
Review: Capcom Fighting Collection 2 é puro deleite da luta
Capcom Fighting Collection 2 traz uma boa variedade de clássicos das lutinhas em belo pacote
Imagem: Capcom
o fim de abril eu tive o prazer de jogar Capcom Fighting Collection 2 de forma antecipada e escrever uma prévia aqui para o portal do Flow Games, caso você tenha interesse em ler um complemento para este review, já que vou evitar me repetir muito nos temas já presentes no outro texto.
No meio tempo entre hoje e a publicação da matéria original, eu pude zerar e rezerar os 8 jogos que integram esse pacote, o que me convenceu de que essa pode ser a melhor coletânea que a produtora lançou até hoje. Entenda os motivos no review completo a seguir.
O que é a Capcom Fighting Collection 2?
Da mesma forma que aconteceu nas diversas outras coletâneas lançadas pela produtora, a Capcom Fighting Collection 2 é mais um belo exemplo de preservação histórica dos videogames, trazendo para a atual geração alguns clássicos que corriam o risco de se perderem no tempo, facilitando o seu acesso por vias legais a uma nova geração de fãs.
Seguindo o modelo tradicional desses pacotes, assim como rolou não só no primeiro volume da coleção, mas também nos compilados de Marvel Vs. e até nas Legacy Colllections do Mega Man, tivemos a adição de uma série de conveniências que vão desde recursos modernos de qualidade de vida, passando por galerias com centenas de extras, e culminando, é claro, em uma bela seleção de jogos.
Na Capcom Fighting Collection 2 temos os seguintes títulos à disposição:
- Capcom vs. SNK Millennium Fight 2000 PRO
- Capcom vs. SNK 2 Mark of the Millennium 2001
- Capcom Fighting Evolution
- Street Fighter Alpha 3 UPPER
- Power Stone
- Power Stone 2
- Project Justice
- Plasma Sword: Nightmare of Bilstein
2D e 3D em uma mistura homogênea
A curadoria de jogos ficou muito boa, embora certamente ainda tenhamos games que poderiam aparecer em um terceiro volume se a Capcom assim desejasse. Quer dizer, só eu sinto falta e ainda tenho carinho pelos controversos jogos da linha Street Fighter EX? Ou quem sabe possamos sonhar com a volta do sublime Jojo’s Bizarre Adventure um dia?
Seja como for, fato é que a Capcom Fighting Collection 2 mistura muito bem jogos em 2D e 3D, e eles acabam tendo uma boa sinergia entre si, até porque franquias como Rival Schools acabam volta e meia coexistindo com Street Fighter, então meio que tudo faz parte do mesmo mundinho, compartilhando até mecânicas aqui e ali.
Talvez os jogos mais diferentões do pacote sejam os dois Power Stones, jogaços multiplayer comandados pelo lendário diretor Hideaki Itsuno. Bem à frente de seu tempo, eles misturavam elementos de luta, party game e arena, com muita bagunça e adrenalina. É muito legal ver o jogo saindo dos arcades e Dreamcast para plataformas mais populares e de mais fácil acesso.
Imagino que a maioria vá concordar que o título mais fraco da Capcom Fighting Collection 2 seja Capcom Fighting Evolution, que tem mecânicas bem rasinhas, uma estrutura mais simplória, e até um sistema tosco de luta em que você escolhe 2 lutadores, mas eles não são exatamente um time: você só pode trocar de personagem entre um round e outro se quiser. Até o elenco do game é bem enxuto comparado ao resto da Capcom Fighting Collection 2.
Diametralmente oposto a isso temos os dois Capcom vs SNK, que trazem um elenco lotado com praticamente todos os personagens mais populares de Street Fighter e The King of Fighters, permitindo jogar no groove (estilo) tanto da Capcom como da SNK. Os sprites de personagens são exuberantes, os estágios figuram entre os melhores do gênero, e a trilha sonora é viciante. Ou seja, é difícil encontrar jogos de lutinha 2D melhores.
Todos os títulos estão presentes em suas versões americanas e japonesas, e se você der um passeio pela galeria de extras, vai notar que há muito material dedicado às artes conceituais dos lutadores e guias de referência para golpes no mesmo estilo dos antigos gabinetes ou manuais de instrução. Alternativamente, você também pode pausar a Capcom Fighting Collection 2 a qualquer segundo para ver a lista completa de golpes simples e especiais em uma só janela bem conveniente.
Tradição e modernidade
Desde Street Fighter 6, convencionou-se facilitar a execução dos motion imputs em jogos do gênero. Você sabe, coisas tipo soltar um hadouken, o que envolve fazer um quarto de lua para frente no direcional antes de apertar soco, ou então ter que dar um 360 antes do pilão do Zangief.
Nem todo mundo tem tempo, paciência, dedicação ou habilidade o bastante para soltar esses golpes consistentemente, então é legal ver que os “controles modernos” também encontraram espaço por aqui. Se você está penando para derrotar o Geese ou qualquer outro chefão, não tenha medo de soltar as suas barras de especial rapidinho com um só clique.
Outro grande facilitador de vida foi a adição de save state, o que significa que você não precisa mais fazer uma run completa do início ao fim em uma só sentada se não quiser. Não dá para abusar do sistema, já que independente do momento em que você salva, ele sempre faz o registro no início da luta em questão, mas é uma baita mão na roda. Peculiarmente, só é possível usar um save por vez, e seria legal poder usar múltiplos slots, então o jogo fica devendo um bocado nisso.
Diferente da experiência que a gente tinha lá no final dos anos 90 e começo dos 2000, ficou bem mais fácil acessar o modo treino dos jogos para praticar desde o seu bread and butter até os combos mais apelões que você encontra clipados pelo X, Reddit, YouTube e afins. E se você ficar bom o bastante, também é recompensador comparar o seu desempenho com estranhos e amigos nos placares de liderança para pontuação online.
Faltou crossplay
Um pecado imperdoável, ainda mais levando em conta a forma como a Capcom acertou em cheio no netcode do seu sucesso recente Street Fighter 6, é que a Capcom Fighting Collection 2, assim como a sua predecessora, não traz suporte a crossplay. Ou seja, PC joga apenas contra PC, PlayStation contra PlayStation, Switch contra Switch, etc.
Isso acaba dificultando o processo de encontrar rivais, já que por mais maravilhosos que sejam os jogos do pacote, a base instalada deles não é exatamente gigantesca na atual geração, e a maioria dos entusiastas do gênero já jogam online há tempos em servidores dedicados em aplicativos paralelos como o Fightcade.
O que sobra então para o jogador de Capcom Fighting Collection 2? Resta torcer para encontrar rivais enquanto vai se divertindo no arcade tradicional. Uma vez que você lute contra alguém, o rollback netcode da Capcom segue primoroso, e agora temos placares de liderança e partidas rankeadas para aumentar o fator replay até o limite. Fica a torcida para que a falta de crossplay seja resolvida em algum momento, tornando os jogos ainda melhores.
Vale a pena jogar a Capcom Fighting Collection 2?
Seja você um entusiasta de jogos antigos que os acompanha desde os tempos dos fliperamas, ou mesmo alguém mais jovem que está chegando agora e procura por uma boa forma de conhecer esses títulos tão amados, a Capcom Fighting Collection 2 é uma excelente pedida.
São 8 grandes jogos reunidos em um só pacote, todos eles rodando perfeitamente em ótimas versões e gozando de gratas modernidades como save states, filtro de imagem, golpes especiais simplificados, e até a adição de modo online (ainda que sem crossplay).
É uma grande vitória, mesmo deixando o perfect escapar.
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Capcom Fighting Collection 2
Publisher: Capcom
Desenvolvedora: Capcom
Plataformas: PC, Nintendo Switch, PS4, Xbox One
Lançamento: 16/05/2025
Tempo de review: 18 horas
Capcom Fighting Collection 2 reúne 8 grandes jogos de luta com boas adições, extras e recursos, mas peca na falta de crossplay.
Prós
- Adição de rollback netcode
- Ótima seleção de jogos
- Potencial de centenas de horas de diversão
- Gameplay e estética sublimes
Contras
- Sem suporte a Crossplay
- Save state só comporta um slot por vez
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