FTC revela argumentos contra a compra da Activision pela Microsoft
O FTC questionou a Microsoft sobre a exclusividade de Starfield, Redfall e outros jogos durante a audiência de hoje (22)
Para quem está por fora, hoje (22) está acontecendo a audiência da Microsoft com o FTC, órgão regulador de comércio dos EUA. Entre as discussões, diversos detalhes da indústria estão em pauta como, neste caso, a exclusividade de Starfield no Xbox.
Durante a discussão, o FTC revelou que a Microsoft já removeu conteúdo de outras plataformas no passado, citando Redfall (que soubemos há pouco tempo que chegaria ao PS5, mas foi cancelado) e Starfield, que também teve versão planejada para consoles da Sony anteriormente.
Por que Starfield foi cancelado no PS5?
Bom, apesar de ser uma pergunta simples e até óbvia de explicar, a realidade é que os advogados da Microsoft tiveram que responder de qualquer forma durante a audiência com o FTC. Por que Starfield é um exclusivo de Xbox?
Como esperado, a resposta é que a Microsoft também busca fomentar sua base de jogos exclusivos e aumentar a relevância da plataforma, da mesma maneira que a Sony faz com o PS5.
Segundo o argumento dos advogados, essa medida foi devido “à necessidade de oferecer conteúdo exclusivo para mitigar os custos econômicos e o dano da sua marca focada nos jogadores”.
FTC traz argumentos contra a compra da Activision pela Microsoft
A discussão em cima de tudo isso tem um motivo: a possibilidade de, caso a Activision Blizzard ser comprada pela Microsoft, os games da companhia se tornarem exclusivos do Xbox, algo que o FTC tenta provar ao dar exemplos de casos como Starfield e Redfall.
O que acabou também não contribuindo é que, também nesta audiência, o FTC revelou que Indiana Jones da Bethesda seria um jogo multiplataforma, mas após a compra da ZeniMax (empresa-mãe da Bethesda), aconteceu uma renegociação de contrato para remover o título do PlayStation.
FTC: Microsoft’s agreements with Nvidia, Nintendo, etc are “filled with loopholes and speculative commitments”
Says Nvidia deal clause shows MS can “unilaterally” opt to renegotiate
Says Microsoft has resisted testimony/discovery on the deals. Wants them excluded from hearings pic.twitter.com/dSCFHnXCWY
— Stephen Totilo (@stephentotilo) June 22, 2023
Entretanto, a réplica da Microsoft também cita que quando a Mojang foi adquirida em 2014, Minecraft ou seu conteúdo adicional nunca se tornaram exclusivos de suas plataformas e continuaram a chegar no PlayStation e demais videogames em que está disponível. Além disso, foi citado que outros títulos, tal qual Deathloop e Ghostwire Tokyo, tiveram seus contratos honrados.
Em tréplica, o FTC também apresentou argumentos de que, em 2019, a Microsoft negou com bastante ênfase a possibilidade de seus games entrarem no GeForce Now, serviço de nuvem da Nvidia (nas palavras de um email de Matt Booty, presidente do Xbox Game Studios, estava escrito algo como “nem fodend@”).
“No effing way,” was the reaction from Xbox’s Matt Booty to Nvidia putting Microsoft games on GFN. Microsoft’s 2019 strategy was “not putting our first-party IP on competing streaming or competing subscription services” https://t.co/aPQgk9JU8L pic.twitter.com/ToER1C6Ahh
— Tom Warren (@tomwarren) June 22, 2023
Recentemente, a empresa do Xbox firmou uma nova parceria com a Nvidia para levar o Game Pass ao GeForce Now, mas muitos apontam que o contrato entre as companhias deixa explícito que a Microsoft pode renegociar o contrato de maneira unilateral, ou seja: se ela quiser, pode modificar ou cancelar a parceria.
A audiência continua em andamento e o FTC deve discutir e apresentar outros argumentos até amanhã, dia 23, antes de tomar sua decisão a respeito da compra da Activision Blizzard pela gigante americana.
Fonte: via Eurogamer
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