
Review: DK Bananza prova que platformers ainda podem inovar
Donkey Kong Bananza é um primeiro de aventura 3D e abrilhanta a lineup do Nintendo Switch 2
Imagem: Nintendo
uando o Nintendo Switch 2 revelou ao público a sua primeira leva de jogos, chamou muita atenção a presença de Donkey Kong Bananza.
Afinal, seu último jogo da linha principal totalmente inédito tinha sido Tropical Freeze, lançado em 2014 lá no Wii U. Se pensarmos em jogos 3D, a situação fica ainda mais complicada, porque só tivemos Donkey Kong 64, de 1999.
Embora o gorilão seja presença constante no universo da Nintendo, aparecendo no filme do Mario e nas mais diversas aventuras em spin-off, fato é que ele andava meio sumido dos blockbusters nos videogames.
Bom, não mais! Após um pouco de suspense, hoje sabemos que Donkey Kong Bananza é uma aventura completíssima e de alto orçamento feita pelo mesmo time de Super Mario Odyssey, ou seja, um daqueles jogos com garbo o bastante para justificar o investimento em um novo hardware.
Mas será que Donkey Kong Bananza consegue figurar entre os melhores jogos dessa verdadeira lenda dos videogames? Isso é o que vamos discutir no review completo a seguir.
Donkey Kong Bananza: da familiaridade às novidades
Se você, como eu, crescendo jogando games de plataforma 2D e 3D, certamente notará que Donkey Kong Bananza aprendeu muitas lições na escola de design de clássicos como Banjo-Kazooie, Donkey Kong Country e, claro, o já citado Super Mario Odyssey. Veja se consegue notar isso já na primeira meia hora de gameplay que postei no meu canal, o Aquele Cara:
https://www.youtube.com/watch?v=iyquXZGpDOY
É interessante que ele busque tantos elos díspares com o passado, e que disso nasça um jogo repleto de identidade própria. A forma como você, DK e Pauline correrão atrás de centenas e centenas de bananas colecionáveis remete muito à estrutura de Super Mario Odyssey, com suas Power Moons espalhadas por todos os lados, sem falar nos mundos temáticos.
De Banjo-Kazooie, um dos maiores responsáveis pela popularização dos collectathons 3D, temos um pouco de design de personagens, com a nova espécie que habita o submundo do jogo tendo uns olhinhos que parecem saídos diretamente da cartilha da Rareware dos anos 90, mas também a ideia de se transformar em outros animais para passar de desafios pontuais.
Donkey Kong Country, por sua vez, empresta a estrutura de fases com desafios bônus, boa parte delas contando com uma contagem regressiva com um opressor cronômetro fazendo tic-tac e te alertando que o tempo urge se você realmente quiser conquistar a banana de recompensa. Tem até umas fases bônus que vão diretamente para um gameplay 2D de pura nostalgia, com o gorilão voando entre barris e obstáculos letais.

Imagem: Nintendo
Mas Donkey Kong Bananza é muito mais do que um simples apanhado de referências. Diferente do recente sucesso Astro Bot que, embora muito polido e divertido, não entregava nada de novo ao gênero, limitando-se a homenagear o passado, Donkey Kong Bananza sabe subir nos ombros desses gigantes para, a partir dali, construir algo novo.
Uma exploração diferente de tudo o que há por aí
O loop de gameplay de Donkey Kong Bananza é basicamente o seguinte: a fim de ajudar a pequena Pauline a voltar ao mundo da superfície, DK precisa levá-la até o núcleo do planeta, então temos uma jornada focada em ir cavando cada vez mais fundo na Terra.
Isso encaixa bem com o poder principal do mascote nesta aventura, já que ele pude usar os seus punhos para arrebentar praticamente todos os tipos de paredes, teto e chão pelo caminho.
Você tem botões próprios para socar para baixo, reto, ou para cima, e é estranhamente gratificante e viciante passar a campanha toda arrebentando coisas. Eu imaginava que isso cansaria depois de algumas horas, mas não foi mesmo o caso nem com 10, 20, ou 30 horas.
Até porque você é constantemente premiado por sair quebrando tudo. Se você não encontrar uma banana, normalmente encontrará ouro, fósseis, atalhos, passagens secretas, missões, enfim, quase sempre a sua curiosidade e inventividade são muito bem recompensadas.
À primeira vista, a estrutura do jogo pode parecer um pouco solta demais, com certos biomas durando dois ou três “andares”, enquanto outros cenários funcionam mais como “mundos de transição”, mas bastam umas poucas horas de campanha para as coisas começarem a ficar mais claras.
Sim, praticamente o tempo todo você estará em uma jornada para descer o máximo possível, mas claramente os grupos de “andares” formam mundos temáticos, com áreas focadas em florestas, desertos, geleiras, e outras tradições dos videogames reaparecendo devidamente revigoradas por essa nova forma de jogar.
Investimentos e melhorias
Quando eu vi na Nintendo Direct que Donkey Kong Bananza teria uma árvore de habilidades para liberar novos poderes aos poucos, revirei os olhos e temi pelo pior. Além daquele cheirinho de Ubisoftização, temi que esse clichê dos blockbusters modernos estivesse ali só para cumprir tabela.
Ainda não acho que o sistema é um primor, nem que ele reinventa a roda de forma significativa, mas pelo menos as melhorias que você libera são mais notáveis do que aqueles bizarros upgrades vazios do tipo “crie itens de cura 5% mais eficazes”. Aqui, a cada 5 bananas que você pega, ganha 1 ponto de melhoria para distribuir como bem entender.
Essas melhorias podem te deixar ficar mais tempo transformado, aumentar o seu poder de destruição, conferir mais pontos de vida e muito mais, então são aprimoramentos mais tangíveis e menos abstratos do que aqueles jogos que metem sistemas assim apenas para cumprir tabela.
Curiosamente, essas melhorias mínimas estão mais ligadas ao sistema de cosméticos do jogo. Lembra que eu falei que você podia encontrar fósseis cavando por aí? Pois bem, eles servem como moeda de troca nas várias lojas de roupas espalhadas pelos mundos de Donkey Kong Bananza.
Enquanto a Pauline veste um kit completo de roupas por vez, no DK você pode customizar desde a cor do seu pelo até o tipo de gravata e calças que ele veste. Essas combinações garantem pequenos buffs tímidos, então ali sim eu sinto que vale mais a pena investir tempo puramente para montar um visual que você ache mais bonitinho ou irado do que qualquer outra coisa.
E a tal da Bananza?
Como a caixinha do jogo já deixa bem claro, o nome do game é Donkey Kong Bananza, mas o que exatamente seria essa tal de Bananza? Ora, ela diz respeito às transformações super poderosas pelas quais o herói deve passar.
Em alguns mundos você encontrará criaturas gigantescas, os sábios anciões líderes de seus povos. Eles são donos de uma sabedoria que pode ensinar o DK a assumir nova forma depois que a Pauline canta uma música para ele.
Não vou entregar todas as surpresas e spoilers nesse texto, mas posso garantir que as transformações em si são tão divertidas quanto os melhores itens de um bom jogo do Mario.
Você vai poder sair correndo em alta velocidade por aí, ficar super forte e arrebentar tudo sem esforço, ou até mesmo voar pelo cenário, e essas mecânicas são usadas de forma criativa tanto no mundo principal como nas fases bônus.
Foi um grande acerto batizar o jogo ao redor da Bananza, já que é um sistema muito divertido.
Macacos me mordam!
Como de praxe nos videogames modernos, Donkey Kong Bananza não é um jogo particularmente difícil, e é bem possível que você termine a sua campanha principal sem perder uma vidinha sequer (não que você vá contar, já que as vidas são infinitas). Eu lamento um pouco isso, já que os jogos 2D do personagem são extremamente hardcore.
Por aqui, os seus principais inimigos são uma trinca de símios vilanescos que volta e meia retornam para enfrentar o DK de novas formas, sejam eles mesmo saindo no braço ou invocando aliados. No entanto, a maior parte desses encontros não são lá muito climáticos ou empolgantes.
O desafio, então, reside em fazer 100% da aventura e conseguir pegar suas centenas de itens escondidos, o que garante uma boa longevidade à jornada de Donkey Kong Bananza. Mesmo com o alto preço dos jogos modernos, certamente você vai ver que o seu investimento renderá um bom tempo de gameplay.
Eu também gostaria que o jogo tivesse uma trilha sonora mais marcante, ainda mais levando em conta o brilhante currículo da série. Por mais que a gente tenha resgates nostálgicos aqui e ali, como a volta do DK Rap ou da emocionante Stickerbrush Symphony, as novas músicas não me empolgaram tanto assim.
Ainda no departamento sonoro, também achei estranho que a Pauline seja a única personagem com voz. Me tirou um pouco da experiência ouvi-la falando enquanto todos ao seu redor só emitem resmungos e balbuciam onomatopéias por ai ao melhor estilo Banjo-Kazooie. Enfim, ao menos a localização em português ficou soberba e repleta de ótimos trocadilhos.

Imagem: Nintendo
Para o horror da “geração digital foundry”, o jogo também apresenta algumas quedas em seu framerate aqui e ali em determinados tipos de terreno e contextos. Não é algo constante, e rapidamente Donkey Kong Bananza volta aos 60 fps estáveis, mas existem momentos de engasgada quando há muitos inimigos, efeitos ou pequenos objetos na tela ao mesmo tempo.
Fechando o arco de reclamações, com tanta destruição de cenários, pode acontecer de a câmera ficar um pouco perdida aqui e ali, ou dos efeitos de iluminação ficaram confusos quando o game fica indeciso entre destacar o interior de onde você está cavando ou o mundo lá fora. Novamente, não é nada demais, mas você certamente vai notar isso.
Vale a pena jogar Donkey Kong Bananza?
Se você tem um mínimo de apreço por games de plataforma 3D, Donkey Kong Bananza é um jogo absolutamente essencial. Desde Super Mario Odyssey não víamos uma aventura de mascote com mundos e sistemas tão criativos assim.

Imagem: Nintendo
Ainda que a sensação de desafio deixe bastante a desejar em relação aos antigos jogos do DK, não há dúvidas de que se você quiser ter uma boa aventura nesse primeiro ano de vida do Nintendo Switch 2, dificilmente encontrará uma opção melhor do que Donkey Kong Bananza.
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Donkey Kong Bananza
Publisher: Nintendo
Desenvolvedora: Nintendo
Plataformas: Nintendo Switch 2
Lançamento: 17/07/2025
Tempo de review: 24 horas
Donkey Kong Bananza é um sopro de originalidade no mundo dos jogos de plataforma, misturando na medida certa referências a grandes clássicos com sistemas inovadores e empolgantes.
Prós
- É DK com tempero de Mario, Banjo, e muitas novidades!
- Sair quebrando tudo por aí é divertido e não enjoa
- Uma tonelada de coletáveis para caçar
- Pauline é muito fofa e uma boa personagem
- Transformações e poderes divertidos trazem variedade
- Excelente localização em português
Contras
- Além da Pauline, mais personagens podiam ter vozes
- Volta e nunca o framerate pode cair um pouco
- A trilha sonora poderia ser mais marcante
- Introdução um tanto demorada; o jogo demora a engrenar
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