Nvidia quer ir além dos games com as RTX 40 para notebooks no Brasil
Com estreia de novas GPUs no país, Nvidia aposta em IA para aprimorar produtividade, criação de conteúdo e mais
um evento realizado na última quinta-feira (4), em São Paulo, a Nvidia deu o pontapé inicial na chegada das placas de vídeo da série RTX 40 para laptops no Brasil. Desde a semana passada, notebooks equipados com GPUs dessa linha já estão sendo vendidos no varejo pelas principais marcas – com outros modelos chegando muito em breve.
A chegada das RTX 40 para notebooks no Brasil
Segundo Richard Cameron, diretor de vendas da marca para a América do Sul, este é o lançamento mais rápido desse tipo de hardware em solo nacional, com uma diferença bem menor entre a estreia dos produtos nos EUA e no mercado brasileiro do que em gerações passadas.
A notícia é ótima para o público aficionado por jogos que quer unir portabilidade e alto desempenho em uma só máquina. Se engana, no entanto, quem acha que a Nvidia mira apenas os tão cobiçados fps altos, 4K e ray tracing: a empresa quer ir além dos games na divulgação e na aquisição de equipamentos turbinados com as GeForce da série RTX 40.
O Flow Games, é claro, esteve nesse encontro que contou com diversos executivos da companhia e explica toda essa história para você. Só vem!
Uma jornada da Nvidia
Na abertura do bate-papo com a imprensa, Cameron deu um pouco de contexto a respeito do caminho tomado pela Nvidia até a chegada das novas GPUs para notebooks e essa ideia de não apenas “pregar para convertidos”.
Ele recorda que, há cerca de dez anos atrás, Jensen Huang, cofundador e CEO da empresa, percebeu que as placas da marca estavam sendo usadas por algoritmos e em pesquisas científicas e outros projetos além dos games, basicamente servindo de base para uma nova era da computação voltada para – e utilizando – a inteligência artificial.
Com isso, a IA se tornou a espinha dorsal de tudo que a Nvidia faz, seja no desenvolvimento de novos produtos ou no uso da tecnologia para vendas, marketing e outras atividades dentro da própria empresa. “Tínhamos que ser as cobaias de nós mesmos”, explica o gerente-geral.
Isso permitiu que, ao longo dos anos, a companhia construísse um leque de soluções que atende não só o mercado consumidor, mas também uma parte significativa do setor corporativo. De acordo com Marcel Saraiva, gerente comercial enterprise da Nvidia, isso se dá por meio de produtos diversos, com IA e Machine Learning embarcados desde o chip até aplicações prontas – passando por software, plataformas e tecnologias próprias.
Em alguns dos exemplos citados por Saraiva, vimos como a Nvidia AI somada ao Omniverse pode criar Digital Twins (Gêmeos Digitais) de fábricas ou linhas de produção para melhorar sua produtividade, e como o uso da visão computacional pode dispensar tags e outros aparatos físicos para observar em tempo real o comportamento de um comprador numa loja.
Na prática, como isso afeta o consumidor final?
De muitas formas, afirma Alexandre Ziebert, gerente de Technical Marketing da Nvidia para a América Latina. “Não queremos ficar presos à lei de Moore e depender de ganhos de 10% a 15% entre cada geração”, analisa, explicando que a IA permite não só entregar muito mais desempenho, mas também replicar a performance de gerações anteriores com uma fração do gasto energético.
Não queremos ficar presos à lei de Moore e depender de ganhos de 10% a 15% entre cada geração
Nesse sentido, os ganhos de se ter uma placa da linha RTX 40 para notebooks são bastante claros para os gamers. O DLSS 3, por exemplo, tem uma base forte da IA da companhia para analisar cenas e gerar quadros extras para a jogatina sem comprometer o visual e introduzindo um atraso mínimo no gameplay.
Além disso, a própria arquitetura Ada Lovelace permite entregar mais performance de um jeito mais inteligente, com menos gasto energético. “Com a nova série RTX 40, temos uma eficiência três vezes maior do que antes – o maior salto geracional que já tivemos nas GeForce”, afirma Ziebert. Ele reforça ainda que cada fabricante pode definir quanto de poder de fogo quer liberar da GPU para seu notebook, mas com a certeza de que o consumidor está ganhando o maior desempenho possível por Watt gasto.
O gerente técnico conta que essa combinação de elementos não só habilita a produção de laptops mais finos e silenciosos – já que não é preciso uma turbina avantajada para resfriar o hardware em condições normais –, como também abre porta para uma nova fatia do setor.
Segundo Ziebert, soluções como as oferecidas pela família de GPUs RTX 40 permite expandir as opções além das máquinas de 15,6 polegadas para abraçar um formato mais compacto, portátil e amigável, o com tela de 14 polegadas – uma das vertentes que mais cresce dentro do segmento de notebooks.
E se eu não jogo muitos games ou esse não é o único uso que farei do PC portátil? O executivo explica que esse público também é atendido pelo combo de desempenho, eficiência e recursos de inteligência artificial da nova linha de GPUs da marca, que possibilita ganhos de produtividade para profissionais e criadores de conteúdo em geral.
Isso porque a Nvidia possui tecnologias que vão desde o alinhamento dos olhos e refinamento da qualidade de voz em videoconferências – um recurso essencial em tempos de home office –, até upscaling de vídeos direto do seu navegador ou tocador no PC e softwares que, com a ajuda da IA, te auxiliam a editar podcasts, gerar imagens a partir de desenhos rústicos e criar avatares 3D animados.
Os primeiros notebooks com as RTX 40
As GPUs dedicadas da série RTX 40 foram anunciadas originalmente pela Nvidia durante a CES 2023, em janeiro deste ano, e chegam oficialmente ao país – com produção local – em tempo recorde: menos de 6 meses desde seu anúncio no exterior. Dentre os primeiros produtos anunciados e expostos no evento, destacam-se equipamentos com as GeForce RTX 4060 e RTX 4050 de marcas como Asus e Acer.
Esta última, por exemplo, trouxe atualizações para suas três principais linhas de notebooks: Swift, Predator e Nitro. Ao todo, são quatro dispositivos distintos que a Acer traz ao país, combinando as GPUs da família RTX 40 com processadores Intel de 13ª geração. Veja a lista completa de laptops, com valores entre R$ 13,7 mil e R$ 17 mil:
- Acer Swift X SFX14-71G-70SK 14.5”
- Acer Predator Helios 300 PH16-71-718H 16”
- Acer Predator Helios 300 Neo PHN16-71-75CM 16”
- Acer Nitro AN16-51-71WR 16”
Segundo a Nvidia, a ideia é que até o final do ano, o consumidor brasileiro possa ter ainda mais opções para migrar para computadores portáteis com a mais nova versão de sua tecnologia gráfica.
E aí, já chegou a hora do upgrade na máquina de casa ou ainda está juntando as moedinhas? Conte para a gente mais abaixo, na seção de comentários do Flow Games!
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