações gráficas no máximo. É verdade que o DLSS, principalmente o DLSS3, é crucial em alguns casos, mas nada que tire o mérito do hardware do notebook.
Todos os números vistos acima, inclusive, foram obtidos com as configurações de energia padrão do ROG Strix Scar 18, o que a maioria das pessoas devem usar. Quando colocado no modo de “máximo desempenho”, um ganho entre 3-5 FPS pode ser notado, mas que não afeta muito o resultado da jogatina.
Em relação às temperaturas, estas até podem assustar alguns jogadores, mas vale notar que elas estão dentro das especificações fornecidas pela Intel e Nvidia. Ou seja, aqui não há motivos para se preocupar e mostra que a ASUS acertou em cheio em seu sistema de resfriamento.
Se por um lado a performance do ROG Strix Scar 18 é excelente, infelizmente, o mesmo não pode ser dito referente a sua autonomia. Ao utilizar o notebook para tarefas simples como downloads e navegar na internet, sem jogar, a autonomia foi de apenas 2 horas e 30 minutos, um número que considero bem baixo.
É claro que essa autonomia até pode ser aumentada, por exemplo, ao optar por outros planos de energia e desabilitar parte da iluminação RGB. Ainda assim, eu considero este número bem baixo, tendo em vista que outros modelos da própria Asus que testei em ocasiões anteriores ofereceram uma autonomia melhor nos mesmos testes.
Se a autonomia do ROG Strix Scar 18 não impressionou, ao menos o tempo de recarga da bateria pode ser considerado bom para os padrões atuais. A recarga completa levou cerca de 90 minutos para ser realizada, enquanto mais de 25% da bateria foi recarregada em apenas 30 minutos.
Softwares da Asus e seus problemas
Assim como já faz há algum tempo, a Asus manteve uma série de programas pré-instalados do ROG Strix Scar 18. Alguns destes softwares podem até ser úteis, mas outros atrapalham e se mostram desnecessários, como o McAfee, que vem em uma versão trial enquanto o Windows 11 oferece o eficaz Microsoft Defender.
Para a parte de software que mexe mais com as configurações e o hardware do notebook, a Asus traz o Armoury Crate. Aqui, eu vejo uma série de acertos no programa que traz muitas opções, mas alguns pontos poderiam ser melhorados. Um destes pontos, por exemplo, é a parte de atualizações de software com o Armoury Crate, que não se mostra prática com uma lista imensa de itens.
Outro ponto que incomoda é a interface do Armoury Crate, que apesar de trazer uma tela inicial com informações úteis, é bastante confusa e às vezes nos deixa perdidos ao pedir a instalação de outros programas para atividades que deveriam ser realizadas em apenas um local. Um exemplo desses é sugerir a instalação ou atualização do Aura Creator, que vem praticamente desconfigurado.
Na prática, o que quero dizer é que essa interface confusa do Armoury Crate faz com que pequenas tarefas, como mudar os efeitos de iluminação RGB, sejam desnecessariamente complicadas.
Já fugindo da interface, outro ponto que me incomodou é que uma das funções mais úteis do programa, a de alterar o modo de trabalho da GPU, requer sempre que o notebook seja reiniciado para surtir efeito.
Eu também preciso ressaltar que tive problemas no Windows 11 aparentemente relacionados ao softwares da Asus. Ao tentar atualizar o driver da placa de vídeo do ROG Strix Scar 18, eu recebi diversas mensagens de erro até que o procedimento deu certo justamente quando surgiu uma notificação de que um software da Asus havia sido atualizado.
Além desse problema acima, até mesmo algo mais simples como a instalação da Steam apresentou alguns bugs em que me vi forçado a ter que fechar o processo toda vez que o notebook era ligado.
É claro que eu não posso culpar a exclusivamente a Asus por estes últimos dois problemas, mas devo ressaltar que não os tive em outros notebooks que testei recentemente. E, querendo ou não, sempre que tive um desses problemas, algum processo da Asus aparentava estar sendo executado em segundo plano sem minha intervenção.
Preço e disponibilidade
O Asus ROG Strix Scar 18 foi lançado no dia 3 de abril de 2024 no Brasil com o preço sugerido de R$ 32.999,00. Mais informações podem ser encontradas na loja oficial da Asus.
ROG Strix Scar 18 vale a pena?
O ROG Strix Scar 18 é, sem qualquer sombra de dúvida, o notebook gamer mais potente que eu já testei até hoje. Mesmo quando o DLSS não está ativado, ele é capaz de rodar qualquer jogo AAA atual com uma qualidade absurda e uma boa taxa de FPS.
Enquanto a sua performance é realmente acima da média, alguns pontos ainda poderiam ser melhorados. Esses estão principalmente relacionados a sua autonomia e também ao software embarcado, que mais parece atrapalhar do que ajudar.
De toda forma, caso dinheiro não seja um impeditivo para o jogador, o ROG Strix Scar 18 realmente figura como uma das melhores opções de notebook gamer para 2024.
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